Anny narrando...
Cheguei na casa do Eduardo e fui direto tomar um banho queria tirar aquele peso e o cheiro das mãos do Murilo em meu corpo.
Eduardo deu uma saída mas falou que não ia demorar, antes dele ir me fez jurar não sei quantas vezes que eu não iria sair de casa nem tentar fazer nenhuma besteira, ele realmente estava preocupado comigo.
Não queria vim mas agora que estou aqui sei que foi o melhor a ser feito, o Eduardo foi um fofo desde o momento que ele me tirou da frente de um carro, ali naquele momento eu estava cega e só queria sair dali, foi um alívio abrirem a porta.
Sentei na cama ainda enrolada na toalha tentando pensar em uma maneira de contar aquilo pra o meu chefe sem me prejudicar, não está mais dando certo isso mesmo eu tendo uma medida protetora o Murilo nunca vai me deixar em paz.
Vesti um short de tecido fininho e um top era o que o meu corpo pedia naquele momento porque eu estava derretendo de calor, minha cabeça ainda estava doendo e com ele vinha uma cólica infernal e eu sei que só vai passar com remédio mas pra minha sorte eu trouxe tudo pra passar uns dias menos meu remédio.
Desci pra ver se encontrava alguma remédio na cozinha já que lá encima não encontrei nada, ela fala que eu sou estranha por não ter café em casa e qual a pessoa que não tem nenhum tipo de remédio pra dor.
Lembrei que ele disse que iria ficar uns meninos na porta caso eu precisasse de alguma coisa, olhei pela janela e realmente tinha trem meninos novinhos sentados na calçada, subi rapidinho pra pegar minha carteira, é até ironia do destino minha família tem uma farmácia aqui e eu não posso ir até lá.
Quando abri a porta os três levantaram de um vez até parecia que estavam vendo um fantasma.
- O Eduardo que deixou vocês aqui (perguntei meio sem jeito)
-Sim dona, o que manda (o mais baixo entre os três respondeu vindo mais a frente) meu nome é Vinícius mas pode me chamar de zoi (sorri do vulgo dele)
- Zoi eu queria muito um remédio, na verdade dois ( fiquei procurando um jeito de falar que era pra cólica) me dá seu celular pra eu anotar o nome (estendi a mão e ele ficou sem jeito mas né entregou)
Anotei Naramig e Buscofem, entreguei junto com o celular uma nota de cinquenta reais que ele não quis aceitar mas eu insisti, ninguém tem obrigação de comprar remédio pra mim não.
- O que tá pegando ( olhei para o lado e vi o mesmo homem que sempre fica na entrada, ele me olhou dos pés a cabeça com um sorriso malicioso nós lábios)
- Nada cabeça é só a namorada do chefe que tá querendo um bagulho da farmácia mas eu já tô indo buscar ( zoi falou todo atrapalhado olhando para o tal cabeça que não parava de me olhar)
- Zoi quando você chegar me chama viu (ele confirmou indo até uma moto do outro lado da rua, fui saindo e o cara estranho me chamou)
- A gata tá doente ( sorriu, e eu fiz uma casa feia)
- Tenho nome e ele não é gata ( respondi e entrei rápido sim deixar ele vim falar mais nada meu santo não bateu com o desse homem, pode até ser coisa da minha cabeça)
Sentei no sofá enquanto massageava minhas têmporas não demorou muito e eu ouvi bater no portão sai na mesma hora.
Abri o portão e o zoi se afastou um pouco, na hora que coloquei o pé pra fora de casa um carro parou na nossa frente, olhei pra dentro e era o Eduardo.
Ele saiu do carro vindo até onde eu estava com o zoi e os outros meninos, seus olhos estavam nas minhas pernas completamente de fora por conta do short curto.
- Tá fazendo o que aqui fora ( perguntou meio ríspido me olhando)
- Vim buscar isso aqui (levantei a sacolinha com os remédios, e o zoi tirou o troco do bolso) não precisa (ele negou olhando para o Eduardo, joguei o cabelo pra o lado) muito obrigada zoi.
- Ela pediu um remédio chefe eu eu fui comprar só foi isso ( ele estava nervoso mas não era pra menos o olhar do Eduardo era puro ódio)
Sai e deixei eles dois lá fora não estou precisando presenciar uma crise de ciúmes dele.
Fui direto pra cozinha pegar um copo com água, tomei o primeiro remédio e ouvir a porta bater olhei pra trás e o Eduardo estava tirando uma arma da cintura junto com a carteira colocando encima do balcão.
- Isso é roupa pra ir falar com os meus seguras Anny ( cruzou os braços sobre o peito)
- Vou fazer de conta que não estou ouvindo isso ( coloquei o copo na pia e fui saindo mas ele passou pra minha frente)
Meu ânimo está zero pra toda e qualquer discussão, suspirei e olhei pra ele.
- Eu tô falando sério Anny, isso não é roupa pra falar com um monte de macho não ( sorri sem ânimo)
- Seus seguranças.
- Mas não deixa de ser macho, esses porras estavam comendo você com os olhos depois vão sai por aí falando eu conheço ( a veia do seu pescoço estava saltada)
- Deixa falar não tem problema.
- Não tem problema um caralho, mulher minha ninguém fica olhando não (não teve como não sorri da cara bolada dele, mas minha cabeça não me dava trégua)
- Eduardo eu estou morrendo de dor de cabeça e com cólica eu precisava de remédio, você me falou que eu podia falar com eles.
- Porque não me ligou morena eu teria vindo deixar rapidinho seu remedio( esse muda da água para o vinho, dei de ombros )
- Porque eles estavam aqui e você não...
- Já tomou ( confirmei) quer comer alguma coisa (neguei e ele arqueou a sobrancelha)
- Eu queria dormir ( fiz bico e ele sorriu vindo me abraçar puxei ele depositando um beijo em seus lábios)
- Tem que comer alguma coisa morena depois vai passar mal ( neguei descansando a cabeça em seu peito, sou muito pequena perto dessa parede)
- Quando eu acorda eu como alguma coisa.
- Isso realmente é sono ou você só tá correndo pra nao me contar o que aconteceu lá ( falou segurando meu rosto para eu poder olhar pra ele)
- Eduardo por favor (tentei abaixar o resto mas ele não deixou)
- Não tem por favor não Anny, você quase foi atropelada por conta de alguém, eu fiquei louco quando vi e seu eu não tivesse te puxado a tempo ( notei o quanto ele estava preocupado comigo, sabia que não podia esconder, mas eu tenho medo do que o Eduardo possa fazer com ele e isso acabar respingando em mim)
- Eu vou te contar mais por favor você não vai fazer nada com ele.
- Você tá defendendo quem te fez mal, não mete essa pro meu lado não porque eu vou ferra quem for(me soltou indo pra geladeira já vi que ficou com raiva)
-Eu não estou defendendo ninguém Eduardo( falei cansada)
- Então não venha com essa, fala ae ( não respondi) você tá ligada que não importa vim com segredo pra mim porque se eu quiser e quando eu quiser vou descobrir essa porra e vai ser bem pior ( tenho vergonha de falar sobre essa parte da minha vida)
- Vivi um relacionamento abusivo com agressão e meu ex trabalha comigo ( soltei logo de uma vez e vi quando ele arrumou a postura e limpou a garganta)
- Como é essa parada aí mesmo ( veio andando até minha frente outra vez)
- Meu ex trabalha comigo, terminamos a um ano e meio mas ele não aceita por isso até hoje vive no meu pé, a pouco tempo ele me agrediu no estacionamento da academia só por conta do Jean, e depois me fez a maior vergonha no meio do banco ( sua respiração estava pesada ele voltou a se afastar de mim)
- E o que ele te fez hoje (engoli a seco pensando em como fugir dessa pergunta ele pegou o mesmo copo que acabei de beber água) Anny ( sua voz era grave e firme)
- Ele me prendeu no banheiro exigindo que eu falasse quem era você, ele me viu saindo do seu carro aí me xingou de várias coisas, quando ele viu que eu não ia responder e de quebra eu ia gritar por ajuda ele tapou minha boca minha sorte foi que quando ele ia fazer alguma coisa comigo a mulher da limpeza chegou e eu aproveitei pra sair ( Eduardo estava vermelho com a veia da testa saltada, jogou longe o copo que estava em sua mão me fazendo da um passo para trás)
- Esse filho da puta tá ferrado comigo, ele não queria saber quem era eu amanhã mesmo eu vou lá me apresentar a ele.
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Acaso Parte l (Concluída)
RomanceEduardo Castelli,32 anos dono do Vidigal uma das maiores favelas do Rio de janeiro, preso por 5 anos injustamente acusado da morte do irmão mais velho, sem cumprir nem metade da pena ele consegue liberdade por falta de provas, ele da Ary franco jur...