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Anny narrando...

       Peguei a Niemayer indo em direção ao meu apartamento o relógio já marcava quatro e meia da tarde e eu estava puro ódio, é tanta gente tentando me fazer de besta e controlar a minha vida ao mesmo tempo.
        Primeiro minha mãe com suas charadas sem pé nem cabeça, e depois aquelo projeto mau sucedido de Barbie tentando testar o pouco da paciência que me restava.
         O que ela falou não saiu da minha mente, ontem realmente quando o Eduardo saiu pra resolver as coisas dele era com ela que ele estava e sabe-se lá o que os dois fizeram.
         Parei o carro na frente da praia e desci travando o carro, olhar pra aquele mar me trazia uma certa tranquilidade e clareza pra poder pensar melhor a que rumo anda minha vida.
         Tudo que minha mãe me falou tem um peso enorme sobre mim de raiva e de medo do desconhecido, não sei se acredito em tudo que ela falou sobre me afastar para o meu próprio bem mas e se for verdade, o que de tão ruim poderia ter acontecido comigo caso tivesse continuado morando lá com eles não faço a menor ideia e nem sei se algum dia vou fazer.
         Fui até um quiosque e pedi um coco bem gelado, estava um calor horrível paguei e fui até perto do mar, não queria ficar no calçadão queria está o mais perto possível da água, molhar meus pés e pedi a ele que levasse todo de ruim que estou pensando com suas ondas.
          Hoje não queria ver o Eduardo, não queria ter que fazer uma cobrança sobre o que a loira me falou pra não ter uma resposta qualquer, sei que ele não vai falar a verdade se é que o que ela falou é verdade mesmo.
          Minha mente tá doida, tudo fora de ordem não sei nem o que fazer, peguei meu celular na bolsa e vi que estava descarregado, acho que foi um sinal de que eu preciso está sozinha, as vezes nossa própria companhia é o que estamos precisando.
          Perdi a noção do tempo ali naquela mesma posição sentada na areia, admirando as variedades de azul que o mar carrega e se unia ao céu que estava em tons alaranjados, seus movimentos que as vezes vinha com mais calma e outras vezes vinha querendo carregar tudo que estava a sua frente inclusive eu.
          Imaginei como seria ser levada pelo mar, dança conforme a sua música até mão aguentar mais e me render a ele e sua profundidade imensa, tudo lá embaixo é um mistério pra mim nada muito diferente da minha vida que está uma verdadeira desconhecida.
         Eu era uma simples órfã de pais vivos que trabalhava e estudava achando que era uma garota normal, mas de uma hora pra outra me apaixonei  por um traficante, descobri que meu ex quer me matar e que eu poderia ter um futuro trágico como minha mãe falou.
           Deixei as lágrimas transbordarem os meus olhos não queria mais prender o que estava me matando aos poucos, não sei a quem eu estou tentando enganar fingindo ser forte enquanto minha menina interior de 13 anos grita por socorro.
            A noite já estava ali, a praia não tinha mais o mesmo movimento de pessoas aqui perto do mar só tinha eu mesma, senti um vento bater em meu corpo e se arrepiar todo, olhei para os lados aí sentir que estava sendo observada, levantei pegando meu tênis e saindo dali o mais rápido possível.
           Entrei no carro e dei a partida saindo dali, acho que a essa hora o Eduardo está me procurando e não duvido muito que ele esteja no meu prédio me esperando, não quero falar com ele sei que vai me perguntar o que eu conversei com minha mãe e esse assunto vai ficar pra outro dia.
          Resolvi não ir pra casa, vou pra um lugar onde vou me sentir bem e acolhida.
          Parei a frente do prédio como o porteira já me conhecia passei direto depois dele avisar que ela estava em casa.
          Toquei a campainha e não demorou para a porta ser aberta e a loira da minha vida está lá, seu olhar está espantado.
            - Onde você estava louca, o Eduardo já me ligou não sei quantas vezes perguntando por você (sorri sem graça pra ela)
            -Eu posso ficar aqui essa noite (perguntei sem jeito)
           - Claro, quanto tempo você quiser.

        

Acaso  Parte l  (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora