Capítulo 29

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Anahi Portilla

  Alfonso estava esquisito desde que voltara do almoço com Dulce. Desde domingo ele sempre dormia em minha casa. Não íamos juntos ao trabalho pelo simples fato de não ser o melhor sermos vistos juntos.

  Jantamos em silêncio. Ele parecia distante, e quando estávamos nos arrumando para o trabalho de manhã, ele se mostrou muito empolgado para aproveitar o meu último dia sozinha. No dia seguinte eu buscaria Angel no aeroporto e acabou qualquer chance de ficarmos juntos em minha casa. E eu não sabia a que ponto estávamos de uma relação com o senhor eu-não-tenho-tempo-nem-disposição-para-namoros, então não falei sobre irmos à casa dele. E claro, tinha as crianças. Droga, eu amava crianças. E as do Alfonso deviam ser tão encantadoras quanto ele.

— Anahi? Ei, Terra chama Anahi. - Alfonso colocou a mão na minha frente, chamando minha atenção. Eu estava olhando para nada especial pensando no que aconteceria entre nós agora que Angel estaria ali. E merda, a gente só estava transando mesmo? Às vezes ele era tão... - Você está bem? O que há de errado?

  Olhei para ele e suspirei. Eu diria a verdade? Não iria parecer uma moça carente? Será que foi por isso que ele não quis se casar com a mãe das crianças?

— Eu não te conheço, Alfonso - sussurrei. Ele franziu o cenho - Eu sei que você é advogado, que têm filhos, mas não quis se casar - olhei para a minha taça, sentindo o rosto esquentar. - Sei a sua idade, do que gosta na cama, mas não te conheço... Sabe... Hãm... É isso.

  Ele avaliou meu rosto alguns instantes com aquele semblante impassível que me fazia querer arranhar aquele rostinho lindo. Mas me contentei em não quebrar o olhar e segurar a taça firmemente para não correr o perigo.

— O que acha de fazermos um jogo então? - ele disse após um tempo muito próximo da eternidade.

— Jogo? Eu digo que não te conheço e você quer jogar? Caramba, você está esquisito comigo e eu nem sei o que eu fiz de errado, Alfonso.

  Ai, meu Deus. Virei uma mulher carente!

  Alfonso sorriu e beijou o meu pescoço, aproximando-se e passando o braço por meus ombros.

— Me escuta primeiro e depois você me diz o que acha - sussurrou em meu ouvido. Estremeci. Cara, esse homem tinha um efeito fora do normal em mim - Hum, eu já disse o quanto adoro como você reage a mim? E, garota, eu adoro o seu cheiro - chupou o lóbulo da minha orelha. Larguei a taça e me agarrei à sua camisa. Montei em seu colo e seus lábios se curvaram num sorriso sexy - Você está tirando a minha concentração - me esfreguei em sua ereção e ele apertou os olhos e agarrou minha cintura, parando-me - É sério. Você queria me conhecer, agora você vai me conhecer.

  Olhei em seus olhos rezando para ele começar a rir e dizer que era brincadeira, mas ele ficou sério, zero indício de um começo de preliminares. Fiquei decepcionada. Eu e minha boca enorme! É difícil de explicar, mas eu só me sentia completamente ligada a ele quando ele estava dentro de mim. Totalmente enterrado. Gemendo em meu ouvido. Droga, eu estava ficando dependente dele. Tentei sair de seu colo, mas ele apertou mais minha cintura. Olhei interrogativamente para ele.

— Sempre que formos resolver alguma coisa, será com você em meu colo. Desse jeito. No tapete da sua sala. Quero contato para conversar ou para resolver alguma coisa e agora vamos jogar, mas quero você em meu colo. E não vou abrir mão disso.

  Ah, aquele tom de comando tão delicioso. Ele usava em reuniões, para dar ordens aos outros e vez ou outra só entre nós dois. Se o que ele queria era me excitar... Bom... Conseguiu.

— Desse jeito? - balancei em seu colo de novo, e o atrito de sua calça em meu sexo que fez gemer baixinho - Vai ser difícil ter concentração.

— Não se você não se mexer. Então coopere - permaneceu sério, mas eu vi que sua respiração ficou levemente irregular. Suspirando frustradamente, assenti com a cabeça e seu sorriso largo me fez querer ficar quietinha - Estamos jogando o jogo do “vamos conhecer um ao outro” - pelo amor de Deus. Abri a boca para falar, mas ele a tapou com a mão, a outra acariciando minha bunda - Nem pense em falar o que quer que esteja prestes a dizer. Vamos nos conhecer tanto que você provavelmente vai sair correndo.

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