Capítulo 18

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Alfonso Herrera

  Acordei num sobressalto com um pesadelo. Não exatamente um pesadelo, era mais uma lembrança. Pisquei algumas vezes ao me dar conta de onde estava. Eu havia passado a noite com Anahi e tinha sido uma das noites mais intensas que eu já tive em trinta e quatro anos de vida.

  Olhei um relógio que tinha ao lado de sua cama e xinguei baixinho. Já eram quase seis da manhã e logo as crianças acordariam. Me virei novamente para Anahi. Ela estava dormindo em meus braços, serena, vulnerável, linda... Seu corpo inteiro estava colado ao meu, e imaginei que ela tinha o sono muito pesado, considerando a forma como eu acordei.

  Muito lentamente eu tirei meus braços que estavam em volta dela e a mesma resmungou algo, segurando-me mais apertado. Ri baixinho e me soltei com muito sacrifício. Minhas roupas estavam na sala e, cara, essa mulher definitivamente valeu a pena esperar.

  Assim que cheguei em casa Olivia, a governanta, já estava na cozinha preparando o café. Silenciosamente fui para o meu quarto e tomei um banho rápido, optando por já me vestir para o trabalho.

  Quando desci, Flora e Benjamin já estavam à mesa comendo. Eles estavam comigo há mais ou menos um mês, desde que Kiara me ligou no dia fatídico em que eu estava prensando Anahi no meu escritório, para avisar que as crianças já estavam no avião porque ela iria viajar com a mãe para a Índia... Um retiro de ioga – claro.

  Benjamin estava com um braço e uma perna quebrados. No dia anterior, quando eu estava com Anahi e Dulce estava batendo insistentemente na minha porta, era para dizer que ele estava no hospital. Parece que a Flora o desafiou a descer a ladeira de skate sem proteção. Detalhe: ele não sabe andar de skate. Claro, isso rendeu o castigo de um mês sem qualquer tecnologia... Televisão, computador, celular, tudo confiscado.

— Bom dia. - murmurei, sentando à mesa. As crianças me olharam desconfiadas e continuaram comendo.

— Bom dia, Sr. Herrera. - Olivia sorriu e colocou café em minha xícara. Não era necessário, mas ela tinha uma coisa de querer me servir... Sorri para ela.

— Bom dia. - os meninos responderam fracamente.

  Tentei manter uma conversa com eles, mas eles não estavam nada felizes em ficar sem celular. Oito anos de idade, eles deviam correr por aí, não ficarem emburrados por causa do celular. Ridículo. Acabei desistindo e indo ao trabalho. Como tive menos de duas horas de sono, optei por ir no Bentley, com o motorista. O trânsito da cidade era infernal, então eu preferi evitar dores de cabeça.

  Cheguei quase às nove na empresa, o que significa que todos já estavam lá. Todos, incluindo Anahi. Entrei em minha sala e da minha mesa eu tinha uma visão dela. Ela usava calça. Quase murchei. Não iria realizar meus desejos de curva-la em minha mesa e fodê-la até perder a consciência. Mal sentei quando ela entrou em minha sala. Parecia cansada e tensa. Ela se sentou na cadeira em frente à minha e começamos a passar as agendas, como de costume.

— Está tudo bem, Anahi? - perguntei quando percebi que ela realmente não me olhava nos olhos.

— Por que não estaria?

— Não sei. Você parece nervosa - sorri e baixei o tom de voz. - Eu te deixo nervosa, Anahi?

  Ela bufou e olhou para o sofá. Seu rosto ficou num vermelho vivo. Não consegui conter a gargalhada. Eu sei para onde a mente dela foi, e eu adoraria tornar isso realidade. Tirei o paletó e seus olhos acompanharam os movimentos. Eu adorava a forma como a mente dela ia quando ela estava comigo.

  Me aproximei de sua cadeira e só então ela me olhou. Seu semblante estava confuso. Segurei os braços de sua cadeira, aproximando meu rosto do dela.

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