Cap 136

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– Vamos para o quarto, Pocah, lá eu terei tudo o que preciso de você – murmurei ao alcançar as escadas.

– Filha da puta! – A voz fraca não deixou o palavrão soar tão ofensivo, ri.

– Pensei que era isso o que queria, estar em um quarto comigo.

– O que vai fazer? – Fechou os olhos sem conseguir mais lutar.

– Você lembra o que fez comigo ou a droga já está fazendo efeito ao ponto de te impedir de raciocinar direito – ela sorriu, no entanto eu sabia que apenas tentava arrumar uma forma de sair do estado em que se encontrava, se existia alguma substância em seu quarto que pudesse lhe ajudar eu deveria ficar muito atenta.

– Não precisava disso se o seu interesse era me levar pra cama, era só pedir – riu mais uma vez. – O que acha que vai conseguir com isso? – Sua voz enrolou, ela tentou erguer a cabeça e abrir os olhos, mas não teve forças e acabou se entregando.

– Vou conseguir tudo o que eu quero, Pocah – mas ela apagou e eu me senti muito melhor com este fato.

Meu corpo pesava a cada passo e eu tentava a todo custo me manter firme, logo a equipe de Bill estaria lá e eu ainda precisava ajudá-los. Abri a porta do quarto dela e a deitei na cama, ainda fiquei observando-a para me certificar de que não era mais um dos seus golpes. Pocah dormia profundamente, sentei na poltrona ao lado e fiquei observando, sentindo meu corpo inteiro amolecer. Sem conseguir me controlar fechei os olhos e pensei na minha necessidade em ficar acordada, foi quando senti mãos em mim. Forcei os olhos, estremeci e tentei reagir, mas o estado de letargia era forte demais.

– Calma – ouvi a voz de Juliette. Eu estava sonhando, com certeza. Merda! – Você já vai acordar – mãos fortes seguraram meu braço e uma picada que me fez gemer.

– Ela está bem? – Era Bill? E onde estava Juliette?

– Aparentemente sim – mais uma vez a voz da mulher da minha vida me alcançou. Senti-me mais firme, segundos depois fui tomada por um enjoo forte, fazendo com que eu lutasse contra a vontade de vomitar. – É normal, Sarah, o enjoo vai apenas te trazer de volta mais rápido.

– Droga! – Resmunguei. – Ju, eu... desculpa! – Engoli com dificuldade.

Não dava para pensar em outra coisa que não fosse o fato dela estar lá, o que significava que Juliette tinha visto tudo o que tinha acontecido naquela noite. Senti mais enjoo ainda, no entanto consegui abrir os olhos, ainda sonolenta, porém menos do que antes. Voltei a fechá-los, pois a claridade me deixava ainda mais enjoada.

– Tudo bem, amor! O importante é que estamos aqui.

– Vamos recolher o material – ouvi Projota, quantas pessoas estavam lá? – Ela está apagada, vai ser fácil substituir o que estamos tirando por um idêntico.

– Certo, vamos agir logo, quanto menos ficarmos por aqui, melhor... assim que saírmos vamos alertar a polícia – era Bill falando. – Vamos, Pocah, eu vou tirá-la daqui, acho que é melhor você deitar um pouco.

– Ah, merda! Eu preciso de um tempo – respirei forte pela boca e abri os olhos. – O que vocês vão fazer com o colar?

– Vamos trocar por uma cópia idêntica, inclusive com o chip, então se alguma coisa der errado ela não vai saber que conseguimos as provas – Projota informou, ele estava com um joelho sobre a cama e inclinado na direção de Pocah. – E agora vamos levar o chip e extrair as provas.

– Não! – Tentei levantar e vi tudo girando, sentei apoiando a cabeça nas mãos. – Não, Projota, eu passei o inferno por causa destas provas, não quero ninguém colocando as mãos nelas. Este chip vai ficar comigo e eu vou tratar de dar um fim a esta merda toda – percebi que eles hesitavam, mas logo em seguida senti o toque de Juliette e algo ser colocado em minha mão.

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