Capítulo 3

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— Gostou da vista? - Uma voz masculina e rouca murmurou atrás de mim, causando-me um sobressalto.

  Me virei rapidamente e meu Deus. Perdi o ar.

  Esqueci como respirava. Fiquei completamente sem fôlego.

  Um luxuoso par de sapatos oxford, encimado por uma elegante calça preta. O terno feito sob medida já era suficiente para deixar meus sinais de alerta ligados, mas era o corpo alto e esguio por baixo dele que o tornava sensacional. Ainda assim, apesar de toda aquela demonstração impressionante de masculinidade, foi só quando vi seu rosto mais de perto assim que ele se aproximou, que percebi o que havia de fato diante de mim.

  Uau. Simplesmente... uau.

  Em um gesto cheio de elegância ele estendeu a mão para mim, mostrando suas abotoaduras de ônix e um relógio que aparentava ser caro.

  Com toda aquela beleza masculina ao alcance dos meus olhos, tudo o que eu podia fazer era encarar admirada.

— Pode apertar a minha mão, senhorita...

  Caramba, sua voz era suave e refinada, além de ter um sotaque carregado com um toque de rouquidão que fez meu estômago gelar. Era uma evocação ao sexo. Ao que o sexo tinha de melhor. Por um momento cheguei a pensar que poderia ter um orgasmo só de ouvi-lo falar.

  Tire esses pensamentos da cabeça, Portilla.

— Portilla. - Balbuciei, tentando pensar em alguma coisa. Inspirando tremulamente, pus a mão sobre a dele. Minha pulsação disparou quando ele a apertou. Seu toque era como uma onda de eletricidade, que subiu pelo meu braço e arrepiou os pelos da minha nuca. Por um momento ele permaneceu imóvel, com uma ruga preenchendo o espaço entre suas sobrancelhas absurdamente bem desenhadas.

  O magnetismo poderoso que ele exalava se intensificou, transformando-se em uma impressão quase tangível de uma energia vigorosa e inesgotável. Seus olhos eram penetrantes e inquisidores, e estavam pregados em mim. Meu coração começou a bater mais forte, meus lábios se abriram parcialmente com a aceleração da respiração. Seu cheiro era tentador. Não era colônia, loção corporal ou shampoo. O que quer que fosse, era inebriante, assim como ele.

— Portilla. - Ele repetiu o meu sobrenome lentamente, como se estivesse o saboreando. Não pude evitar de olhar para a sua boca enquanto ele o fazia e corei só de pensar no que aquela boca era capaz de fazer. - E então, gostou da vista?

— Sim, senhor. Por mais que seja alto, consigo ver tudo daqui. É uma vista realmente incrível. - Murmurei.

— Ótimo. Podemos começar então? - Sorriu.

  Precisei de um tempo para saber do que ele estava falando. A voz dele era um barítono tão profundo que a minha única vontade foi de me jogar nos braços dele e começar sim, mas não a entrevista. Incapaz de falar, apenas balancei com a cabeça. Ele guiou-me até o sofá de couro e se sentou ao meu lado depois de pegar o meu currículo que estava em sua mesa, lendo-o. Aproveitei para observá-lo melhor.

  Sua estrutura óssea faria um escultor chorar de alegria, sua boca de contornos firmes, seu nariz retilíneo e seus olhos esverdeados intensos lhe conferiam uma beleza selvagem. A não ser pelos olhos ligeiramente estreitados, sua fisionomia denotava uma impassibilidade total, o que me deixou extremamente desconfortável. Comecei a ficar angustiada com a demora dele estudando o meu currículo.

— O seu currículo é realmente muito bom - começou e senti o meu sangue gelar. - É formada em economia, por que então concorre a um cargo para secretária? Não acha que consegue fazer mais? - arqueou uma sobrancelha.

  Ele estava mesmo duvidando da minha capacidade? De verdade?

  A forma quase debochada que ele falou me fez querer voar na cara dele. Sou impulsiva e sempre fazia algo que me arrependeria depois. Era mais forte que eu. Empinei o queixo.

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