Capítulo 53

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Alfonso Herrera

  Já tinha anoitecido e eu ainda não tinha conseguido notícias da Anahi. Nada. Zero. Andrés disse que ela ainda não tinha acordado e Maite se recusava a dar alguma informação a ele.

  E ainda tinha Kiara. Dei um cheque generoso para ela voltar para casa. E foi o que ela fez. Alegremente. Sinceramente, quanto mais o tempo passava, mais eu achava que a mulher estava mesmo perturbada.

  Conversei com meus filhos. Eles estavam ótimos sem a mãe por lá. Flora, mais uma vez, pediu para eu tirá-la de lá. Liguei para Andrei, mas não havia nada errado com Lana, a mãe de Kiara, que ficou cuidando das crianças. Parecia que tudo corria bem. Pedi que ele não deixasse nenhum detalhe passar. Tinha que ter alguma coisa errada com aquela mulher. Não era possível.

  Eu não vou te deixar livre pra uma puta que quer te tirar de mim, Alfonso. Antes eu mato essa garota, mas isso não vai acontecer.

  Essa frase de Kiara quase me tirou dos eixos. Se eu não estivesse tão desesperado por notícias da Anahi, com certeza teria feito alguma besteira que me arrependeria depois.

  Eu já tinha tomado banho, forçado a comer e conversado com Lauro, que também não tinha notícias de Anahi. Quando deu dez da noite e ainda não tive retorno, decidi ir ao hospital.

  A única imagem que passava pela minha cabeça era o olhar dolorido dela. Eu não queria que ela se machucasse e, honestamente, eu tinha consciência que eu tinha acabado com ela da pior forma possível. Não só pela traição, mas por seu histórico.

  Eu nem sabia o que iria falar quando cheguei ao hospital, suando e tremendo. Eu só precisava vê-la. Ter certeza que ela estava bem, a salvo.

— Anahi Puente, qual quarto? - perguntei a recepcionista.

— O senhor é parente?

— Sou o chefe dela, porra. Onde ela está? - grunhi.

  A recepcionista me olhou assustada e olhou em seu computador.

— Quarto trezentos e quinze, ala C.

  Corri desesperado pelas escadas. Elevador demoraria demais. Meu coração estava acelerado, não sabia se por estar pulando as escadas ou por medo da reação da Anahi, que com certeza, não seria boa.

  Foda-se.

  Eu precisava vê-la.

  Quando cheguei ao corredor, vi Andrés e Maite discutindo perto da porta de Anahi. Maite estava de costas para mim, mas quando Andrés me viu, arregalou os olhos, chocado. Maite se virou para ver e o seu semblante se contorceu em puro ódio. Ela se aproximou perigosamente com passos largos.

— Que porra você pensa que está fazendo aqui? - rosnou.

— Vou ver a Anahi.

— Só pode estar brincando com a minha cara - gritou, incrédula - Você não vai ver a Anahi, Alfonso. Eu quero você longe dela, porra, está ouvindo? Nunca mais vai tocar nela de novo. O que você queria? Destruí-la? Vê-la em pedacinhos?

— Maite, eu entendo que você está com rai...

— Sai daqui - grunhiu - Pare de pensar com a porra do seu pau e respeite o espaço da Anahi.

  Ah, cara, pelo amor de Deus.

— Isso ela vai ter que me dizer.  - comecei a caminhar até o quarto que a recepcionista me passou, ignorando Maite tentando me segurar. Como se ela fosse conseguir.

— Alfonso, não acho que seja uma boa ideia. - Andrés avisou, barrando a minha entrada.

— Sai da minha frente.

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