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Cap 74 

No dia seguinte.

Por Ayla 

Vim até uma joalheria escolher algumas peças para usar com o vestido que a Andrea desenhou. Sábado é o baile de aniversário da Sra. Giordano e preciso estar impecável,demonstrar poder e força.

É o primeiro evento público que vou depois do sequestro e,apesar do meu pai ter abafado as fofocas e Arthur não ter feito alarde,ainda tem muita gente curiosa tentando entender o que realmente causou aquela troca de tiros em frente ao restaurante. Não posso e não quero parecer fragilizada ou machucada. 

Confesso que estou bastante ansiosa para rever o Arthur. Trocamos ameaças naquela noite,senti tanto medo e ao mesmo tempo tanta raiva que acho que eu o mataria com minhas próprias mãos se pudesse. Estou louca para provar que ele não me feriu,que sou invencível e poderosa e que ele nunca vai me destruir. 

Claro que ainda estou abalada,tudo o que passei ainda me assombra,mas Arthur Costantini não sabe disso e não me importo em parecer uma pedra de gelo desde que isso o consuma de dentro pra fora. Quero que ele se arrependa de ter me deixado viva,que se corroa até os ossos com tanto ódio. 

Comprei um conjunto lindo com um anel oval de diamantes com uma safira no centro,pulseira de ouro branco com pequenas safiras e brincos do mesmo material,bem discretos. O vestido já é bem chamativo e não quero perder a elegância.  

Segui de volta pro meu carro e me deparei com alguns presentes sobre o banco do passageiro. De início me assustei,cogitei a possibilidade de ser uma armadilha,mas me acalmei ao ver um cartão com a letra do Eric. 

Ayla : se você fez isso de novo… - murmuro com insegurança enquanto pego o envelope grosso. 

Da última vez que recebi uma carta do Eric,ele terminou comigo e partiu meu coração. E é nisso que penso enquanto abro o envelope e tiro o papel elegante de dentro. 

Mas ele não faria isso,faria? Fizemos as pazes e estamos bem. E ele não me daria presentes se quisesse terminar comigo. 

A não ser que ele só estivesse se divertindo. 

Olho novamente para os presentes e sinto um pouco da insegurança se diluir. É tão fofo e tão carinhoso,tão bonito,não são presentes de um término. 

Sobre o banco tem um ursinho feito com rosas pequenas na cor fúcsia,uma bexiga transparente com plumas também fúcsia e uma sacola de papel da Victoria Secrets em diferentes tons de rosa e preto. São coisas delicadas. 

Volto minha atenção ao cartão e decido ler o que está escrito. Não dá pra fugir mesmo. 

“Senhorita Ayla Montanari Barbieri,nunca pensei que um dia escreveria uma carta pra você,muito menos uma de amor. Aliás,se alguém tivesse me contado que eu estaria aqui,amando e me entregando de corpo e alma a uma Barbieri,eu nunca iria acreditar. Mas aqui estou eu,disposto a tudo para te ver sorrindo. 

Perdi meu coração completa e instantaneamente no momento em que coloquei os olhos em uma ruiva deliciosamente sensual que dançava como se não houvesse amanhã. E naquele momento não existia mesmo,todos desapareceram e meus olhos só focavam em você,no seu corpo e no seu sorriso. 

Caralho,Ayla,como eu desejei você! Quanto mais eu tinha,mais eu queria. E ainda quero. Quero ter você o tempo todo. Dormir e acordar ao seu lado, despertar no meio da noite pra fazer amor,foder em lugares proibidos e porque não casar? Te fazer minha mulher em todos os sentidos. Quero que você seja minha rainha,minha amante,minha amiga,a mãe dos meus filhos...Minha,minha e só minha. 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora