Anahi Portilla
Deixei o carro perto da academia, que ficava há três quarteirões do trabalho, então decidi já sair com a roupa de ginástica e ir correndo até lá. Nada de táxi. Eu estava perto de ter um surto, então eu precisava correr e me exercitar até a morte, ou acabaria ficando louca.
O que você ofereceu para conseguir isso?
Você dormiu comigo.
Você dormiu com ele?
Acéfalo, bastardo, canalha, descarado, energúmeno, filho da puta, grosso, hipócrita, imbecil, jaburu... Do que eu poderia chamá-lo com “k”? Não importava. Louco, mesquinho, neurótico...
Senti mãos me segurando e me virando abruptamente e me deparei com Alfonso usando roupas de academia também.
— Que porra é essa que você está usando? - Alfonso grunhiu.
— O que você tem com isso? - tentei me soltar, mas ele era mais forte. - Me solta, inferno. Eu não quero você perto de mim! - isso só serviu para ele segurar meu outro braço, aproximando seu rosto do meu. - Eu... Eu vou gritar. - murmurei num fio de voz, zero convicção quando senti seu cheiro único.
— Vou repetir a pergunta: que porra é essa que você está usando? - ele sussurrou em meu ouvido e eu apertei os lábios. Eu usava um shortinho bem curto de malha e um top. Droga, eu estava carente, com certeza ele iria se aproveitar disso.
— Você está me machucando. - e eu nem estava falando no sentido literal. Ele me soltou.
— Me responde, Anahi. - suas mãos estavam ao lado do corpo.
— Roupas - rosnei. - Agora se me da licença, Senhor Herrera, preciso ir embora. - voltei a correr.
Ele não disse mais nada, mas senti que ele estava bem atrás de mim. Eu não viraria para ver. Não daria esse gostinho a ele. Entrei na academia que pertencia à Herrera Enterprises, subi na esteira e comecei com uma caminhada leve. Enquanto me aquecia, pus meu iPod no modo aleatório e quando começou a tocar “SexyBack”, de Justin Timberlake, passei a correr a toda velocidade. Era um exercício físico e mental.
Bem que eu gostaria de ser capaz de resolver todos os meus problemas correndo. Depois de vinte minutos diminuí o ritmo e parei, arriscando uma olhada para Alfonso, que corria com a fluidez de uma máquina bem azeitada. Ele estava vendo a CNN nos monitores de TV acima de sua cabeça, mas abriu um sorriso para mim enquanto eu enxugava o suor do rosto.
Ogro!
Fiz mais alguns exercícios e cogitei a possibilidade de tomar banho na academia, mas preferi deixar de lado. Angel tinha saído com Christian, então eu teria novamente a casa só para mim. Assim que cheguei na saída, Alfonso me alcançou.
— Eu só quero conversar com você, Anahi. Por favor, só me escuta - ele se pôs à minha frente e eu cruzei os braços esperando que ele falasse. Sua respiração estava pesada e eu tinha certeza que não era por causa dos exercícios. O cara era uma máquina. - Podemos ir para a minha casa? Ou a sua, não sei.
— Estou escutando, Alfonso.
Ele passou as mãos pelos cabelos, impaciente. Cristo, ele era tão bonito.
— Anahi, vamos lá para casa, por favor.
— Não posso deixar a Angel sozinha.
— Angel sabe se virar, Anahi. Ela não vai para a boate ou fazer alguma besteira. Ela é praticamente uma mulher. Ela já completou dezoito anos, esqueceu?
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CEO
RomanceFormada em Economia, recém-terminado o MBA e finalizado o estágio obrigatório, Anahi se vê desempregada e sem meios de se sustentar, até que a sua amiga Maite lhe convida para fazer uma entrevista para trabalhar na Herrera & Tovar como secretária ex...