Alfonso Herrera
— Com licença, senhores. Preciso conversar com a minha esposa. - me levantei rapidamente, louco para ir atrás de Anahi. Merda, ela devia estar destroçada.
— Mas estou comendo, querido. - protestou manhosa.
— Kiara, por favor. Agora! - a minha paciência já estava além do limite e ela estava me testando.
— Vá, querida. Seu homem deve estar sentindo a sua falta. - Astrid piscou.
Quase revirei os olhos, mas me contive.
— Verdade. Vamos, amor. - Kiara se levantou e tentou segurar minha mão, mas o mais discretamente que pude, desviei.
Fomos até o meu quarto num silêncio cortante, ou melhor, com Kiara cantarolando o tempo inteiro.
Quanto tempo de prisão eu pegaria por matar uma cretina?
— Que porra você está fazendo aqui? - rosnei assim que fechei a porta do meu quarto.
Ela bateu os cílios inocentemente.
— Querido, só sinto a sua falta.
— Me poupe. Que. Porra. Você. Está. Fazendo. Aqui? - trinquei os dentes para não gritar.
Ela cruzou os braços com uma carranca.
— Ela é minha secretária e meu braço direito. Que droga isso significa? Você acha que eu não vi nas fotos a forma como você olhava para ela? Você me olhava desse jeito antes de nos casarmos, Alfonso - berrou - Ela é a puta que você tem dormido dessa vez?
— Veja como fala dela, Kiara. Ela é muito mais valiosa que você. E que porra te faz pensar que estou com ela?
— Dois eventos com a secretária? Meio óbvio para você. A única mulher que você repetiu em algum evento social fui eu, lembra? - riu secamente.
— Antes de você virar uma cadela.
— Você me trocou pelas crianças - berrou descontrolada. De novo essa história - Eu preferia nunca ter aquelas pestes se aquilo fosse significar que você não me amaria mais. Você me abandonou por causa daquelas crianças idiotas.
Pronto.
Me aproximei dela e agarrei seu braço com força, sacudindo-a. Ela começou a lutar e arregalou os olhos, mas eu estava tão puto que não me importava.
— Não ouse falar isso dos meus filhos, Kiara. Se não quer ficar com eles, me dá o divórcio e a guarda exclusiva deles. Você vai poder voltar à vida fútil que sempre teve e terá uma poupança gorda todo mês.
— Não vou te dar esse gosto, Herrera - cuspiu - Você pode ter deixado de me amar depois que aqueles merdinhas nasceram, mas eu ainda te quero! Eu mataria por você. Eu me mataria por você, querido.
— Porra nenhuma! - joguei-a na cama e passei as mãos pelos cabelos. Essa mulher era o próprio demônio. Ela se levantou lentamente e respirou fundo.
— Quero você inteiro para mim, como antes. Sem empecilhos. Depois que Flora e Benjamin nasceram, você os colocou num pedestal e deixou de me olhar com adoração.
— Você... - esfreguei o rosto, tentando clarear as ideias - Você está com ciúmes das crianças?
Ela se jogou aos meus pés, beijando meus sapatos como louca.
— Eu te amo, Alfonso. Vamos resolver nossa vida. Mandar as crianças para a escola interna e voltar a ser o que éramos antes.
Me afastei abruptamente e soquei a parede. Só podia estar de brincadeira comigo. Que tipo de doente tem ciúmes dos filhos? Tirei a garota do meu quarto, ignorando seus protestos e as batidas dela em minha porta.
Fui para o banheiro para ela não escutar a conversa e liguei para Andrei, que atendeu no segundo toque.
— Como porra você não me avisou que a Kiara estava vindo para cá? Como ela sabia onde eu estava? - ralhei.
— Se você tivesse visto os e-mails e retornado minhas ligações, saberia que ela voou para New York assim que viu uma foto sua com a secretária. A recepcionista deve ter dito onde você estava, já que ela é sua esposa.
— Puta que pariu, Andrei, como você me avisa assim? - berrei, passando as mãos pelos cabelos.
— Ela comprou a passagem no próprio aeroporto, Alfonso... Assim que vimos para onde ela estava indo, tentei te ligar, mas você não atendeu. Te mandei e-mails também.
Porra, eu estava tão envolvido com Anahi que não estava olhando os e-mails e mal tocava no celular. Anahi. Pelo amor de Deus, onde ela estava? Eu precisava conversar com ela. Porra, como eu ia resolver essa situação?
— Tá - rosnei.l - Conseguiu alguma coisa que vá me ajudar?
— Ela está com problemas com o terapeuta dela. Estamos colhendo informações e assim que concretizar tudo, converso com você. Não quero tirar conclusões precipitadas.
— Seja rápido. - desliguei e joguei o celular na cama, caminhando em círculos.
Caralho, eu precisava falar com a Anahi. Ela teria que me escutar. Eu explicaria tudo para ela e mostraria que eu queria ficar com ela desde o começo. E como diabos eu ia fazer isso? Provavelmente Ana Brenda e Maite agora fariam vista grossa. Puta que pariu!
Meu celular tocou. Pensei em ignorar, mas podia ser Anahi, então atendi sem me dar ao trabalho de olhar o visor.
— Anahi está indo para o hospital. - Andrés soltou assim que atendi.
Meu sangue gelou.
— Como?
— Hospital, porra! - rosnou.
— O que houve? - como as coisas podiam estar saindo do controle desse jeito?
— Não sabemos. Ana Brenda disse que ela vomitou e sentiu algumas dores no abdômen. Antes que você fale alguma merda, melhor você não ir. Sinceramente, o seu rosto vai ser o último que ela vai querer ver.
Ouvi baques no telefone e uma discussão que supus ser Maite e Andrés.
— Casado, hein, senhor Herrera - o tom gélido de Maite congelou mais ainda meu sangue - Nem ouse chegar perto do hospital, seu crápula, ou vou arrancar suas bolas, ficou claro? Vá cuidar da porra da sua esposa e deixa minha amiga em paz! - desligou.
Caralho! Anahi estava no hospital.
Puta que pariu! Pensei em ir ao hospital, mas Andrés estava certo, não seria uma atitude inteligente. E ainda tinha Kiara. Mandei uma mensagem para Andrés.
Por favor, me dê qualquer notícia que tiver da Anahi. Vou me livrar de Kiara.
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CEO
RomanceFormada em Economia, recém-terminado o MBA e finalizado o estágio obrigatório, Anahi se vê desempregada e sem meios de se sustentar, até que a sua amiga Maite lhe convida para fazer uma entrevista para trabalhar na Herrera & Tovar como secretária ex...