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Anny narrando...

         Eu nem acredito no que acabou de acontecer, e nem entendo nada,
como o Eduardo pode conhecer o Murilo, e como o Murilo teve acesso a um lugar tão privado, minha cabeça está dando voltas a procura de uma justificativa pra todas essas coincidências.
         Não lembro direito como vim parar aqui, só lembro de me agarra ao preto e como se eu tivesse apenas piscado e já estava entrando aqui dentro da casa do Eduardo com a Natália ao meu lado.
         Tomei um banho por muita insistência das minhas duas babás Natália e preto, e agora estou esperando o Eduardo entrar por essa porta em minha frente.
            - Ele tá demorando ( falei olhando pra Natalia que estava sentada ao meu lado segurando minha mão, o preto foi do lado de fora fazer alguma coisa) eu estou com tanto medo ( soltei sua mão e me curvei pra frete apoiando meus cotovelos sobre meus joelhos nervosos, tapei meus olhos que ardiam por conta das lágrimas)
             - Calma Anny, daqui a pouco ele está aí ( passou a mão em minhas costas tentando me tranquilizar mas é impossível, o Murilo não presta tenho medo do que ele possa fazer ao Eduardo)
            - Naty, você não conhece aquele homem ele é perigoso e pode fazer alguma coisa com o Eduardo e isso me deixa louca (  segurei meus cabelos no topo da cabeça e ela sorriu como se eu tivesse acabado de falar uma piada)
             - Acho que você ainda não tem noção de com quem está se relacionando (falou me chamando atenção com suas palavras, voltei a olhar pra ela e entender o que ela queria falar com aquilo) o perigo é o Eduardo e os amigos que andam com ele, você acha mesmo que esse seu ex tem alguma chance contra aqueles homens ( arregalou os olhos) o Eduardo tá muito bem acompanhado, mas só ele sozinha acaba com aquele rapaz ( estalou os dedos) assim.
              - Eu sei mas ( me cortou)
              - Não tem mas, acabou pra seu ex ( acabou, tapei a boca)
              - Você acha que ele o matou ( perguntei morrendo de medo da resposta, mas ela balançou a cabeça confirmando)
               - Tenho quase certeza que sim ( mais lágrimas desceram e eu me calei, não tinha mais o que eu perguntar pois tenho medo das respostas)
             Fiquei em silêncio e acho que ela entendeu que eu precisava daquilo, eu preciso processar tudo que me aconteceu hoje que era pra ser só um dia de curtição.
             Voltei a cobrir meu rosto com as mãos, aquela espera estava me matando mais que qualquer coisa.
             Ouvi a porta ser aberta e por ela entrar o Eduardo junto do Diogo e outro homem moreno, não tive como levantar pois minhas pernas não me respondiam, mas só de o ver ali na minha frente bem fez eu sentir um alívio na alma.
            Ele conversava com os dois mas seus olhos estavam em mima todo momento, em uma hora ele me ofereceu um sorriso que me causou um choro compulsivo, eu nunca senti tanto medo em minha vida por uma pessoa, se algo acontecesse a ele eu nunca iria superar nem me perdoar, na verdade saber que alguém se ferio por minha causa está me deixando louca.
            Sempre vivi em um mundo tão fechado em um relacionamento abusivo e com uma família que me privou de viver com eles, eu pensei que só existia aquilo de preocupação, mas vendo onde eu me encontro agora tenho plena consciência de que eu vivia com uma veda sobre os olhos me privando de ver tudo que se pode acontecer na vida de meros mortais.
            O Eduardo veio em minha direção sorrindo mas ao mesmo tempo com uma fisionomia preocupada, se agachou na minha frente segurando minhas duas mãos que estavam na lateral do meu rosto, deu um beijo na ponta do meu nariz.
               - Voce está bem ( né olhou com amor)
               - Sim... Na verdade acho que sim ( tempo) você o matou ( engoli o choro o perguntando, ele me olhou feio mas negou com a cabeça)
               - Não Anny, não matei mais faltou pouco ( isso me fez chorar mais ainda)
             Vi que ele não gostou da pergunta porque se levantou e foi até a cozinha quando voltou tinha uma lata de cerveja em sua mão.
              Em pouco tempo todos que estavam ali dentro foram embora me deixando sozinha com um Eduardo aborrecido, criei coragem e fui até ele que estava olhando pra longe encostado na porta.
              - O que foi ( perguntei sem jeito, ele me olhou franzindo a testa)
              - O que foi ( sorriu) você deve tá de brincadeira ( voltou pra cozinha irritado e eu fui atrás)
               - Não Eduardo, eu não estou de brincadeira, só quero saber o que aconteceu pra você fechar a cara assim ( me encostei na mesa esperando ele falar alguma coisa)
               - Aí Anny, deixa eu refrescar sua mente, eu venho daquele inferno louco de preocupação com você em tempo de da de cara com um poste ou um muro Oi tá quando eu pisar aqui dentro você vim me perguntar se eu matei ele ( aumentou o tô de voz) E DAI SE EU TIVESSE MATADO ANNY PORQUE EU MATO PESSOAS (fiquei abismada com sua maneira de me tratar)
               - Eu só queria saber ( falei baixo)
               - QUERIA SABER UMA PORRA... O QUE É ANNY VOCE AINDA GOSTA DAQUELE LIXO DE HOMEM PORQUE SE FOR EU PEÇO PRA ALGUÉM IR TE DEIXAR LA PRA CUIDAR DELE, MAS SE PREPARA PRA LEVAR A MAIOR SURRA DA SUA VIDA, PORQUE VAI SER ISSO QUE ELE VAI TE DAR QUANDO ESTIVER BOM ( suas palavras me machucavam)
                - Não, claro que não Eduardo, eu não quero ir ei só perguntei porque machuca saber que alguém morreu por minha causa, se isso é normal pra você tudo bem mais pra mim não é ( ele veio pra mais perto de mim)
                - Olha, coloca uma coisa aqui ( bateu com o dedo em minha cabeça) eu não o matei ele mas já me arrependi porque sei que ele ainda vai vim atrás de confusão, aí eu não vou pensar duas vezes antes de alojar duas balas na cabeça dele, porque é isso que homens como ele merecem e você deveria saber disso ( engoli a seco)
               - Eduardo eu sei o que ele é, e do que ele é capaz eu só fiquei nervosa, você né colocou lá sabendo de tudo eu fui pega de surpresa né dá um tempo também, ele poderia ter me machucado ou feito até coisa pior, você pensou no medo que eu senti ( coloquei a mão sobre o peito) ele vai ser despedido por justa causa, e essa justa causa ( fiz aspas com os dedos) sou eu.
               - Você acha que eu sou algum moleque emocionado que não sabe o que faz, eu tava com tudo palmeado ( apontou pra palma da mão) eu sabia de tudo, tinha mais homens meus dentro daquela boate do que pessoas normais, todos dentro daquela área tinha um propósito que era tirar você e seus amigos em segurança caso desse alguma merda ( abaixei a cabeça) você acha que eu sou louco de te colocar em um lugar que eu não consiga te proteger Anny ( suas voz era firme)
             - Eu fiquei com medo ( comecei a chorar e ele veio me abraçar, me acordei nele sentindo seu perfume que virou meu vicio, eu chego a ter medo do quanto eu amo esse homem)
             - Agora passou, você está bem ( beijou minha cabeça)
              - Eu te amo vida.
              - Eu também te amo minha morena.
     





Ótimo feriado a todos!
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Acaso  Parte l  (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora