Capítulo 41

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Alfonso Herrera

  Eu estava de péssimo humor quando cheguei ao apartamento de Anahi. Era sexta-feira à noite, meus filhos tinham voltado para casa pela manhã e eu já sentia falta deles. Assim que eles embarcaram, liguei para Andrei e pedi para ele reforçar a vigilância com Kiara. Triplicasse, se isso me ajudasse a me livrar dela logo. Eu precisava de qualquer coisa que me fizesse ter a guarda das crianças. E ficar livre para Anahi.

  Precisei correr dezesseis quilômetros para não descontar a saudade que eu já sentia em alguém. E a raiva porque com certeza Kiara não estava sendo a melhor mãe do mundo. Eu vi isso quando Flora praticamente se recusou a ir embora, aos prantos e me agarrando com seu corpo miúdo.

— Se você tratar a Anahi mal de novo, juro que arranco suas bolas - Maite sussurrou assim que entrei no apartamento de Anahi. Franzi o cenho e enfiei as mãos nos bolsos, esperando uma continuação desse acesso de raiva. - Ela gosta de você, então se você mandar a minha amiga se colocar no lugar dela de novo, eu vou chutar a sua bunda de volta pra Rússia. Ficou claro?

  Cristo, onde estava a Anahi para me salvar? Maite estava elegante em seu vestido sereia verde e os cabelos soltos em ondas, mas seus olhos exalavam raiva. Muita raiva, inclusive.

— Isso não vai mais se repetir, Maite. Fica tranquila. Onde está Andrés?

— Deve estar chegando - deu de ombros com indiferença. - Vim ajudar a Any com a maquiagem e o cabelo, além do vestido... Ela só está terminando de se arrumar e vocês vão. Andrés provavelmente vai se atrasar.

  Assenti com a cabeça e o assunto morreu. Fiquei encostado na parede, rezando com todas as forças de pagão que eu tinha para que Anahi aparecesse logo. E talvez os deuses tivessem me escutado, porque ela logo apareceu. E quando apareceu, minha boca ficou seca. Ela estava simplesmente... Maravilhosa.

  Usava em vestido preto longo com uma fenda que ia até o meio das coxas e alças grossas, acessórios requintados e o cabelo estava num coque elegante. Juro que se eu nunca tivesse reparado nela antes, aquele seria o momento. Ela parecia apreensiva e eu me aproximei, dando um beijo em sua testa.

— O que houve, kóchetchka?

  Ela agarrou as lapelas do meu smoking e inspirou profundamente.

— Você estava me olhando de um jeito esquisito. Esse vestido não me caiu bem?

  Como se fosse possível alguma coisa não ficar bem no corpo dessa mulher.

— Você está incrível, querida - beijei seu pescoço e ela estremeceu. Ah! - Eu fiquei sem palavras na hora, só isso. Velikolepnyy - ela fez uma careta e eu ri. - Significa magnífica, Anahi. Você está perfeita. Pronta para irmos?

  Anahi assentiu com a cabeça e nos despedimos de Maite. Ela me lançou um olhar de “você está na minha mira, babaca”, mas sinceramente pouco me importava. Anahi estava comigo e isso era tudo o que eu precisava.

  O evento era o lançamento de uma nova linha de joias da Cartier e Anahi estava mais tensa que o habitual.

— Kóchetchka, o que há? Estou te sentindo muito nervosa.

  Anahi apertou minhas mãos. Estavam geladas.

— Nunca fui a eventos assim, Alfonso - ela sussurrou. - Eu não sei o que fazer, o que falar, o que pensar... Não quero te envergonhar. - apertou minhas mãos e respirou fundo.

  Como se isso fosse possível... Segurei suas mãos, acariciando sua pele macia com devoção.

— Querida, não existe a menor chance disso acontecer. Você brilha e é algo natural, vem de dentro - rocei meus lábios nos seus, louco para beija-la, mas com certeza ela não gostaria por causa do batom. - Confie em mim, vai dar tudo certo.

  Ela me encarou hesitante alguns segundos, mas por fim acabou assentindo com a cabeça e sorrindo fracamente. Ficamos nos curtindo até o momento que chegamos no salão e antes que o motorista abrisse a porta, me afastei um pouco dela. Saímos do carro e os flashes começaram a explodir em torno de nós. Por mais que eu não esteja adaptado, sempre soube o que fazer, então simplesmente esperei um pouco que eles tivessem as fotos que tanto queriam. Anahi, por outro lado, sorria quase que automaticamente. Era um sorriso que não alcançava os olhos.

  Alguns jornalistas perguntaram sobre o que achávamos do evento, como estava andando a empresa, se tinha algum planejamento grandioso por vir e coisas do tipo. Quando eu estava pronto para entrar, uma jornalista com traços orientais nos parou novamente.

— E a sua acompanhante, sr. Herrera, quem é?

  Olhei para Anahi, que ficou com o rosto em cinquenta tons de vermelho. Ela tossiu levemente e olhou para mim com expectativa. Droga, ela queria que eu dissesse que tínhamos um compromisso. Eu sabia disso. Estava na sua cara. Ela disse que me amava. Mais de uma vez.

  Mas eu não podia fazer isso. Primeiro porque eu era casado e por mais que eu adorasse ficar com Anahi, uma hora ou outra as pessoas saberiam. Eu tinha me tornado uma pessoa pública.

— Anahi Puente trabalha comigo. Ela é minha secretária e meu braço direito. - coloquei a mão na parte de baixo de suas costas nuas e acariciei levemente.

  Anahi me olhou com os olhos arregalados, cheios de decepção. Droga, tinha sido a semana mais difícil para nós. Com certeza isso a havia matado. Porra. Kiara era um fantasma em minha vida mesmo que não soubesse disso. Mas era isso que ela queria no fim das contas.

— E o senhor tem algum tipo de compromisso, Sr, Herrera? - o sorriso malicioso da jornalista me deixou profundamente irritado.

— Com licença, senhorita. Temos um evento a aproveitar.

  Sem esperar uma resposta, guiei Anahi para dentro do salão.

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Mais um para melhorar o feriado de vcs. Bjss

-Babi😙

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