Capítulo 22

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Alfonso Herrera

  Eu não tinha entendido muito bem o que havia acontecido na limusine, só sei que foi arrebatador. De tirar o fôlego.

  Isso estava ficando perigoso.

  E a forma como Anahi atraía a atenção do pessoal que estava no evento foi simplesmente cativamente. Ela tinha uma energia tão positiva, o sorriso fácil e era tão inteligente que até mesmo eu fiquei preso aos seus encantos.

— Ei, quem é a sua acompanhante? - James Lyle, filho do organizador do evento me perguntou assim que me alcançou no bar, apontando animadamente para Anahi.

— Minha secretária. - respondi, ficando desconfortável com o interesse dele em Anahi. Completamente ridículo.

— E ela tem nome? - riu. Encarei-o sério, mas seu sorriso malicioso não morreu.

— Anahi Portilla. - respondi mesmo sem querer.

— Ela... - aproximou-se para sussurrar num tom conspiratório. - Tem namorado?

  Cerrei o punho, bravo pelo interesse dele. Olhei para Anahi que estava sentada numa mesa conversando com os pais de James e mais alguns membros importantes do evento.

— Isso não é da nossa conta, Lyle. - peguei nossas bebidas e comecei a sair.

— Isso não é da sua conta, Alfonso. Você é o chefe dela. Eu não. - ouvi James declarar com uma voz exageradamente empolgada atrás de mim.

  Pensei em voltar e dar um soco naquela cara debochada dele, mas encontrei o cara tranquilo que existia em mim, respirei fundo e continuei andando.

  Anahi não parou de conversar depois que eu cheguei. Na realidade, ela parecia estar quase me evitando. Continuou conversando com Derick Lyle, que parecia mais do que feliz em conversar com ela. Anahi pegou educadamente o drinque que eu tinha pego para ela e bebericou. James se sentou à mesa, olhando para Anahi como um predador. Cristo, eu queria quebrar a cara dele.

— Sr. Herrera, está na hora do discurso. - a organizadora do evento sussurrou em meu ouvido. Assenti com a cabeça e ela saiu. Olhei para Anahi, que me encarava atentamente.

— Preciso ir fazer o discurso. Você vai ficar bem? - acariciei sua bochecha e seu corpo retesou, seus olhos azuis arregalados. - O que houve?

  Ela me olhou especulativa e balançou a cabeça.

— Você é uma péssima mentirosa - sorri e beijei sua testa. - Logo estarei de volta.

  Fui até o palco e fiquei atrás de um dos fundadores que falava sobre os Herrera e suas generosas doações para as instituições de vítimas de abuso, por fim, me apresentando.

— Boa noite - sorri e limpei a garganta. - Nos Estados Unidos, o abuso sexual na infância é uma realidade para uma a cada quatro mulheres e um a cada quatro homens. Dê uma boa olhada ao seu redor. Alguém da sua mesa pode ter sido uma vítima ou então conhece uma. Essa é a inaceitável verdade...

  E continuei falando. Quando meus olhos caíram em Anahi, vi que seus olhos estavam marejados e estava boquiaberta, o corpo tenso. Quando parei de falar, as pessoas aplaudiram emocionadas, inclusive Anahi. Saí com passos firmes decidido a saber o motivo de ela parecer tão desconfortável. Ela estava com o olhar vidrado e a postura estava rígida, quase na defensiva. Christian e Maite praticamente correndo até ela. Maite levou-a para fora dali e quando me aproximei para saber o que estava acontecendo, Christian se colocou em minha frente. Apertei a mandíbula.

— O que há com Anahi? - perguntei ouvindo o meu sotaque acentuar.

— Foi um bonito discurso, Alfonso. - Christian meneou a cabeça e cruzou os braços.

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