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Cap 20

Por Ayla. 

Passar a noite acompanhada do Eric,junto dele,na cama dele,deitada em seu abraço protetor,foi uma das melhores coisas que já senti. Eu estava tranquila como há dias não ficava,estava relaxada e me sentindo segura como se nada nunca pudesse me fazer mal. O mundo,a guerra,as histórias,não me assustam mais.

Fecho os olhos e quase consigo sentir os braços fortes do Eric me envolvendo,a sua respiração fazendo cócegas na minha pele enquanto ele vai caindo num sono profundo. Fiquei um tempo observando o mafioso dormir e vi ele sorrir,senti seus músculos relaxados. O soldado que está sempre alerta,sempre esperando por um perigo iminente,se desarmou e relaxou no meu abraço. Me senti uma rainha. 

Peguei no sono observando o do meu namorado e acordei sentindo ele me puxar para si,me envolver num mundo só nosso. Um mundo puro,colorido,pulsante,vivo e seguro. Um mundo onde só nós dois e nossos sentimentos importam. Um mundo que não é dividido entre Costantini e Barbieri,filhos da terra e do mar. Quase me esqueci completamente de quem sou. Quase,porque minha mãe faz questão de me despertar do encantamento. 

A senhora dos mares estava preocupada com minha demora porque já era quase meio dia e eu ainda não tinha dado notícias. Fui dormir tarde,no meio da madrugada,estava exausta depois do dia cheio de altos e baixos que tive e apaguei. 

Tomei café com Eric,namoramos um pouquinho porque não somos de ferro e ele me deixou na fronteira. Peguei um táxi de volta para casa e por sorte consegui entrar sem ninguém perceber. 

Tomei um banho delicioso de chuveiro,me perfumei,penteei o cabelo,passei meus cremes e vim até o closet escolher o look do dia. Tenho que me preparar logo e ir pra sala fingir que passei a noite toda aqui. 

Optei por uma roupa confortável. Um short jeans curto e larguinho,uma blusa ombro a ombro,de mangas longas,tecido leve e uma amarração delicada na altura da barriga pra dar um charme. Escolhi uma coleção de pulseiras que combinam entre si,se emaranhado em tons neutros e prata. Deixei o cabelo solto,usei pouca maquiagem e fiquei bastante satisfeita com meu reflexo no espelho. 

Desci até a sala de estar e não demorei a encontrar minha mãe. Seu cabelo ruivo se destaca em meio ao sofá branco,seu rosto demonstra preocupação e ela fecha uma revista assim que escuta meus passos. 

Ária : Ayla! - ela me cumprimenta. Dá para ver alívio em seus olhos. 

Ayla : mãe - falo com mais leveza. Ela faz careta. 

Ária : você… - tenho certeza que ela ia me perguntar porque não liguei antes mas se interrompeu ao ver um dos funcionários passando atrás de mim. 

Me viro para ver de quem se trata e dou de cara com uma mulher que aparenta ter uns vinte anos. Ela parece constrangida por ter nos atrapalhado e pede desculpas educadamente. 

Sei que minha mãe pensa o mesmo que eu. Não é seguro ficar aqui. Não podemos falar sobre o Eric e sobre nossa noite no meio da sala de estar da mansão do poderoso Tristan Barbieri. Acho que nem minha mãe é capaz de me salvar da ira do seu marido se ele descobrir que eu estava na cama de um Costantini. 

Ária : vamos pra outro lugar - minha mãe chama e se levanta. 

Sigo dona Ária pra fora da sala,cruzamos parte do corredor e entramos em outro cômodo,sua sala particular. Minha mãe gosta de ficar sozinha aqui,às vezes recebe uma ou duas visitas mas na maior parte do tempo só relaxa em um dos lugares mais lindos da mansão. Nem meu pai ousa entrar sem bater. 

A sala é bastante ampla,tem uma larga e alta parede de vidro que é praticamente invisível e uma vista deslumbrante de uma das praias mais bonitas da ilha. Um sofá e duas poltronas brancas bem confortáveis estão posicionadas de frente para a vista e uma mesa de centro moderna deixa a decoração ainda mais leve. Adoro esse lugar desde pequena. 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora