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Anny narrando...


         Acho que eu entrei no banco parecendo um pimentão  de tão vermelha, nunca tive que demonstrar afeto assim em público pior de cara limpa.

         Quando eu namorava com o Murilo ele sempre falou que isso era coisa de gente baixa, mas quando ele me levava nas festas dos amigos fazia questão de fazer que eu me sentisse um pedaço de carne que ele exibia pra todos sempre passando a mão no meu corpo sem se importar com quem estava ao nosso redor.

          Graças a Deus acho que ninguém viu, cheguei em minha mesa e comecei a me preparar hoje tinha tanto idoso agendado para fazer prova de vida que sobrou até pra mim que a área é outra.

          As 10:00 em ponto o primeiro cliente chegou fazendo o meu dia de trabalho realmente começar.

         - Bom dia ( o casal de idosos me cumprimenta, arrumo meu cabelo atrás da orelha pensa que não essa é minha meta de relacionamento, chegar a essa  idade e continuar juntos e com um belo sorriso no rosto)

            - Bom dia( respondi com um sorriso nós lábios) identidade e CPF por favor.

            Acho que depois de uns vinte clientes eu já estava sem paciência de fazer a mesma coisa.

             Eu amo meu trabalho mas meu negócio é mexer com  o financeiro, números, porcentagem essas coisas por isso que estou em administração.

             Fiz um estágio obrigatório da faculdade em uma empresa de marketing muito famosa com uma filial aqui, e já coloquei meu curriculum lá na esperança de ser chamada o mais rápido possível, sempre foi o meu foco administrar uma empresa de bilhões com muito números e vírgulas.

               Quando deu duas da tarde eu estava tremendo de tanta fome, olhei pra o balcão onde a Tereza estava e ela me olhou na hora, sorri fazendo um gesto com a mão a chamando pra comer e ele mexeu os lábios falando cinco minutos, confirmei e fui juntar umas coisas, graças a Deus acho que por hoje acabou mas preciso esperar da minha hora que só é nas quatro.

           Aproveitei e fiz um pedido pelo Ifood, zero coragem de sair pra comer, pedi um escondidinho de carne seca, com uma sala e coca cola bem gelada como eu amo.

            Vi a Tereza vindo ao mesmo tempo em que meu celular vibrou avisando que o meu almoço tinha chegado.

             - Me espera na copa que eu vou buscar meu almoço ( fui saindo com ela atrás de mim)

              - Eu também pedi meu amor, e ele acabou de chegar ( nossa sintonia é desse tipo) e aposto que foi no mesmo lugar ( sorri e fomos pegar, realmente tudo do mesmo lugar)

            Puxei a cadeira daquela pequena mesa, abri minha marmita e o cheiro invadiu minhas narinas fazendo minha barriga roncar mais ainda.

            - Anny que olhinhos brilhantes são esses, deu essa noite foi ( juro que foi involuntário comecei a tossi por me engasgar com a coca) deu sua safada, quem foi o da vez ( sorriu com cara de safada como se eu fosse dessas)

            -  O bipolar ( ela me olhou desacreditada) aí Tereza não me olha assim, a carne é fraca (não menti, ter aquele homem na sua frente e deixar a oportunidade passar é meio impossível)

              - Como foi isso eu quero saber e quero com detalhes ( sorriu exagerada e eu dei graças a Deus por estarmos só ela e eu naquele ambiente ) eu não estou brincando ( apontou o dedo na minha cara e eu fui pra morder mas ela foi rápida a puxando para o seu peito e eu sorri)

           Contei pra ela tudo que tinha acontecido com o Edu, só omiti a parte dele ser alguma coisa dentro daquele lugar, nem eu mesma sem dizer como eu me sinto sobre esse assunto imagina como eu vou explicar a ela.

           Nosso horário de almoço acabou e eu voltei para a minha mesa, não demorou muito e deu o horário para o banco fechar, o privilégio de trabalhar aqui as quatro da tarde acaba todo o atendimento.

            Arrumei minhas coisas para poder ir embora porque meu segundo turno ia começar cedo.

           Fui até o meu carro, na hora que eu abri a porta do motorista e o cheiro do Eduardo veio me receber, fechei os olhos para pensar que estava em seus braços.

          Sai do meu sonho que mais era uma vontade e entrei seguindo o meu caminho.

           Quando cheguei ana facul encontrei logo o Thales que é o namorado da minha prima e que por minha sorte faz o mesmo curso que eu.

           - Minha baixinha ( veio me abraçar e eu retribuir o abraço, ele era como um segundo irmão pra mim)

           - Fala bochecha ( ele odeia ser chamado assim)

            - Não veio no dia que a professora formou os grupos e ficamos separados ( bufei, eu amo fazer trabalho com ele)

             - Faltei, mas vou ter que entrar em algum porque não vou ficar sem nota ( concordei)

               - Vai pedir pra ficar comigo mesmo (fiz bico pra ele que riu bagunçando o meu cabelo)

              - Sabe que eu vou, não precisa de drama ( sorri voltando a o abraçar)

               - Como você está ( perguntou parando em minha frente)

             - Por encrivel que pareça estou bem ( falei sorrindo sem conseguir esconder que estava feliz)

             - Tem nome essa felicidade ( confirmei) então fala ( neguei)

              - Não é hora ainda, quando for você vai ser o primeiro a saber ( Thales é uma pessoa maravilhosa, leve com um coração enorme)

              - Espero ( me abraçou dando um beijo no topo da cabeça)

             Entramos na sala e já dei de cara com o Gabriel, o garoto inconveniente não sabe o que é um não, sentou do meu lado e começou a puxar assunto sem pé nem cabeça, eu só balança a cabeça olhando para o nada e me controlando pra não mandar e tomar no cu com esse papo.

            O professor entrou e eu agradeci mentalmente por isso mesmo essa aula de gestão de agronegócios sendo chata.

            Hoje eu estava mais desligada que qualquer outro dia, minha mente estava viajando pra minha noite, Eduardo é pura furada mas já está tomando conta dos meus pensamentos mesmo eu tentando manter ele longe.

            

Acaso  Parte l  (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora