Passar pela recepção foi fácil, a peruca loira e a maquiagem me deixavam mesmo irreconhecível, sem contar que a barriga de uma gestação avançada, e a documentação falsa colaboravam com a farsa. No entanto, tive que voltar a ser Juliette Freire. Assim que saí do elevador, entrei no banheiro e troquei de roupa. Conforme havíamos estabelecido, deixei a sacolinha na cabine, tranquei a porta com minha chave mestra, conseguida por Bill e saí para coletar o sangue. Tudo estava muito bem esquematizado para que eu entrasse, tirasse o sangue e saísse sem precisar prestar maiores informações, porém, estar frente a frente com Evandro Andrade não era tão fácil quanto eu imaginava.
– Bom dia, Evandro! – não podia entrar lá e sair sem nada dizer, Sarah acreditava que seu pai podia ouvir e sentir tudo, desta forma, uma satisfação deveria ser dada. – Não se preocupe, estou tentando ajudar você e sua família, só preciso de um pouco do seu sangue – aquilo era estranho, tenho que confessar. – Vamos fazer um exame... Descobrir o que estão aplicando em você... Você deve saber... – peguei a seringa, mas não consegui ser rápida, sentei na poltrona ao lado. – Isso tudo é tão estranho e confuso, sabe? A Sarah... Você sabe como a sua filha é uma cabeça dura, ela não entende os meus motivos. – e lá estava eu desabafando com uma pessoa que nem iria me responder. – Tá lá, toda fechada, dizendo que não sabe o que fazer com o nosso amor, se vale a pena... Teve coragem de me comparar a Pocah, dá para acreditar em uma coisa dessas? E eu chorei, é claro! As grávidas têm essas coisas. Oh, Deus! Esqueci que não teria como você saber disso – levantei e me posicionei ao seu lado, aproveitei para captar o cateter. – Bom... Estou grávida! Isso mesmo, você será vovô, não é ótimo? Quer dizer... seria ótimo, se Sarah pudesse participar disso, mas ela não pode, pelo menos não agora, você precisava ver hoje mais cedo, ela estava toda "senhora da autoridade" tentando me impedir de fazer o que era necessário, já imaginou se eu conto que estou grávida? – apliquei a seringa e puxei tirando um pouco do seu sangue. – Se ela quer me deixar de fora sem saber desta filha, imagina se ficar sabendo vai é querer me matar – tirei a seringa e rapidamente despejei o material coletado em um frasco apropriado. – É isso, Evandro! Com certeza depois que conseguirmos acabar com esta loucura toda a sua filha vai me perdoar, ficar muito feliz com a filha e juntas viremos aqui para lhe visitar, obrigada pela conversa.
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Sempre foi você
FanfictionInspirado em uma historia cophine de 2017 Apenas para entretenimento dos leitores. Espero que gostem, sou apenas uma fã e não uma escritora.