95

104 7 0
                                    

Cap 95

Por Eric 

Tomei banho com a Ayla e tive que usar todos os longos minutos que ela passou secando, penteando e perfumando o cabelo para convencê-la a tomar café da manhã com minha família. A sereia ainda está desconfiada e arisca em relação aos meus pais,mas acabou cedendo. 

Esperei minha namorada se trocar e descemos juntos. Aproveitei a oportunidade para mostrar um pouco mais da casa já que estamos desde ontem enfurnados no quarto. 

Como já era de se esperar,a ruiva não fica muito impressionada com a mansão. Ela é acostumada com o luxo,com os seguranças rondando e com toda essa tensão,mas os funcionários encarando a deixaram um pouco incomodada. Ayla é uma grande novidade por aqui e,apesar de todos os empregados serem discretos,ficam surpresos e curiosos com sua presença. 

Ayla : Eric…

Eric : eles não vão comentar nada. Minha mãe fez questão de deixar bem claro para todos que não vai tolerar fofocas com o nome da família - respondo antes que ela complete a pergunta. 

Ayla : imagino que tenha feito isso antes de saber sobre nós - a ruiva comenta. 

Eric : como acha que a família Costantini guarda seus segredos? - debocho. 

Ayla : com uma matriarca assassina - a sereia responde. Dou risada. 

Eric : ela prefere ser chamada de rainha zelosa - corrijo. 

Ayla : claro que prefere - ouço minha namorada murmurar. 

Eric : Ayla - chamo e me posiciono na frente dela para impedi-la de continuar. A sereia suspira. 

Ayla : estou sendo ranzinza,não é? - ela pergunta com inocência. 

Eric : sei que não é fácil pra você sentar em uma mesa com minha mãe e tomar café como se nada tivesse acontecido,mas tenta fazer um esforço. Também não está sendo fácil pra ela - peço. 

Ayla parece contrariada,ainda tem muita mágoa pelo que minha mãe fez. Matar o Mariano mexeu muito com ela,mudou ela,e minha mãe nunca se desculpou,nunca nem pareceu se sentir culpada. Minha namorada tem suas razões,mas minha mãe também tem. 

Virgínia Costantini também foi uma das vítimas dessa guerra. Ela viu seu pai dedicar anos para derrotar os Barbieri,viu ele lutar ao lado do meu avô e perdeu muitos amigos,muitas pessoas que amava. É difícil ver seu único filho apaixonado por uma Barbieri. 

Eric : olha,minha mãe também tem razões para ficar receosa a seu respeito…

Ayla : eu nunca fiz nada contra ela,Eric - a ruiva garante. 

Eric : eu sei,amor. Mas sua família fez,seu pai e seu avô… - explico - são muitos anos de guerra, muitas marcas. 

Ayla : tá - ela cede - prometo que vou ser o mais compreensiva e boazinha que conseguir. 

Eric : mesmo? - insisto. 

Ayla : mesmo - ela confirma - mas se ela vier me provocar,não vou ficar quieta - a sereia alerta,me faz sorrir. 

Eric : nunca pensei que fosse - garanto. Ela me dá um tapinha. 

Ayla : você me faz parecer uma víbora - minha namorada comenta. 

Eric : não,não uma víbora. Só uma cobrinha um pouco complicada - provoco e ganho mais um tapa. 

Não contenho a risada e nem a vontade súbita de beijá-la. Essa mulher é irresistível,principalmente quando,mesmo desconfiada,cede para me deixar feliz. É uma das pequenas provas de amor do dia a dia. 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora