Cap 67
No dia seguinte.
Por Ayla
Acordei sentindo como se um caminhão tivesse passado por cima de mim,e só piorei ao lembrar que não foi um caminhão mas sim um armário de dois metros de altura e cento e setenta quilos. O desgraçado acabou comigo.
Fiquei surpresa ao não encontrar minha mãe,meu pai ou a Agatha no quarto. Meus pais estavam apavorados ontem,não saíram do meu lado,e minha irmã estava se sentindo culpada,queria ter certeza de que estou bem.
A noite foi tão cansativa e depois ainda passei o dia todo no hospital,fiz vários exames,tive que me consultar com três médicos de diferentes especialidades até meu pai ficar satisfeito e me deixar em paz. Ele só sossegou quando o médico da família garantiu que estou bem.
Por sorte minha ou descuido do brutamontes,meu celular acabou caindo no gramado em frente ao restaurante e Attina o encontrou. Ela o guardou pra mim e me devolveu no carro depois que nos reencontramos. Ainda bem que não foi o papai ou ele poderia ter descoberto tudo.
Levantei sentindo todo meu corpo dolorido. Não tem uma parte que não doa,mas fico aliviada ao lembrar do que a ginecologista disse. Eu não fui abusada,o sexo que fiz foi consensual e na noite anterior.
Enchi a banheira com água bem quente,joguei os sais de banho que mais gosto e deixei meu corpo afundar na água,relaxar com o calor. É como uma benção depois de tudo o que passei.
Fiquei na banheira até a água esfriar e não pude deixar de observar meu corpo no espelho quando sai. Estou coberta por hematomas horríveis,tenho cortes nos braços e nas pernas,arranhões. Acho que nunca estive tão mal,nunca me senti tão feia e frágil.
Espanto os pensamentos ruins,as fantasias que acabei criando,as imagens daqueles vermes me agredindo,e me dedico a cuidar dos ferimentos. Tenho uma pomada para os hematomas e uma para os machucados.
Também passo meus cremes,penteio o cabelo e venho até o closet escolher o que vestir. Não quero elaborar nada,estou me sentindo exausta e estou toda dolorida.
Acabo optando por um cropped preto com tecido bem levinho,uma calça de flanela vermelha e preta e pantufas confortáveis. Não vou sair e nem receber visitas,não preciso ficar apresentável.
Consegui tomar café da manhã com minha mãe e minhas irmãs antes de ser chamada no escritório do meu pai. Ele quer conversar sobre o sequestro para saber tudo o que vi e ouvi.
Tristan : como está se sentindo,piccola perla? - ele pergunta assim que me sento ao seu lado no sofá.
Ayla : um pouco cansada e dolorida ainda - confesso.
Tristan : o que você fez pela sua irmã foi muito nobre e estou muito orgulhoso mas...Ayla…
Ayla : sei que devia ter corrido para dentro com a Agatha mas fiquei com medo deles atirarem - me explico.
Tristan : eu sei,meu amor. Você foi muito corajosa e nada disso foi culpa sua - ele me consola - eu devia ter prestado mais atenção,era óbvio que o desgraçado do Arthur ia tentar alguma coisa...
Ayla : não,pai - interrompo - isso também não foi culpa sua. Arthur...ele é...é… - não consigo completar.
Tristan : você viu ele? - meu pai pergunta.
Ayla : ele foi até o cativeiro e nós conversamos um pouco - confirmo.
Tristan : conversaram? - ele questiona.
Ayla : ele disse que não era pra me sequestrar,a ideia era só pegar quem estivesse mais fácil - conto.
Tristan : ele machucou você? - meu pai pergunta, parece que tem um nó na garganta.
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A sereia da Sardenha
RomanceEric é o herdeiro de Arthur Costantini,orgulhoso,sedutor e extremamente devotado ao pai. Após ir a uma festa,cair no mar e ter a vida salva por uma ruiva misteriosa,se vê completamente incapaz de tirar a garota da cabeça. O que Eric não imagina é qu...