Capítulo 56

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Anahi Portilla

  Assim que cheguei à New York, vi Christian e Angelique me aguardando no aeroporto. Por mais que eu tivesse chorado o vôo quase inteiro, ainda tinham lágrimas para cair. Muitas lágrimas, inclusive. E foi só encontrar as minhas duas pessoas no mundo que uma corrente me inundou. Eu estava sendo uma dramática.

  Christian me alcançou rapidamente e me abraçou forte. Meus soluços eram tão altos e doloridos, que era como se uma parte de mim estivesse sendo arrancada.

— Vai ficar tudo bem, querida. Estou aqui por você. Não vou te deixar.

  Alfonso havia me dito isso tantas vezes. Que estaria lá por mim. E até agora ele não tinha aparecido. Não que eu quisesse vê-lo, mas ele sequer me ligou, ou mandou uma mensagem, nada.

  Ele e a esposa deviam estar se reconciliando enquanto eu ficava me deprimindo por ele. A secretária que se apaixonou pelo chefe. Quão ridículo soava isso? Eu havia lido livros com essas histórias, mas o meu final seria completamente diferente. O chefe não largaria tudo para ficar com a secretária. Ele tinha uma vida, uma esposa. Filhos. Cristo, ele tinha filhos e ainda assim ele ficou comigo. E agora eu também tinha gerado um filho dele. E não tinha vingado. Eu tinha perdido meu bebê.

  Não sei exatamente como, mas Christian e Angel conseguiram me colocar no carro. Christian dirigindo e Angelique atrás, me abraçando e acariciando meus braços e cabelos. Quando vi que estávamos indo para o meu apartamento, uma onda de pânico cruzou o meu corpo.

— Não quero ir para minha casa - a lembrança de Alfonso estaria em todo o espaço, de forma que com certeza iria me sufocar - Por favor, eu não quero ir para lá.

— Tudo bem. - Christian mudou de direção.

  Quase fiquei aliviada ao ver que ele havia nos levado para o apartamento dele, no West Side. Christian e Angel me levaram para dentro do apartamento. Vi que o porteiro nos olhou curioso, mas não disse nada. Os dois me deitaram na cama de Christian cuidadosamente. Os dois conversaram alguma coisa, mas sinceramente pouco me importava.

  Eu só queria que aquela dor fosse embora. Queria aquele entorpecimento que havia sentido antes tomasse o lugar do aperto no meu estômago. Parecia que alguém estava cortando meu coração em pedacinhos lentamente, fazendo com que doesse mais.

  Era Alfonso quem tinha feito isso.

  Angelique deitou comigo e me abraçou por trás. Christian apareceu em seguida e me entregou um comprimido e um copo com água.

— Toma isso. Você precisa descansar. Nesse tempo, vou fazer suas malas para a sua viagem de amanhã. Você precisa de um cenário diferente para esfriar a cabeça. Angel começa a trabalhar amanhã e eu estou de férias, então vou com você.

  Pensei em protestar, mas ele me sentou e me entregou o remédio e o copo com água. Vi que Angel dormia.

— Ela está cansada. Tivemos uma longa noite arrumando as coisas para a nossa viagem. - encolheu os ombros e olhei minha irmã.

  Ela parecia melhor do que quando havia chegado aqui. Não estava mais pálida e estava ganhando peso. Havia pintado os cabelos de castanho escuro e estava mais sorridente.

  Tomei o remédio e me deitei novamente.

— Descanse, querida. Vai ficar tudo bem. Teremos uma viagem incrível pela frente, você vai ver. - beijou minha cabeça e saiu do quarto.

  Antes de dormir, me permiti chorar mais um pouco. Maldito momento em que Alfonso entrou em minha vida. Maldito momento em que eu cedi a ele.

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