Edu narrando...
Depois de chegar no prédio da Anny e ter a certeza de que ela estava bem eu voltei a respirar, porra passei cinco horas dentro dos matos só pra ver com meus próprios olhos se ela estava bem, uma apreensão filha da puta só de pensar que poderia acontecer alguma coisa com ela, tô me arriscando eu sei mas não me importo não, ela vem em primeiro lugar.
Minha Índia tava toda chorosa pensando que eu tava com raiva dela, e pior ainda é que ela pensava que eu não tava feliz por ela, porra eu tô aqui orgulho puro dela, passou com nota máxima como eu não iria ficar feliz, a Anny é foda e merece isso e muito mais, meti logo o anel e a aliança no dedo dela, aqui não tem tempo pra esperar não, ficou noiva e casou na mesma hora.Acordei com um mar de cabelos no meu rosto, nem percebi que tinha dormido, só lembro dela falar que queria deitar e me chamou pra ir com ela, fui e fiquei fazendo carinho em sua cabeça até que ela pegou no sono, mas como ela é minha calmaria acabei dormindo também.
Tava apertadão pra dá uma mijada mas não queria acordar ela, fui me saindo aos poucos ela se virou pro outro lado mas continuou dormindo, fui no banheiro rápidao minhas costas estavam doendo pra um caralho, levei uma queda filha da puta ontem chegando na saída da mata, nem senti nada na hora por ta com o corpo quente só que agora senti tudo, uma dor fina na parte de baixo que aumentava na hora que pisava no chão.
Mijei e depois fui escovar os dentes, a Anny já deixava umas paradas pra mim aqui então aproveitei pra jogar uma água no corpo, ardeu na hora as costas então nem demorei muito.
Sai do banheiro e ela continuava do mesmo jeito, fui pro seu guarda roupa, peguei uma cueca minha junto com uma roupa, ela tava trazendo minhas blusas tudo só pode, acho que tinha umas seis sem brincadeira.
Me vesti e fui olhar meu celular, tinha colocado ele pra carregar no carregador da Anny, vi que tinha uma mensagem de um número diferente, era o Digo avisando que precisava falar comigo mas não no morro, fiquei de encontrar ele em minha casa aqui da pista mesmo, não sabia o motivo de não ser lá mas nem procurei entender depois eu vejo isso.
Fui até minha Índia vendo ela dormir, dei um beijo em suas costas e ela se encolheu toda.
- Para Tereza ( sorri vendo o quanto ela tava apagada, dei outro beijo) porra Tereza eu tô com sono (puxou o edredom se enrolando toda)
- Amor sou eu ( falei baixinho para não assustar ela mas ela nem se mexeu) Anny eu vou precisar sair ( quando dei em sair ela despertou na hora)
- Você não pode sair vida ( sentou na cama toda preocupada)
- Tá de boa a pista Anny, não pega nada ( tentei tranquilizar ela que só negava com a cabeça)
- Você falou que estão atrás de você Eduardo, vai sair pra que ( erro da porra meu viu)
- Amor, eles estão atrás do fantasma não de mim, ninguém tem prova não dá identidade dele entendeu ( ela confirmou com a cabeça mas seus olhos já estavam cheios de água) chora não Anny tá de boa ninguém vai me pegar tá ligada.
- Como você tem certeza disso (colocou as mãos na cabeça ) você deveria ter ficado lá vida, lá tem os meninos que fazem sua segurança.
- Eles estão lá embaixo, fica de boa ( alisei seu rosto) vai ficar tudo bem, eu vou da meu jeito e tu vai ver que não vai dar em nada ( puxei ela pra um selinho) porra tô brocado de fome ( tentei mudar de assunto)
- Tem suco na geladeira ( fiz careta mesmo)
- Porra esqueci que você é estranha e não toma café ( levantei da cama e peguei o relógio fechando em meu pulso) tô precisando de um pretinho bem forte ( ela levantou também com a cara de riso, camisola colada no corpo, meio transparente gostosa pra um caralho)
- Eu comprei café só não sei como fazer ( neguei com a cabeça)
- Muito patricinha minha Índia, não sabe nem fazer um café ( cruzou os braços no peito bolada)
- Eu não gosto e e nem tomo pra que eu vou saber fazer ( sorri do jeito que ela falava)
- Tá certa ( levei a mão as costa) porra.
- O que foi ( me olhou preocupada)
- Levei uma queda filha da puta quando tava saindo do morro ( me olhou sem entender)
- Como foi isso Eduardo ( perguntou enquanto predial o cabelo n alto da cabeça)
- A entrada tava cheio dos fardados aí tive que sair por outro lugar, parada escura pra um caralho aí deu nisso ( ela prendeu o riso) nem começa Anny.
- Oxe eu nem falei nada ( tapou o rosto) aí vida você tá ficando velho não pode se aventurar mais não ( ela sorria da minha cara na maior cara de pau, olhei pra ela sério) parei ( levantou as mãos) bora vou pegar um remédio pra você.
- Meu remédio é uma verdinha mas você embasa meu lado quando eu tô aqui.
- Claro Eduardo, os vizinhos vão achar o que ( colocou a mão na cintura) fora que aquilo fede muito ( fez careta) não onde vocês acham graça naquilo.
