Capítulo 83

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Anahi Portilla

— Para onde estamos indo, Alfonso? - perguntei pela milésima vez quando entramos no jato dos Herrera.

— A minha resposta é a mesma, querida - beijou minha testa e pegou minha mão, fazendo círculos no meu pulso - Surpresa! - seu sorriso diabólico enviou uma corrente elétrica por todo o meu corpo.

  Alfonso deixou que eu cuidasse do casamento, contanto que ele cuidasse da lua de mel. E ele se recusava a me dar qualquer luz sobre para onde iríamos.

— Nem uma dica? - tentei novamente, sentindo a curiosidade tomar conta de mim.

— Nem uma dica. - balançou a cabeça veementemente, mostrando firmeza em sua resposta. Bufei.

— Você é impossível. - cruzei os braços.

  Ele gargalhou e o jato decolou. Meu corpo doía por causa da noite de núpcias. Não tínhamos dormido e estava exausta, então não consegui reprimir um bocejo. Alfonso me estudou e seus lábios se curvaram num sorriso travesso. Ele se levantou e me puxou para si, beijando-me ternamente.

— Vamos dormir, amor. Você está exausta e o vôo será longo. - sussurrou em meu ouvido.

  Alfonso me despiu e me deitou na cama, imitando o movimento em seguida. Quando me envolveu em seus braços, me entreguei ao sono, cansada demais até mesmo para pensar em fazer qualquer coisa que não fosse dormir.

— Kóchetchka - a voz de Alfonso preencheu meus ouvidos em uma onda morna - Acorda.

  Eu gemi, fechando os olhos com ainda mais força e afundando ainda mais a cabeça em seu pescoço.

— Me deixa em paz.

  Sua risada silenciosa me fez estremecer. Ele estalou um beijo na minha testa e começou a levantar.

— Já chegamos.

  Abrindo um dos olhos, vi quando ele vestiu uma camiseta preta. A calça continuava lá. Notei que o dia já estava claro. Levantei e olhei pela janela da cabine, tomando um susto ao me ver de frente para o mar.

— Onde estamos? - murmurei, admirada com a visão do sol acima da água. A manhã já estava alta.

— Em Punta Cana. Levante os braços.

  Obedeci automaticamente e ele enfiou uma blusa em mim.

— Preciso pôr o sutiã. - comentei quando Alfonso voltou ao meu campo de visão.

— Não tem ninguém aqui além de nós e vamos direto para a banheira.

  Olhei mais uma vez para a casa ao lado da qual estávamos estacionados. Devia ter pelo menos três andares, com varandas enormes na frente e na lateral e uma linda porta de entrada. Tinha sido construída na própria praia, tão perto da água que quando a maré subia devia chegar até ela.

— Quanto tempo demorou a viagem? - Punta Cana? Uau!

— Quase quatorze horas - envolveu minhas pernas com a saia, ajeitando e subindo o zíper. - Vamos lá. Quero você nua de novo o mais rápido possível.

  Entrei correndo na casa, vasculhando cada mínimo espaço antes que Alfonso reivindicasse meu corpo.

  O lugar era composto por cinco quartos, sala de estar, gabinete, cozinha e dois terraços. Havia uma piscina com espreguiçadeiras e um pequeno jardim tropical. Todos os cômodos eram equipados com ventiladores e condicionadores de ar. Os quartos estavam no segundo andar. Todos com uma cama king size, tinha uma vista perfeita do oceano, além de TV de led, uma estante de livros e um banheiro incrível.

  Cada um dos quartos tinham dois banheiros espaçosos. No primeiro andar tinha um espaçoso quarto com duas camas e com uma impressionante vista para uma área de golfe.

  Imaginei-me trazendo nossos filhos numa viagem de férias. Eles iriam adorar.

  Encontrei Alfonso na sala de estar, mexendo em nossos celulares. Havia uma cesta de metal em uma mesinha ao lado da porta, contendo uma garrafa de vinho e duas taças amarradas com uma fita.

— Nada de celular durante a nossa estadia aqui.

  Enquanto Alfonso trancava a porta por dentro, peguei o envelope de boas-vindas e o abri. Uma chave caiu na palma da minha mão.

— A gente não vai precisar disso - tomou a chave da minha mão e deixou na mesinha - Pelos próximos dias, vamos virar eremitas.

  Uma onda de prazer foi tomando conta de mim e precisei reprimir um estremecimento.

— As crianças podem precisar de nós. - sussurrei com zero convicção.

— As crianças têm Maite, Andrés, Ana Brenda, Angelique, Dulce e Christian para ajudá-los. Essa viagem vai ser apenas nossa - piscou - Vamos - começou a empurrar-me escada acima - A gente abre esse vinho depois.

  Olhei para Alfonso quando entramos no quarto.

— Você já esteve aqui antes?

  Ele estendeu a mão e soltou meu rabo de cavalo, àquela altura todo torto e amassado.

— Não. Eu tenho esse lugar há anos para o caso de precisar viajar a negócios, porque, você sabe, odeio hotéis.

  Essa era uma verdade. Ele parecia ter alergias a hotéis, então evitava ao máximo, nem que isso significava ter uma casa em várias cidades, em todos os países.

— Vamos vir mais vezes - fiquei na ponta dos pés e lhe dei um beijo rápido - Vou ligar a banheira.

  Fui para o banheiro e testei a água da banheira. Estava na temperatura que eu gostava. Encontrei algumas coisas que ajudariam a dar mais clima ao nosso começo de lua de mel, o que não era exatamente necessário, já que Alfonso só queria ficar comigo.

  Ele apareceu mais ou menos quinze minutos depois e me encontrou na banheira, cercada por velas aromáticas.

— Adoro você nua. - sua voz estava rouca enquanto ele tirava a roupa para se juntar a mim.

  Eu o observei enquanto se despia, fascinada. A movimentação dos músculos sob sua pele e a elegância com que se mexia, faziam uma sensação de bem-estar se espalhar pelo meu corpo. Alfonso se posicionou atrás de mim na banheira oval, suas pernas envolvendo as minhas. Ele segurou meus braços e me levantou, pegando-me de surpresa, e quando me dei conta estava sentada em seu colo.

— Preciso sentir você.

  Suspirei de prazer, soltando todo o meu peso e me aninhando sobre seu corpo firme e rígido. Meus músculos relaxaram ansiosos como sempre para ser manipulados por seu toque. Momentos como aquele eram os meus preferidos: quando o resto do mundo se tornava uma coisa distante.

  Eu me virei, posicionei-me sobre seus quadris e agarrei seu rosto com as mãos. Inclinei a cabeça até o ângulo perfeito e juntei meus lábios aos dele. Comecei bem devagar, com sucções leves. Mordi sem muita força seu lábio inferior, depois me entreguei ao beijo para que todos os nossos problemas se esvaíssem ao contato da minha língua com a dele.

— Eu te amo, Alfonso. Você é o meu melhor presente.

— Anahi... - agarrando com as mãos meus cabelos molhados, ele me manteve na posição em que queria e se rendeu a um beijo apaixonado, amando-me como nunca antes.

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