Pov Sarah Andrade
Acordei já sentindo o sabor amargo do início do meu dia. O anterior tinha sido muito difícil. Problemas e mais problemas. Parecia que nunca conseguiria achar uma solução. Sentia-me uma prisioneira. Uma eterna prisioneira das minhas próprias ações e decisões. Eu teria que pagar por todas as minhas escolhas com uma eternidade de sofrimento. Por isso quando cheguei à empresa, odiando tudo o que me conduzia a ela, principalmente as circunstâncias, e encontrei um carro velho, modelo antigo, que era uma verdadeira ameaça aos demais motoristas de São Paulo, bem na minha vaga, quase fiz um bem a humanidade e o destruí ali mesmo.
Sim, porque se aquele projeto inacabado de carro batesse em outro, daria um enorme trabalho recolher os seus destroços, e, se fosse em alguém então, a pessoa com certeza morreria de tétano. Que merda era aquela? Minha vaga tinha se tornado um depósito de ferro velho? Dirigi aborrecida pelo estacionamento dos funcionários só conseguindo uma vaga no fundo, distante de tudo, exposta ao sol e a chuva. Não tive escolha, era deixar o carro ali ou na rua. Dei uma última olhada para o veículo que tanto estimava jurando a mim mesma que processaria quem tinha tomado a minha vaga, caso alguma coisa acontecesse a ele.
Caminhei verificando meu atraso através do relógio de pulso, o que me irritou ainda mais. Quem teria sido idiota suficiente para estacionar em minha vaga? Peguei o elevador. Acredito que minha cara impediu que outras pessoas entrassem junto comigo, à medida que ia parando pelos andares do prédio. Meu celular tocou, olhei o identificador de chamadas vendo o nome Pocah escrito nele. Não atendi. Chega de problemas como café da manhã. Assim que a porta abriu, entendi o porquê do meu estresse. A secretária substituta. Só poderia ser ela. Com tantas coisas na minha cabeça, acabei me esquecendo de que finalmente poderia devolver Thais a Arthur. Vi Carla e Thais me lançarem olhares especulativos, mas a garota continuava de costas. Deu para ter uma bela visão da sua bunda. Hum! Ela até que era jeitosa. Corpo bonito, bem vestida. Não tão bem, mas da maneira correta. Então ela se virou. Seu rosto era lindo. Traços finos, lábios convidativos e olhos perfeitamente lindos. A garota era incrível. Ela me encarava com ansiedade. Eu sabia identificar aquele olhar. Era mais ou menos como um costume para mim, receber olhares daquela forma.
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Sempre foi você
FanfictionInspirado em uma historia cophine de 2017 Apenas para entretenimento dos leitores. Espero que gostem, sou apenas uma fã e não uma escritora.