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Anny narrando...

           Eu não sabia nem como responder, todas as palavras fugiram da minha mente e minha boca estava incapaz de formular alguma frase, então só confirmei com a cabeça.
             - Nao precisamos subir não, podemos procurar um lugar por aqui mesmo ou podemos ir em algum outro  lugar que você queira (neguei)
             - Aqui tem uma área mais privada (enfim consegui falar, mas minhas pernas ainda estão bambas o que esse homem quer comigo, eu não fiz nada, fui andando e indiquei com a cabeça para ele me segui)
          Entrei em uma pequena sala de está da portaria do prédio, ninguém vem aqui praticamente então esse seria um ótimo lugar pra.conversar sabe-se lá o que com esse homem.

            - O que o senhor quer comigo (fui logo perguntando, eu preciso saber o motivo de um investigador da polícia federal vim me procurar a essa hora)
             - Assim vou me sentir velho moça, pode me chamar de Gabriel.
             - Senhor juro que não estou com tempo pra isso, fala logo o que deseja porque se o senhor não percebeu está um pouco tarde e eu acabei de chegar da faculdade cansada (não sei de onde arrumei coragem pra falar assim com ele, mas estou vendo em seus olhos que ele gosta de jogar e eu não estou afim de entrar nesse jogo)
             - Não precisa ficar na defensiva, só quero te fazer algumas perguntas (sorriu pra mim e eu fiz um gesto pra ele continuar a falar) de onde conhece o senhor Eduardo Castelli (parei de respirar na hora)
          Juro que eu não sabia o que responder, ele está aqui por conta do Eduardo estou ferrada, qualquer resposta errada eu acabo com a vida dele e também com a minha.
              - Que fundamento tem essa pergunta (ele sorriu coçando o queixo )
              - Poderia inventar mil coisas mais não estou afim, é só por pura curiosidade mesmo ( olhei pra ele sem acreditar em.sua resposta)
             - Então eu sinto em te dizer que não é da sua conta (fui saindo e ele segurou o meu braço com força)
             - Moça não estou pra brincadeira, te fiz uma pergunta e estou querendo uma resposta (seu tom brincalhão mudou para um tom sério)
             - Isso é um interrogatório formal, será que eu posso saber o motivo de está sendo importunada no meu prédio por um policial que tem apenas uma curiosidade, posso ser nova mas conheço os meu direitos, e acho que tenho o direito de me manter calada e manter minha vida pessoal guardada só pra mim (ele voltou a sorri e isso me deu vontade de chorar mas não deixei transparecer)
             - Uma moça tão bonita (me olhou dos pés a cabeça) estudada e muito inteligente se envolvendo com um homem daquele tipo, um assassino e mais um monte de coisa.
             - Você tem prova que ele é tudo isso mesmo ( respirei fundo passando confiança em minhas palavras, ele está afim de me amedrontar mas não vou dá esse poder a ele)
              - Ainda não mais não vai demorar muito, e você sabe que estando com ele vai te colocar em furada.
              - Me relacionar com uma pessoa faz isso agora é, como eu te disse se esse não é um interrogatório oficial não temos o que conversar boa noite (fui saindo só que mais uma vez ele me segurou) você pode me soltar por favor ou eu vou te acusar de agressão.
             - Anny acho que você ainda não entendeu, ele vai cair e você vai junto.
             - Você está me ameaçando (negou)
             - Não, eu só estou te comunicando, isso não é brincadeira de criança não é coisa séria.
             - Quem te falou que estou brincando, eu nem sabia da sua existência até agora pouco, não estou fazendo nada de errado, conheci o Eduardo em uma boate e ficamos não vejo nada de errado nisso, ou tem?
             - O aviso foi dado depois não reclame por está estragando toda a sua vida, sua faculdade seu futuro.
             - Boa noite ( sai e dessa vez ele não me segurou)
         Meu coração estava quase saindo pela boca, nunca passei por nada parecido se coagida por um policial porque foi isso que ele acabou de fazer comigo, sei o que o Eduardo faz na rua mas não me importo assim como também sei que ninguém tem provas contra ele, todos querem o prejudicar pela morte do seu irmão e isso tenho plena certeza de que ele não fez.
         Subi desesperada ligando para o Eduardo mas tava indo pra caixa de mensagem, inferno.
         Peguei minha bolsa e desci as pressas, estou até com medo de dirigir no estado que me encontro mas não tem jeito, preciso falar isso pra ele ou então vou enlouquecer.
           Passei pela Niemeyer como um foguete para minha sorte todos os sinais estavam abertos mesmo num fluxo de sexta feira cheguei na metade do tempo de costume, passei pela subida avistando o preto junto de outros meninos parei o carro e abri a janela o chamando, ele veio todo sorridente.
             - Fala índia o que manda ( ele tava leve e eu com um peso na cabeça de tanta preocupação)
