Cap 152

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POV Camilla

– Você tem certeza? – Ela disse do outro lado.

– Absoluta – mantive a voz firme. – De hoje ele não passa, Sarah.

– Graças a Deus! – Sua voz parecia mais leve, como se ela estivesse mil vezes mais aliviada. – E agora?

– Agora é agir, o show será todo meu! – Eu sabia o sabor daquelas palavras.

– Tudo bem! – Ficou um pouco calada. – Tudo bem, Camilla, só me certifique quando tudo estiver acabado.... Você sabe, não quero Juliette correndo risco outra vez, muito menos as crianças.

– Fique tranquila, eu não vou falhar.

– Boa sorte, Camilla e muito obrigada!

– O prazer será todinho meu, Sarah.

Desliguei o celular e encarei Bill de volta, ele estava muito apreensivo, mas não tinha coragem de me fazer desistir. Foram longos três anos caçando Fiuk , seguindo cada um dos seus passos, juntando todas as pistas, aguardando pelo momento certo para que não perdêssemos a oportunidade. Tínhamos apenas uma chance e teríamos que utilizá-la com precisão, não podiam haver falhas.

– Vamos repassar o plano – Projota se mexeu ao meu lado, ele não gostava nada do clima que estava entre Bill e eu desde que descobrimos como poderíamos pegar Fiuk.

– Não precisa, eu sei muito bem o que fazer!

– Camilla! – Bill rosnou a minha frente. – É importante!

– Temos pouco tempo, não se preocupe, estarei aqui em vinte minutos – me curvei em sua direção roubando-lhe um beijo.

Ele não me repreendeu, desde que Juliette e Sarah conseguiram o seu "felizes para sempre" eu e Bill descobrimos que fazíamos uma boa dupla, inclusive na cama e estamos juntos desde então. Ele dedicou cada minuto do seu dia para me ajudar a pegar Fiuk, com o patrocínio de Sarah Andrade, é claro, que nos possibilitava manter toda a equipe trabalhando.

Sarah tinha um interesse especial em tirar Fiuk do mapa, principalmente depois que a polícia descobriu um material completo na casa dele que apenas comprovava a sua obsessão por Juliette Freire. Sarah não podia perder tempo, aproveitou a morte de Pocah e a do pai para se isolar por um mês e assim conseguiu traçar um plano para nos colocar na cola do idiota do Fiuk. Tudo sem que Juliette soubesse, afinal de contas ela estava grávida e Sarah desejava uma vida normal ao seu lado, onde pudesse criar o filho sem o medo constante da volta de um monstro. Por isso ela foi embora e a levou junto, o que foi ótimo, pois o que os olhos não veem o coração não sente e estar ao lado de Sarah e Juliette não era nada saudável para o meu relacionamento com Bill. Mas ficamos felizes com a vida delas duas e a chegada dos filhos de uma maneira mais tranquila, elas mereciam aquela paz, o trabalho duro ficou por nossa conta.

– Não seja burra o suficiente para se arriscar, entendeu? – Bill me segurou pela nuca encarando-me com ferocidade, eu adorava quando ele ficava desta forma.

– Entendi! – Ele me puxou para mais um beijo.

– Estou atento, invado aquela merda de puteiro se alguma coisa der errado.

– Volto logo – sorri ajeitando a peruca e desci do furgão que estava na esquina.

A noite estava especialmente quente, arrumei o vestido curto e decotado, puxei as botas e ajustei a peruca. Atravessei rapidamente a rua e me juntei ao grupo que ocupava a entrada da boate, o segurança, que era um dos nossos, liberou minha passagem. Transitei pelo espaço amplo e escuro onde corpos se sacudiam embalados pelo som de um DJ famoso que tocava naquela noite, ninguém ali sabia o que realmente acontecia nos andares superiores, escondidos em uma ala onde poucos tinham acesso. Peguei uma bebida e esperei os lentos cinco minutos até que finalmente minha passagem para o inferno fosse confirmada, me esgueirei pelos cantos, buscando os pontos mais escuros e alcancei a porta. Digitei o código e logo aporta se abriu dando-me passagem, do lado de dentro era tudo diferente.

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora