Anny narrando...
Sai do banheiro depois de lavar meu cabelo, não lembrava a última vez que tinha feito isso já que os meus últimos dias estão resumidos a dormir e assistir série, nem comendo direito eu estou, só consigo quando o Eduardo tá comigo e isso tá bem difícil nos últimos dias.
Aquele afetou ele também, não foi só eu que fiquei confusa o Eduardo ficou mas agora eu sinto que ele sabe algo a mais só que não quer me contar e eu acho um saco, preciso saber pois era a mim que ele queria levar e não ele.Desistir de voltar ao trabalho porque lá me faz lemvrar os momentos ruins ao lado do Murilo, não tinha como fazer isso se minha cabeça já está cheia de preocupações e medo, agora é só esperar o resultado da minha entrevista.
Eu pergunto se está tudo bem e a resposta é sempre a mesma, tá tudo tranquilo, acho que já tá gravada na ponta da língua dele essa frase pois são quase duas semanas escutando a mesma coisa.
Peguei uma camisola larga e a vesti colocando a calcinha grande, tudo está me incomodando até mesmo aquela situação.Fui até a sacada do quarto penteando o cabelo na intenção de obter um pouco de vitamina D, do outro lado da rua o mesmo carro com dois dos seguranças do Eduardo encostados, isso é muito chato saber que tem pessoas que estão ali vinte e quatro horas por dia por minha causa.
Voltei pra dentro de casa e me sentei na ponta da cama vendo a hora, cinco da tarde e a última mensagem do Eduardo foi que ele só iria chegar na madrugada pois tinha muitas coisas pra resolver mas caso desocupasse antes me avisava.Olhei para o lado para colocar a escova sobre a mesa de cabeceira e voltei a olhar para o meu celular que agora tocava e um número desconhecido apareceu no visor,não iria atender mas estou esperando uma ligação importante.
- Alô.(...)
Eu nem acredito nisso, o emprego é meu mas não seria aqui no Rio, o treinamento de um ano seria em Belo Horizonte, minha cabeça deu um giro de 360 graus, como o Eduardo iria reagir sobre isso, tenho certeza que ele vai bolar e me fazer desistir, na verdade nem eu mesma sei se quero isso, ficar tanto tempo longe dele, tem os fins de semana que eu poderia vir mas não seria a mesma coisa.
Fiquei de dá uma resposta na segunda, vai ser o tempo de ter uma conversa com todos, mas acho que não vou aceitar quero muito esse emprego mas não quero ficar longe da minha família.Deitei minha cabeça ali pra pensar nos prós e contras caso eu aceite ou não aceite, peguei no sono com aquilo na minha cabeça.
Acordei com o bip do celular mostrando novas mensagens só que de um número desconhecido.
•Terminei de resolver minhas coisas vim comer uma parada, vem me encontrar aqui ( estranhei o número)
•Acho que foi engano ( digitei e envie, na mesma hora foi visualizado e começou a digitar)
•Sou eu Anny, o outro número de um b.o tive que trocar, era pra eu ter avisado ( sorri) vem eu tô naquela barraca de cachorro quente ( olhei no celular era dez da noite)
• Daqui a pouco eu chego aí ( deixei o celular de lado e fui me trocar, nem sei se ele falou mais alguma coisa)
Coloquei uma calça legging preta e um moletom grandão já que hoje tá meio frio, calcei minha sandália e fui chamando um carro não tô afim de dirigir e nem vou com os meninos.
Logo minha viagem foi aceita e eu desci, só vi o carro mas os meninos estavam do outro lado nem me viram entrar, o Eduardo vai pirar com isso.
Olhei o celular em minha mão e não tinha mais nenhuma mensagem nem ligação do Eduardo, logo eu estava parando na praia e vendo o movimento que tem por ali, mas meus olhos só prestou atenção em um casal que estava mais pra ponta, reconheci aquele homem, na verdade eu conheço ele até no escuro era o Eduardo e uma mulher alta como ele magra, não dava pra ver o seu rosto.
Pedi pro motorista esperar mais um pouco e eu fiquei ali vendo no que iria dar.
Ela falava e ele observava atenciosamente, suas mãos alisavam os braços dele que em nenhum momento de afastou do toque, as mãos dela subiram para as laterais do rosto dele fazendo ele colocar suas mãos sobre as delas, não consegui aguentar e comecei a chorar, como ele foi capaz de fazer aquilo comigo, eu pensei que não poderia ficar pior mas eu estava enganada, ela juntou os lábios no dela e nessa hora meu mundo desabou pois ele continuou ali parado, peguei meu celular e bati a foto pedindo em seguida para o motorista voltar.
Graças a Deus que ele não reclamou só voltou pelo mesmo lugar, na minha cabeça as mesmas palavras martelavam idiota, Anny você é a idiota que acreditou nas mentiras dele.
O carro parou e eu saí correndo, o pagamento estava no meu cartão, subi me afogando nas minhas lágrimas.
Eu ia resistir dos meus sonhos por um homem que me fez de otária por tanto tempo, tudo que vivemos foi uma mentira no caso dele porque pra mim não foi, tá doendo tanto uma dor agonizante uma dor que eu seria capaz de dá um tiro no meu próprio peito para parar de sentir ela.
Abri a porta me jogando no chão, eu não mereço isso eu o amei eu o amor de um jeito inexplicável.
Chorei tudo que tinha pra chorar jogada naquele chão gelado, e tomei uma decisão, eu vou aceitar o emprego e sair daqui.
Engoli o choro por agora e me levantei, preciso encontrar uma passagem o mais rápido possível, não vou avisar a ninguém, agora eu preciso pensar em mim já que passei toda a minha vida pensando nos outros.
Eu não me importo se alguém quer me pegar ou se vão me chamar de egoísta, já fui muito machuca não quero continuar sendo.
Não vai ser fácil mas sei que vou conseguir, vou me dedicar ao máximo dando o meu melhor até chegar onde eu quero chegar ao topo.Continua no segundo livro em breve...
Leitoras minha antigas sabem como funciona.
Informações (87)999367507
VOCÊ ESTÁ LENDO
Acaso Parte l (Concluída)
Roman d'amourEduardo Castelli,32 anos dono do Vidigal uma das maiores favelas do Rio de janeiro, preso por 5 anos injustamente acusado da morte do irmão mais velho, sem cumprir nem metade da pena ele consegue liberdade por falta de provas, ele da Ary franco jur...