              - Sabe se o Eduardo está em casa (perguntei afobada)
             - Não tô ligado não, mas eu posso passar um rádio (me olhou preocupado) aconteceu alguma coisa Anny eu posso te ajudar (neguei)
             - Eu só preciso falar com ele, já liguei e o celular tá dando caixa (não sabia mais como disfarçar meu desespero, será que me livrei do Murilo e acabei arrumando uma coisa pior)
           Vi quando ele se afastou falando no rádio e o tal cabeça encostou.
              - O que tá pegando patroa ( seu sorriso me causa arrepio)
              - Você sabe onde o Eduardo está (ele confirmou)
              - Tá tendo pagode na rua de cima tá ligada, ele encostou lá com uns parceiros se quiser eu te levo ( concordei mais ao mesmo tempo neguei) quer ou não quer ( eu não quero contato com ele.
              - Vai na sua moto que eu te sigo (ele abriu mais ainda o sorriso)
              - Tá com medo gata.
              - Acho que eu já te expliquei que tenho nome e não é gata ( levantou as mãos em rendição) você vai me levar ou vai ficar só me enchendo mesmo.
              - Me segue ( ele foi saindo e o preto encostou)
               - Ele tá na rua de cima mas não falei com ele mesmo não ( coçou a cabeça) vai pra casa dele e espera ele lá  vou dá um jeito de ir lá.
                - Não, eu já sei onde ele tá, o cabeça vai me levar até lá ( e negou)
                - Você vai sujar pro nosso lado Anny, o chefe não vai gostar.
                 - Ele não tem que gostar de nada, eu só preciso falar uma coisa com ele vai ser rápido, e preto não tenta me impedir ( levantei o vidro e olhei pra frente, o cabeça seu sinal e eu o segui)
               A rua de cima realmente era em cima, pensei até que não iria chegar, mas até que eu cheguei, o tal pagode tava mais pra orgia ao ar livre, por isso que é mais afastado, os turista nunca iriam imaginar que em uma favela tão bem frequentada por artistas iria ter uma coisa dessa.
              Desliguei o cartão saindo logo em seguida, o cabeça estava a minha frente varrendo o local com o olhar, sei que ele tava procurando o Eduardo assim como eu, mas não demorou muito pra eu o encontrar sentado conversando com um homem mais ou menos da sua idade, ele falava perto do ouvido do homem já que o som estava muito alto, vi alguns dos seus seguranças ao seu redor, eles me avistaram também, assim como eu avistei a quantidade de mulher nua ao redor, praticamente esfregando a bunda na cara dos homens.
             Antes mesmo de eu da o primeiro passo ele foi avisado da minha presença me olhando sem acreditar, sustentei seu olhar cruzando os braços sobre o peito, ele é moreno mas posso garantir que ele no momento está branco, voltei um pouco me encostando no carro, toda aquela situação estava me deixando tonta e ver onde ele estava agora enquanto um policial me ameaçava só piorava as coisas.
             Ele encostou mas não falou nada só ficou me olhando sério.
                - Grande saudade essa sua né Eduardo ( ele não respondeu nada) você realmente queria que eu conhece ou estava torcendo pra eu ficar em casa ( aumentei a voz)
              - Não viaja Anny, passei a semana te chamando e você só pisando.
               - Claro, ir  pra minha casa resolver minhas coisas e pisar em você, acorda Eduardo eu também tenho uma vida, mas diferente de você quando eu disse que não viria hoje realmente era porque eu estava cabeçada, aí você usou essa oportunidade pra vim até esse lugar né, pegou quantas já porque pelo seu estado não vou acreditar se você disser que tá limpo ( olhei pro seu dedo que tinha um cigarro) de tudo.
              - Eu não peguei ninguém tá doida, e eu acabei de chegar.
              - Cadê seu celular ( ele me olhou confuso, bateu no bolso pegando o celular que não ligava)
              - Descarregou ( passei a mão na cabeça sentindo o desespero tomar conta de mim, não sei se é certo conversar com ele agora, dá pra ver que tá chapado seu extremamente nervosa)
              - Eu vou embora, foi uma péssima ideia vim aqui ( destravei o carro abrindo a porta e ele a fechou )
              - Você me ligou foi, tava descarregado desculpa eu acabei de chegar e já ia pra casa, você queria me avisar que tava vindo mas adorei a surpresa minha morena( ele veio me abraçar mas eu o empurrei)
               - Eu não vim fazer surpresa nenhuma não, nem te liguei pra avisar que estava vindo.
               - Então foi pra que, aconteceu alguma coisa ( tentou me abraçar mais uma vez e eu deixei já sentindo a primeira lágrima descer)
              - Um tal de Gabriel Torres foi até minha casa perguntar sobre você ( ele me afastou pra ver meu rosto)
             - Que história é essa Anny ( parece que todo o efeito do álcool e da droga passou)
              - A federal tá no meu pé porque estou namorando com você.









Bom fim de semana a todas 💋💋💋💋💋💋

          

Acaso  Parte l  (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora