Ainda sem saber o que poderia esperar, concordei sem emitir um único som e me virei para abrir a porta. Caminhei sem olhar para trás assim que entrei no escritório e só parei quando ouvi a porta sendo fechada e lacrada. Sarah não deu mais nenhum passo, ela me avaliou por uma eternidade, parecia ponderar sobre o que dizer.
– Este escritório é monitorado?
– Sim – minha voz estava engasgada.
Tive medo de criar qualquer expectativa favorável com a sua pergunta, afinal de contas, se ela não queria que ninguém invadisse a nossa privacidade seria por dois motivos: ou ela me mataria, ou cederia de uma vez e ficaria comigo.
– Existe alguma parte desta casa que não seja fiscalizada? – sua voz ainda era dura e seca, o que me fazia recuar um pouco.
– Levando-se em consideração que este local é o foco principal do interesse de Pocah, as partes mais importantes são constantemente vigiadas, se não por seguranças, pela nossa equipe que controla tudo pelas microcâmeras estrategicamente distribuídas – ela continuou me olhando sem nenhuma reação. – Bom... A única exceção é o meu quarto... ele é neutro.
Ela hesitou, tentei me manter impassível, sem demonstrar interesse ou qualquer emoção por conversarmos no meu quarto. Sarah passou a mão nos cabelos e com um suspiro concordou, abri a porta e caminhei a sua frente, ciente de que ela ainda estava pouco familiarizada com o apartamento.
– Projota está aqui? – ela quebrou o silêncio atrás de mim.
– Ele não tem um horário certo, está sempre que necessário, acompanha a equipe de perto...
– Quando vou saber exatamente de tudo?
– Quando quiser – olhei para trás para deixar claro que eu dizia a verdade. – Você está no jogo agora, Sarah, nada mais será feito sem a sua permissão, muito menos contra a sua vontade – esta parte eu já não tinha tanta certeza.
Ela ficou calada, continuou caminhando atrás de mim, acompanhando meus passos até alcançarmos meu quarto. Segui o padrão, entrando e deixando a porta aberta para que ela ficasse à vontade, Sarah entrou e fechou a porta. Me virei para encará-la e vi ali uma mulher completamente perdida, ela parecia bastante confusa, sem saber qual seria a melhor atitude. Suas mãos voltaram aos cabelos, puxando-os para trás, Ela olhou para o ambiente, percebendo a cama logo atrás de mim, mas preferiu a poltrona, um pouco afastada. Sentou e apoiou os cotovelos nas pernas e a cabeça enterrada nas mãos, durante um tempo permanecemos assim. Tive medo de quebrar o silêncio e receber algo não muito agradável a meus ouvidos, ela levantou a cabeça, me olhando direto nos olhos e eu entendi que não era a minha Sarah apaixonada que estava ali e sim uma mulher dura, confusa e muito magoada.
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Sempre foi você
FanfictionInspirado em uma historia cophine de 2017 Apenas para entretenimento dos leitores. Espero que gostem, sou apenas uma fã e não uma escritora.