Anahi Portilla
Acordei com uma dor de cabeça agonizante, assim como o meu corpo inteiro reclamava de dor. Espreguicei-me e fiquei imediatamente tensa. Eu havia destruído a cama no dia anterior, mas aquilo definitivamente não era a minha cama.
Dei um salto e como uma boa desastrada, caí com tudo no chão.
— Merda! - resmunguei.
E eu não xinguei pela dor do baque. Levantei rapidamente, passando os olhos pelo quarto. A cama que estava lá agora era enorme, mais cara do que cinco meses de aluguel, com certeza.
— Que...
Saí do quarto e me deparei com uma sala com um sofá de canto, que dava mais espaço à minúscula sala e uma TV enorme de led grudada à parede. Nada do aparelho de som destruído ou quebrado. Na realidade, nada além da TV e do sofá. E um tapete incrível.
— Oi, Anahi.
— Porra - gritei ao me virar, a respiração a mil por hora e levei a mão ao peito, sentindo o coração desenfreado - Angelique, o que significa isso?
— Não gosto quando me chama assim. - ela resmungou quase de forma infantil. Eu nunca a chamava de Angelique, sempre Angel. A não ser que as coisas estivessem sérias.
— Angelique, o que é tudo isso? - reformulei a pergunta.
— Tecnicamente não é tudo isso. É “só isso”.
— Angelique... - a adverti.
— Tá, o que você quer saber? - cruzou os braços e pela carranca, sabia que viria bomba por aí.
— Merda, Angel, o que é isso? - gesticulei para a falta da bagunça. Nada da minha cortina ou do tapete destruído - Cadê minhas coisas?
— Sério? - questionou incrédula - Anahi, você atacou a casa, caramba! Você não podia esperar que eu deixasse tudo aqui.
— Você quer dizer que tirou todos os móveis da casa? - ergui a voz.
— Tecnicamente... - ela começou, mas a cortaram.
— Algum problema, Ang... Anahi... - Alfonso arfou quando me viu.
— O que você está fazendo na minha casa? - rosnei, já temendo a resposta - Angelique, você deixou esse cretino entrar aqui?
— Anahi, eu pedi para ele vir aqui... Eu fiquei assustada ontem.
— E você tinha que pedir ajuda logo para... - minha voz cortou - Para esse cara? - apontei para ele com desdém, sem saber o que dizer.
Merda, ele continuava o imbecil mais lindo que meus pobres olhos já tinham visto. Mesmo com a roupa toda abarrotada, os cabelos maiores e mais bagunçados e a barba que já aparecia. O desgraçado não ficava feio nem com aquelas olheiras embaixo dos olhos, enquanto eu parecia uma morta-viva.
E mais estúpida era eu, que ainda reagia a ele. O meu corpo ainda esquentava e formigava de antecipação, por algo que nunca mais iria acontecer, e meu coração batia nas costelas com tanta força que parecia que a qualquer momento o tum-tum quebraria meus ossos.
— Anahi, eu só fiquei com medo, tá legal? Eu nunca tinha visto você desse jeito e não sabia o que fazer e pensei que fosse uma boa vocês se resolverem.
— Nem morta eu vou falar com ele. - berrei.
Angel se encolheu e a cena me fez lembrar da primeira vez que Belaflor colocou um homem desconhecido em nossa casa. A gente ficou com tanto medo e agora eu estava assustando minha irmãzinha.
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CEO
RomanceFormada em Economia, recém-terminado o MBA e finalizado o estágio obrigatório, Anahi se vê desempregada e sem meios de se sustentar, até que a sua amiga Maite lhe convida para fazer uma entrevista para trabalhar na Herrera & Tovar como secretária ex...