POV Juliette
Antes mesmo de abrir os olhos percebi a ausência de Sarah na cama, fiquei parada, tentando absorver qualquer movimento que entregasse a sua presença, mas a casa estava totalmente silenciosa. Como se ela nunca tivesse estado lá, eu até acreditaria nisso, se seu cheiro não estivesse impregnado em meu travesseiro, mas como deduzi, ela já tinha saído. Como não podia deixar de ser, deixou um bilhete "não se atrase", ri satisfeita, pensei nos últimos dias. Camilla me pedindo ajuda, Carla fechando o cerco para ajudar Pocah a destruir meu relacionamento, Sarah me contando que transou com a esposa, mesmo sem seu consentimento. Puta merda!
Puxei o lençol e cobri o rosto desejando me esconder de toda aquela loucura, bem que podia ser tudo um pesadelo, mas infelizmente não era. O melhor a fazer era levantar e encarar a vida de frente impedindo-a de me atropelar, tomei banho, forcei-me a comer alguma coisa, escolhi uma calça preta, justa ao corpo, uma camisa branca de manga, olhei no espelho e me achei com cara de executiva. Muito enxerida! Talvez com cara de secretária eficiente de uma CEO controladora e obcecada por horário, essa era a minha mulher.
Como de costume, o problema de chegar em cima do horário era encontrar uma vaga, todos os dias eu praguejava e amaldiçoava aqueles que chegavam cedo por conseguirem estacionar seus carros em um lugar mais próximo da entrada do prédio.
Corri para alcançar o elevador constatando que estava atrasada, de novo, eu nunca me encaixaria! Merda! Por que eu era a única que não me adaptava ao horário da empresa? Respirei três vezes, bem profundamente e mentalizei outro atraso da minha chefe, nesse caso ela não teria como me censurar, fui jogada na realidade assim que as portas do elevador abriram e revelaram Sarah em sua sala, linda, envolvida pelo trabalho. "Eu devia ter acordado mais cedo para aproveitar a companhia da minha amante" suspirei. Arthur estava com ela, os dois conversavam calmamente e conferiam papéis sobre a mesa. "Ok. Hora de fingir indiferença profissional", guardei a bolsa, fiquei com o Iphone, liguei o computador e telefonei para a sala da Sra. Andrade.
– Atrasada – ríspida e seca, soltei o ar dos pulmões.
– Sra. Andrade, minha namorada esqueceu de me acordar, muito provavelmente porque teve medo do que eu faria assim que tivesse consciência do seu corpo ao lado do meu. – a risada estrondosa de Arthur Andrade alcançou o meu ouvido. Puta. Merda!
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Sempre foi você
FanfictionInspirado em uma historia cophine de 2017 Apenas para entretenimento dos leitores. Espero que gostem, sou apenas uma fã e não uma escritora.