Alfonso Herrera
Quanto mais o tempo passava, mais sabia que Anahi acabaria me enlouquecendo. O seu gosto, a forma como ela gritava meu nome quando gozava ou a forma como seus olhos ficavam vidrados. Eu sabia que só aquela noite não seria o suficiente.
— Papai? - Flora entrou em meu quarto. Peguei-a no colo e lhe dei um beijo caloroso na bochecha. Ela riu. - Você está feliz?
— Papai está de bom humor. O que houve? - sentei-a no colchão, ajoelhando-me no chão para olha-la.
— Você vai sair? - mexeu em meu smoking.
— Tenho um evento essa noite, querida. Preciso ir. - ela suspirou e eu beijei sua testa.
— Mas hoje é sábado - protestou - Você sempre passava os finais de semana com a gente lá na Rússia.
— Papai agora está no lugar do vovô, Flo. Lembra que foi por isso que vim para cá? - ela assentiu com a cabeça.
— A mamãe disse que ia viajar com a vovó para tentar fazer você amar ela de novo.
Kiara estava fazendo a cabeça das crianças para tentar nos aproximar de novo.
—Amor... - comecei tenso.
— Você está com ela pra ela não levar a gente embora... - Flora suspirou triste.
Kiara era sueca e jurou que se eu pedisse o divórcio, ela levaria as crianças embora. Como advogado de divórcios, eu sei que a preferência da guarda é sempre da mãe, a não ser que algo grave aconteça. E Kiara era inteligente o suficiente para não deixar rastros de traição, ou qualquer coisa que eu pudesse usar contra ela.
Claro, também tinha o fato de nossas famílias serem unidas nos negócios. A família dela tinha uma empresa de marketing fortemente ligada à nossa. E meu pai iria tirar o meu nome dos negócios e do testamento se eu me divorciasse. E isso eu não podia permitir.
Num surto de raiva em uma das nossas brigas, as crianças acabaram escutando Kiara declarando que se eu me divorciasse, ela iria embora para a Suécia e levaria as crianças. Flora tomou isso como o motivo de não nos amarmos mais.
— Eu quero morar com você, papai - fungou e me abraçou. Abracei-a de volta. - Não deixa a gente voltar para a Rússia. Eu não gosto daqui, mas quero ficar com você. A mamãe não gosta de gente.
Suspirei e apertei os olhos. Desde que as crianças nasceram, Kiara mudou completamente. Não era a mesma mulher que eu me casei. Flora de Benjamin acabaram sofrendo com a distância da mãe.
— Vou tentar, amor. Papai vai fazer de tudo.
— Promete? - sussurrou. Sorri.
— Prometo - ela acenou com a cabeça. - Você terminou aquele quebra-cabeça? - negou com a cabeça. - Amanhã nós vamos termina-lo e vamos sair, tudo bem?
Flora sorriu e me abraçou de novo. Pouco depois, me despedi e avisei a Olívia que não voltaria naquela noite. Coitada, eu precisava contratar uma babá o mais rápido possível ou ela teria um ataque a qualquer momento com essas crianças.
Anahi Portilla
— Com colar ou sem? - perguntei para Christian quando ele apareceu no meu quarto, lindo de morrer. Com seu smoking novinho, ele estava divino. Não fiquei surpresa quando ele disse que conseguiu um convite com Dulce e iria com o boy misterioso que nunca havia conhecido.
— Hum - Christian inclinou a cabeça e analisou meu visual - Me deixe ver de novo.
Levantei a gargantilha até o pescoço. O vestido que Alfonso havia mandado era de um vermelho vinho e parecia ter sido desenhado para ser usado por uma deusa grega. De ombro único, decote diagonal, justo até o quadril e uma abertura que começava no alto da coxa. Nas costas não havia nada além de um cordão de pedraria ligando um lado a outro para impedir que o vestido caísse.
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CEO
RomanceFormada em Economia, recém-terminado o MBA e finalizado o estágio obrigatório, Anahi se vê desempregada e sem meios de se sustentar, até que a sua amiga Maite lhe convida para fazer uma entrevista para trabalhar na Herrera & Tovar como secretária ex...