Capítulo 75

1.5K 105 19
                                    

Alfonso Herrera

  Cheguei quase uma hora adiantado no Tavern. Na realidade, eu mal consegui dormir depois que Anahi me mandou uma mensagem falando para eu encontrá-la no dia seguinte no restaurante, às 20h.

  Flora e Benjamin ficaram rindo do próprio pai ansioso. Sem qualquer consideração.

  O caminho até o restaurante era como estar indo para o inferno, porque eu nunca sabia o que esperar da Anahi. Ela podia me perdoar e me dar uma chance; me perdoar e não me dar uma chance; arrancar as minhas bolas; mandar eu me foder por ficar correndo atrás dela como um cachorro.

  Às 19h59 eu estava pronto para explodir aquele restaurante. Fiquei contando os segundos de forma patética, e às 20h vi Anahi entrando maravilhosa no restaurante, falando com o maître, que pessoalmente a levou até a mesa que eu estava.

— Oi - ela murmurou com um sorriso fraco. Porra, ela usava um vestido verde tubinho com as mangas longas, mas o decote... Merda, eu mal conseguia tirar os olhos do decote. Era um V que me deixou duro. - Está tudo bem? - ela enrugou a testa assim que se sentou e eu me remexi na cadeira, tentando ajeitar a calça.

— Estou bem. Eu pedi um vinho, espero que não se importe. Eu cheguei há uma hora e estava meio tenso. - o garçom entregou a taça para mim e eu a enchi antes de entregar à Anahi, que o tomou de forma tão sensual que eu respirei profundamente.

— Hã... Alfonso, você está vermelho. O que está havendo?

— Estou feliz em te ver. - falei sinceramente. Eu estava mais que feliz, mas também morto de expectativa. Se ela não fosse ficar comigo, ela simplesmente me mandaria uma mensagem, não?

  Claro que não, idiota. Anahi falaria com você pessoalmente independentemente da sua resposta.

— Eu fiquei de te dar uma resposta - suspirou - Por que não fazemos os nossos pedidos antes? - pegou o menu.

  Aquilo era um bom sinal? Com certeza não. Comecei a suar, pensando em mil possibilidades da sua respostas e em um milhão de argumentos para mantê-la comigo.

  Quando fizemos os pedidos, Anahi entrelaçou as mãos na mesa, me avaliando com os olhos estreitos.

— Conversei muito com a Flo... - começou.

— Meu Deus... - resmunguei, já imaginando onde isso terminaria.

— Seus filhos são realmente incríveis...

— Anahi...

— Ben toca muito bem e é um ótimo professor...

— Anahi, me escuta. Eu não posso ficar sem você - peguei suas mãos, acariciando-as com o polegar - Eu sei que fiz merda, que vacilei feio, que fui um filha da puta egoísta, mas eu... Eu. Não. Posso. Viver. Sem você. Ficamos separados algumas semanas e está sendo um verdadeiro inferno. Eu tenho certeza que você também ficou mal.

— Alfonso... - sussurrou.

— Calma. Eu posso fazer você feliz, eu sei que posso - eu estava mesmo suando? - Eu só preciso de uma chance. Mais nada. Eu não vou mais vacilar com você. Eu vou ser honesto, te dar flores todos os dias, tocar e cantar para você sempre que quiser. Mas, por favor, não me deixa! - apertei um pouco suas mãos, mostrando meu desespero.

— Alfonso...

— Por favor... - pedi mais uma vez.

— Posso falar? - perguntou e confirmei com a cabeça. Ela suspirou aliviada e sorriu - Eu sei que você fez merda, mas não é para ficar jogando essas merdas na sua cara que eu vim aqui.

— Não? - arregalei os olhos e foi a vez dela de apertar minhas mãos.

— Não - sorriu largamente - Você disse que me ama, Alfonso, você acha que ficaria por isso mesmo? Cantou para mim em público, colocou letras para mim no céu e foi sincero comigo. Eu adorei o fato de você ter sido completamente sincero comigo e só por isso eu estou aqui, não por declarações enormes ou coisas do tipo. Não quero nada disso. Você mesmo disse que eu quero você inteiramente, e é verdade.

  Ela estava falando o que eu estava achando que ela estava falando?

— Herrera, se for para ficarmos juntos, não quero mais mentiras. Quero você inteiro, limpo e comendo a minha comida ruim, entendeu? Não quero nada entre nós. Estou falando sério, se você me enganar de novo, eu vou arrancar suas bolas.

  Ah, ali estava a minha garota.

— Anahi...? Você está...? - balbuciei incrédulo.

— Estou te dando uma chance, Alfonso. Uma chance. Se você vacilar mais uma vez, está fora. - decretou com a voz firme.

  Ah, meu Deus.

  Levantei e a agarrei pela cintura.

— Ei, todos vocês - gritei e as pessoas me olharam - Estão vendo essa mulher? Essa mulher incrível? É a mulher da minha vida. E está me dando uma chance. Eu te amo, garota. - beijei-a, ignorando completamente os aplausos, porque a mulher que eu estava agarrando era o suficiente para mim.

CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora