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Cap 28

Por Eric.

Eu não queria vir ao baile. Não suporto o jeito presunçoso do Alessandro,odeio ele ter toda essa confiança e ego inflado quando na verdade não é porra nenhuma. Ele gosta de jogar dos dois lados,não tem culhão pra escolher um. É um covarde e não podemos confiar em covardes. Mas ele ainda é,teoricamente,um aliado e por alguma razão meu pai preza muito por essa aliança. 

Acabei cedendo a pressão dos meus pais e ao chegar a festa encontrei os dois e a Úrsula me esperando. Segundo minha mãe,um herdeiro tão poderoso precisa de uma acompanhante a altura. Resolvi não discutir porque é inútil. 

Cumprimentei o Alessandro por educação e fui apresentado a sua irmã,Teodora. Ela é bonita,demonstrou ser atenciosa e doce como uma bonequinha. Educada demais. Fofa demais. Um perigo. 

A garota que acaba de completar dezoito anos me convidou para dançar. Ela quer se exibir para as amigas,quer se jogar em cima de mim e garantir uma aliança sólida para o seu irmão. Vamos ver onde isso vai dar. 

Nunca fui o maior fã do Alessandro e essa implicância só aumentou com a situação. É tão filho da puta,tão estrategista,que usa a própria irmã para conseguir o que quer,a trata como uma prostituta. Baixo,nojento e mal caráter. 

Trouxe a morena até o centro da pista de dança como se não soubesse as intenções por trás dessa gentileza. Tanto ela quanto o irmão ficaram visivelmente satisfeitos. Já a Úrsula só falta assassinar a menina. 

Com toda a minha experiência,aproveitei a oportunidade para sondar a Teodora,para tentar saber mais sobre os planos do seu irmão. Ela acabou revelando em meio a piadinhas que o Alessandro está bastante interessado na caçula de Tristan Barbieri,a tal deusa da beleza. Isso acendeu uma luz na minha mente. 

Se o traficante se unir à filha do Tristan,ele vai ter passe livre do outro lado. E se sua irmã conseguir me seduzir,acredita que vai ter essa mesma liberdade com meu pai. Ninguém para atrapalhar seus negócios. Idiota. Só mesmo um completo imbecil pra pensar que Arthur Costantini aceitaria uma Barbieri na família. 

Deixei a garota falar enquanto minha mente voltou a vagar. Odeio esses bailes porque são sempre a mesma coisa,porque cada frase,cada palavra,tem mil intenções por trás. É extremamente cansativo lidar com essas pessoas. 

Penso em como seria diferente se Ayla estivesse aqui comigo. Ela com certeza ia ficar enciumada por causa da Teodora e da Úrsula,mas ia derreter ao ser beijada,ia sorrir quando eu a chamasse para dançar e ia brilhar como minha acompanhante,como minha namorada,ia ofuscar todos e todas com sua beleza. 

A festa continuou como todas as outras. Úrsula grudada em mim,Teodora me cercando como um lobo,meu pai exibindo nosso poder e minha mãe vendo inimigos até nas sombras. Um rei,uma rainha,um príncipe e seus súditos. Eu só não esperava ver ela. 

Úrsula me convenceu a dançar depois de vários minutos enchendo minha paciência. Essa mulher consegue ser um pesadelo quando quer. 

Seguimos juntos para a pista e ela então resolveu partir para o ataque. Começou com um abraço delicado,mais próximo do que o decoro permite. Depois veio o toque sutil no meu peito,as unhas cumpridas me arranhando sobre a camisa. Ela deitou a cabeça no meu ombro como fazia quando estávamos juntos e me beijou. Um beijo deliciosamente lento e erótico,bem em cima da carótida,o lugar que mais gosto. E ela sabe. Ela sabe me agradar. 

Penso no quão diferente ela e a Ayla são. Minha namorada é ousada,atrevida e ama aprender comigo,mas é inexperiente e tem seus receios,suas inseguranças. Úrsula já é uma mulher vivida,conhece meu corpo e meus gostos,sabe exatamente o que tocar e quando tocar. Então porque não consigo simplesmente deixar ela fazer isso? Por que Ayla me dá mais prazer e mais alegria do que minha ex? 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora