Capítulo 7

2.2K 143 52
                                    

Anahi Portila

  Alfonso e eu ficamos nos encarando um tempo que parecia ser infinito, até que a mulher que estava nos servindo durante toda a noite chegou com a minha tequila e vodca para Alfonso, sem perder a chance de esfregar os seios siliconados na cara dele. Estreitei os olhos. Eu jurava que ele preferia whisky. Eu estava me preparando para beber quando ele me parou.

— Você precisa brindar comigo, Anahi. - ele sorriu. Uau, foi a primeira vez que ele sorriu e meu cérebro simplesmente entrou em pane. Foi o sorriso mais lindo que já vi na vida. Dentes branquíssimos e perfeitamente alinhados. Quase desmaiei.

— Brindar? - Pisquei confusa.

  Ele me explicou que era preciso gritar “na zdorov'ye” e o significado. Claro que sequer consegui repetir o que ele falava. Meu russo era muito fraco, então simplesmente gritei “na saúde” e bebi, fazendo-o gargalhar.

  Continuamos conversando, mas ele estava tão perto que comecei a ficar tensa. Maite, Andrés, Dulce e Christian tinham simplesmente desaparecido. Então fiz o meu melhor quando a tensão me bate: bebi. Insanamente. Tequila. Vodca. E juro, a minha vontade de agarrar aquele homem aumentava a um nível que quase me fez mandar a minha ética para o inferno.

— Por que não experimenta um drinque? - ele sugeriu. Provavelmente porque eu já estava falando embolado e fechando os olhos vez ou outra.

— Tipo o quê? Eu só bebo tequila e cerveja, chefe - ri. - E se eu colocar uma gotinha de cerveja na minha linda boca - aproximei o indicador e o polegar para indicar “muito pouco” - eu vou vomitar nesse seu corpinho maravilhoso.

  Apertei os olhos. Merda, eu elogiei o corpo dele? E a situação só piorava. Ele falou algo para a garçonete e se aproximou perigosamente de mim. Eu estava tão desesperada que comecei a rir.

— O que houve? - ele perguntou divertido.

— Estou imaginando como seria se a gente transasse. - gargalhei.

— Você tem vontade de transar comigo?

  O encarei, incrédula. E ele ainda duvidava? Provavelmente ele tinha qualquer mulher que ele quisesse e juro que eu não seria exceção. Eu nem podia acreditar que ele duvidava que eu ficaria com ele. Certo, eu me arrependeria quando ficasse sóbria com toda aquela história, mas eu estava desesperada.

  A garçonete serviu dois copos quadrados com drinques cor-de-rosa bem gelados. Ela olhou para Alfonso e abriu um sorrisinho malicioso.

— Aqui está. Duas Stoli Elit com suco de cranberry. Mais alguma coisa?

— Por enquanto não. Obrigado.

  Estava na cara que ela queria entrar na lista de transas dele e isso me irritou, ou seja, eu estava distraída demais para reparar no que havia sido servido. Fiquei só observando enquanto ele dava o primeiro gole, fazia a bebida passear pela boca como se fosse um vinho finíssimo e depois engolia. O movimento de sua garganta me deixou com tesão, mas nada comparável ao efeito da intensidade do seu olhar.

— Nada mau - ele murmurou - Veja se acertamos na mistura.

  Ele me beijou. Foi um movimento rápido, mas eu vi o que ele estava fazendo e não me esquivei. Sua boca estava gelada e tinha gosto de cranberry com um toque de álcool. Uma delícia. Todo o turbilhão de energia e sentimentos caóticos que vinha se acumulando dentro de mim de repente se tornou grande demais para ser contido.

  Enfiei a mão entre seus cabelos maravilhosos e os agarrei com força, mantendo-o imóvel enquanto chupava sua língua. Seu gemido foi o som mais estimulante que eu já tinha ouvido na vida e fez a carne entre minhas pernas enrijecer furiosamente.

— Anahi? - A voz maliciosa de Maite apareceu bem atrás de mim.

Alfonso Herrera

  Eu juro que nunca desejei a morte de alguém, mas eu mesmo queria matar Maite e Andrés naquele exato momento. Juro por Deus que eu seria capaz de matá-los por ter atrapalhado o meu momento com Anahi.

  Certo, eu disse que não me envolvia com mulheres do meu trabalho, mas o fato de Anahi não saber do meu casamento e a forma que ela dançava na pista me deixou duro.

  E então ela me chega com um cara que estava dançando e eles pareciam realmente bem íntimos. Fiquei aliviado ao ver que ele saiu com a minha irmã. Não que eu não me importe com Dulce, mas eu estava tendo uma ereção, então tudo o que eu conseguia pensar era em como eu queria trepar como um animal com a minha secretária.

  Não qualquer uma. Naquela noite, eu queria Anahi Portilla.

  Então dei o primeiro passo e ela reagiu melhor do que eu pensei. Andrés tinha que aparecer logo naquele momento?

  O corpo inteiro de Anahi enrijeceu e eu tive vontade de rir. Ela arregalou os olhos e se afastou lentamente, como se tivesse medo de fazer qualquer movimento brusco. Maite e ela trocaram um olhar cheio de significados que não consegui identificar.

— Alfonso, vamos até o bar? Preciso falar com você - Andrés me encarou com o semblante impassível. Não parecia bravo ou coisa parecida. Menos mal. Com pesar, deixei na mesa o drinque que tinha ótimos planos para usar com Anahi e segui o meu amigo até o bar que tinha na área VIP.

  Pedimos dois whisky e ele permaneceu em silêncio até nossos pedidos chegarem.

— Vai me dizer que merda foi aquela? - Olhei para ele confuso. Andrés revirou os olhos e tomou de uma vez o conteúdo de seu copo. - Qual é Alfonso, você sabe que não é uma boa se envolver com alguém do trabalho. Já pensou na merda se a Kiara descobre?

— A Kiara não vai descobrir - garanti com a voz firme. Por que eu tinha me casado mesmo? Era a pergunta que eu me fazia todos os dias.-  E o meu caso com a Anahi vai ser rápido. Não tem perigo.

— Você é o cara mais idiota que eu já conheci na vida - resmungou, tomando o seu whisky. Sorri e bebi. Andrés era o tipo de cara certinho, que não concordava com a vida que eu tinha antes de casar e muito menos com a que tenho depois do casamento - Preciso que você a leve para casa.

— Quem?

— Anahi. O pai da Mai teve algum problema e precisamos ir ao hospital. Anahi veio com a gente, mas é melhor não preocupa-la agora. Jorge é como um pai para ela.

— Ela não tem pai? - brinquei. O corpo de Andrés enrijeceu e meu sorriso morreu. Falei merda. - O que foi?

— Olha, eu não sei muito sobre o pai da Anahi, mas a história não é muito boa - me olhou sério - Você pode ou não levá-la para casa?

— Claro que posso. - sorri.

  Minha mãe estava me ajudando lá do céu, só pode.

  Eu teria a chance perfeita de terminar aquele beijo na cama dela... ou na minha.

CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora