Capítulo 55

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Alfonso Herrera

  Eu estava com Andrés do lado de fora do hospital quando Anahi teve alta. Eram quase dez horas e eu estava em êxtase, louco para falar com ela. Ou vê-la. Nem que fosse de longe.

— Você acha que um buquê de flores vai trazer Anahi para você? - Andrés bufou debochado.

  Olhei para ele por cima dos óculos escuros. Ele parecia péssimo. Muito mal mesmo. Maite havia terminado com ele por ter sido meu cúmplice todo o tempo. E segundo ele, teria que ficar comigo para garantir que eu não faria nenhuma merda, e conquistar Anahi novamente para que ele conseguisse conquistar sua garota mais uma vez.

— Não - respirei fundo - Mas é um começo.

  Tinha de ser, certo? Anahi veria em meus olhos que eu estava arrependido e que eu estava disposto a mudar as coisas.

  Nós tínhamos um filho. Por mais que a gravidez não tivesse vingado, tínhamos uma criança.

  Ouvi Andrés sussurrar um “babaca”, mas não me importei. Não quando Anahi estava saindo pelas portas do hospital com Maite, Ana Brenda e os Boneta filhos a cercando.

  Cristo, eu queria estar lá para cuidar dela e garantir que tudo ficaria bem. Dessa vez tudo ficaria bem.

  E como diz algum pensador contemporâneo: a vida é uma vadia.

  E eu tive certeza disso quando James saiu do hospital e abraçou Anahi de forma tão íntima que tudo o que pude fazer foi enxergar vermelho. E naquele momento eu só queria passar o lápis no filho da puta que queria roubar minha mulher.

  Comecei a caminhar ferozmente até eles, decidido a por o fim naquela palhaçada quando Andrés me puxou forte e bateu minhas costas na parede do hospital, num canto que Anahi não poderia nos ver.

— Que merda você pensa que está fazendo? - rosnei, tentando me soltar. Comecei a me debater de tal forma que o buquê caiu no chão e eu nem me dei conta. Foda-se - Me solta. Aquele filho da puta está tentando roubar minha mulher.

— Sua mulher o inferno! - Andrés grunhiu, prensando-me ainda mais na parede. Seu braço prendia meu pescoço de forma que se eu me debatesse muito, ficaria sem ar - Anahi não quer te ver.

— Ela vai me escutar - rosnei - Me solta, porra!

  Empurrei Andrés abruptamente e peguei o buquê, me apressando em ir atrás da Anahi. Quando virei para encontrá-la, eu vi que ela olhava para os lados como se procurasse alguém. Me procurando. E quando me viu, fiquei paralisado.

  Meu coração perdeu a batida ao ver a mágoa em seus olhos. Ela estava muito pálida, mas caramba, a sua expressão quando me viu... Uma mistura de choque e rancor. Mágoa e desprezo. Maite olhou em nossa direção e empurrou Anahi apressadamente para o carro, Lyle entrando em seguida. Ana Brenda disse algo para Maite que balançou a cabeça freneticamente. Ana segurou gentilmente o braço de Maite, dizendo alguma coisa que a fez pensar. Maite nos lançou um último olhar desdenhoso e entrou no carro. Ana Brenda fechou a porta e veio até nós.

  Por que eu não tinha ido falar com Anahi? Não fazia ideia. Eu paralisei ao vê-la daquele jeito. Saber que eu era o causador da sua dor fez minhas pernas se recusarem a caminhar até ela e rastejar pelo seu perdão.

— O que pensam que estão fazendo aqui? - Ana Brenda cruzou os braços.

— Ana, eu preciso da Anahi - não me importei com o desespero em minha voz. Foda-se. Eu precisava da minha mulher - Preciso que ela saiba que eu não fiz nada de forma proposital.

— Alfonso o que foi que eu disse a você?

— Ana Brenda, você não está me entendendo. - revidei.

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