- Fala mal da verdinha não amor, porra ela é pura vem da natureza não sei pra que tanto preconceito com ela ( a Anny simplesmente negou saindo do quarto e eu fui atrás)
Quando chegamos na sala as duas lá estavam começando a acordar, Natalia abriu o maior olhão quando me viu, cumprimentei as duas e fui pra cozinha, não vou me meter nessa parada não, nem vocação pra isso eu tenho.
Tomei o remédio que a Anny me deu e fui fazer meu café, Anny foi tomar suco como sempre, falei com os meninos que estavam na segurança embaixo e pedi pão fresquinho, tomamos um café da hora com a loirinha falando mais que tudo, Anny e Natália sorriam e eu negava com a cabeça, essa mina é muito doida juízo zero.
Quando terminei avisei a Anny que ia precisar sair, mas só que eu voltava pra dormir com ela, a morena ficou louca pensando que eu ia voltar pro morro mas a tranquilizou legal.Entrei em casa encontrando o Digo e o ioiô, os dois estavam sérios e pensativos, mas o que chamou mesmo minha atenção foi a Dra: Amanda que estava no canto da sala falando ao telefone e a conversa parecia seria.
- O que tá pegando ( perguntei logo quando ele desligou o celular e veio pra perto)
- Eu te falei que você precisava se afastar do Vidigal ( olhei pra ela achando graça, porra não sei como vou deixar minha favela assim)
- Qual a da vez ( né joguei no sofá sentindo aquela dor filha da puta)
- Estão querendo te associar aos crimes e vendas de drogas que vem dos frentes de lá ( olhei pra o Digo e pro Ioiô) você sabe o quanto isso é ruim.
- Posso imaginar essa parada, mas porque eu não posso ir pra lá, tenho casa daquela porra e tiração é essa, homem honesto não mora em comunidade não, preconceito filho da puta ( ela negou)
- Não é buquê você não possa morar lá ( falou calma, não escondo nada da minha advogada não, ela sabe de todas as minhas paradas e recebe muito bem por isso, então ela tá ligada que eu não vou me afastar)
- Parceiro escuta a gata ( ioiô tomou a frente piscando pra doutora que virou pro outro lado) tu saiu tem pouco tempo da prisão, nois tava fazendo tudo pelas beiradas pra não pegar nada, aí quando tu sai o Rio começa a movimentação total, porra os outros frentes não tem sua disposição e coragem não, são tudo pau pequeno eles sabem que o fantasma que tava sumido enquanto tu tava preso voltou quando tu saiu, e de quebra tu não sai mais do morro.
- É isso mesmo, fica por aqui, chama a atenção deles prós seus negócios de playboy ingomadinho, nois faz tudo por tu quando a poeira abaixar tu volta ( Digo olhou pra Amanda) e acaba com quem tá no seu pé ( eu sei de quem ele tá falando, e do filho da puta que ta mexendo no vespeiro sem proteção)
- Vocês tão afim de me foder né, querem minha quebrada é isso ( me exaltei, porra parada chata) tô estrando os dois.
- Tá me estranhando porra, tive a chance de tomar o que é seu quando tu tava preso e eu não fiz essa parada ( Digo se exaltou também) tô com tu a quanto tempo pra vim desconfiar de mim agora ( neguei com a cabeça)
- Eu vou até me sair depois de uma dessa ( ioiô falou) já sei meu papo tu abraça se quiser ( saiu sem falar mais nada, sei que ficou puto)
- Também já dei o meu, agora se tu não confiar mais em mim, eu não sei nem o que eu tô fazendo aqui.
- Ouvi seus amigos, eu como sua advogada falo que isso será o melhor, entenda que é mais fácil resolver tudo com você solto, porque se te pegarem vai ser mais difícil te tirar de lá outra vez ainda mais de ficha limpa, sou boa no que faço mas não aprendi a fazer milagre ainda não ( falou seria, essa mulher é foda, porra ela como sempre tem razão)
- Desculpa ae parceiro ( dei a mão ao Digo) cabeça quente da porra ( ele olhou pra minha mão)
- Tá algemado agora ( falou olhando pra aliança em meu dedo, confirmei com a cabeça)
- Porra aquela miniatura te pegou de jeito mesmo ( neguei com a cabeça, se a Anny ouvir ele chamando ela assim )
- Mas um motivo pra você se afastar ( a Amanda veio para o nosso lado) pega a sua namorada e faz uma viagem, vão curtir ( concordei)
- Tem como agilizar tudo certo, no papel ( Digo deu uma gargalhada e eu só olhei pra ele sério)
- Tem sim, faz a viagem, quando vocês voltarem vai tá tudo certo, mas deixa eu te falar uma coisa, essas desconfiança deles pode ter um motivo ( intercalou o olhar entre nós dois)cuidado em quem vocês confiam, eles estão muito agitados para ser uma simples desconfiança. ( aquilo foi o bastante pra me deixar pilhado outra vez)
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Acaso Parte l (Concluída)
RomanceEduardo Castelli,32 anos dono do Vidigal uma das maiores favelas do Rio de janeiro, preso por 5 anos injustamente acusado da morte do irmão mais velho, sem cumprir nem metade da pena ele consegue liberdade por falta de provas, ele da Ary franco jur...