Capítulo 30

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Anahi Portilla

— Anahi, você vai passar mal desse jeito. Respira e expira comigo. - Alfonso me virou para ele e segurou meus braços, respirando e expirando exageradamente para eu acompanha-lo.

  Desde sempre eu tive problemas com ansiedade. Quando meus pais se separaram, só piorou. Quando entrei na faculdade, comecei a tomar remédio e fazer acompanhamento, mas dois anos depois, como havia conseguido melhorar, abandonei o remédio. A terapia eu ia vez ou outra.

— Eu não a vejo há quase sete anos, Alfonso. Meu Deus, ela deve estar tão crescida - meus olhos lacrimejaram - Ai, meu Deus e se ela não me reconhecer?

  Alfonso riu.

— Claro que ela vai reconhecer. Vocês se falam com frequência, menina bonita. Sem falar que esses cabelos cor de ouro e olhos céu, eu iria reparar em qualquer lugar. Tenho certeza que Angelique também.

  Me derreti com seu tratamento carinhoso. Desde a noite anterior, em que eu tinha falado sobre meus pais, ele estava diferente. Havia feito um café da manhã maravilhoso, sempre atento a mim, procurando por qualquer resquício de tristeza.

— Você está me deixando sem graça. - senti o rosto corar e olho através dele. Ele riu baixinho e alegando ir buscar café, saiu.

  Fiquei esperando impacientemente e quando eu vi de longe Angelique com suas malas, um nó se formou em minha garganta. Ela estava absurdamente magra e muito pálida. Sempre que eu perguntava a ela, ela dizia que provavelmente era a iluminação ou a qualidade da câmera.

  Angel largou as malas e veio correndo até mim. Mesmo tão magra, senti o baque quando ela se chocou contra mim e começamos a chorar abraçadas, soluços copiosos saindo dos nossos lábios. Cristo, como eu sentia falta dela. Tanta falta. Ela era a minha garota e ir embora sem ela foi o que partiu meu coração.

  Depois de incontáveis minutos eu a afastei um pouco, mas segurei seus braços, fazendo uma vistoria geral nela. Ela não parecia com uma jovem de dezessete anos. Seu rosto estava tão envelhecido, com algumas marcas. E ela estava mesmo muito magra. Eu iria ter um longo trabalho pela frente.

— Você vai praticar muito seu inglês agora. - abracei-a novamente, mas falei em espanhol. Ela riu.

— Você está linda, Any - ela falou em espanhol também - Vamos para casa? Estou morta e foi um vôo cansativo.

  Assenti com a cabeça e pegamos suas malas. Quando me virei, vi Alfonso segurando dois copos da Starbucks e um carrinho para as malas, assistindo-nos com um sorriso sutil em seus lábios. Alfonso CEO Herrera estava de volta. Ótimo. Nos Aproximamos dele.

— Senhor... - limpei a garganta, jogando as malas no carrinho. Certo, não precisava de tantas formalidades - Alfonso essa é a minha irmã, Angelique Puente. Angel, esse é... Hãm... Ele é... - o cara que eu transo? Meu chefe? Quase namorado? O que ele era afinal?

— Anahi trabalha comigo - acho que o termo certo seria "para mim", afinal, eu era sua secretária, mas uma onda de decepção passou por mim por ele ter se mantido no profissional. Estendeu a mão para Angel, que a apertou embasbacada - É um prazer enfim conhecer você, Angelique. Anahi me falou muito sobre você.

  Erro total ele ter dito isso.

— Vocês conversam sobre coisas pessoais no trabalho? - ela arqueou uma sobrancelha. Claro, Angelique via maldade em tudo.

— Temos horários de almoço, Angelique - ele riu suavemente e os dedos dos meus pés se curvaram - Ou alguns outros momentos.

— Tratando com informalidade - Angelique assentiu com a cabeça lentamente, típica pose de quem já estava imaginando um monte de coisas - Vai ser um prazer ter você como cunhado. - piscou.

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