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Cap 55

Por Ayla 

Parece que um caminhão passou por cima de mim. Minha cabeça está latejando,meus olhos estão pesados e meu estômago está doendo como se eu tivesse levado um soco. 

Consigo lembrar pouco da noite passada,flashes que mostram muita bebida na pista de dança,um homem me tocando,me beijando e...e aí meu Deus,ele tirou minha calcinha?!

Escorrego a mão por baixo do edredom grosso e me toco à procura da peça. 

A notícia boa é que estou de calcinha. A ruim é que não é a calcinha de renda que usava noite passada e sim uma de algodão,mais confortável e de modelo mais recatado. 

Vasculho a mente atrás de mais imagens e vejo o Eric. Ele estava furioso,os olhos brilhavam com um ódio que raramente vi. Ele avançou feito um animal pra cima do homem que estava comigo e lhe deu um soco tão forte que o loiro perdeu o equilíbrio e caiu de bunda no chão. 

Lembro de uma discussão depois. Entre ele e eu, não o homem - aquele covarde fugiu igual a um bichinho assustado -. Eric gritou comigo,aí eu gritei com ele,chorei e então...então aquele filho da mãe me jogou feito um saco de batatas por cima do ombro e me levou até o carro dele. 

As lembranças ficam mais claras na mansão. Eric ficou comigo o tempo todo,segurou meu cabelo enquanto eu vomitava e fez carinho nas minhas costas,me amparou nos braços no chão frio de mármore. Ele sussurrou que ia ficar tudo bem,que eu não ia ficar sozinha. 

Lembro de ter pegado no sono enquanto estava no colo dele,ainda no chão do banheiro. Eric me carregou até o quarto porque lembro dele me dando um beijo na testa e fazendo carinho no meu rosto. Depois disso eu dormi. 

Abro os olhos com bastante dificuldade e observo o quarto à minha volta. Está bem melhor do que a última vez. As paredes de vidro foram trocadas por novas,assim como os móveis e o dossel da cama. Mas tudo ainda é tão familiar que chega a doer o coração. 

As cortinas estão fechadas mas ainda assim dá pra perceber que está sol lá fora. Tem algumas roupas jogadas numa poltrona e não demoro a reconhecê-las,são minhas. 

Olho pra mim mesma e não contenho o sorriso ao ver a camisa do Eric. Ela é minha preferida e ele sabe disso. É feita em algodão,super gostosa no corpo e de mangas longas. Eu usava quase todas as noites. 

Será que ele ainda está aqui ou será que já fugiu de novo? Sei que o que fiz deve ter mexido com ele,no mínimo feriu o ego. Mas será que ele me deixaria sozinha novamente? Ontem a noite ele prometeu que não. 

Deixo pra pensar nisso depois e resolvo tomar um banho para esfriar a cabeça. Também tenho que escovar os dentes para tirar esse amargo da boca. 

Mexo no armário do banheiro e encontro o kit anti ressaca do Eric. Graças aos céus,o herdeiro dos Costantini é um homem prevenido e tem um monte de analgésicos. 

Depois de tomar um antiácido,um analgésico,um longo banho quente,escovar os dentes e passar meus amados cremes,me sinto quase nova em folha,tirando a ressaca moral e o medo de ver o Eric. 

Como será que ele está? Será que está bravo ou só magoado? Será que vai brigar comigo de novo ou vai continuar a cuidar de mim? 

Na dúvida do que vou encontrar,coloco de volta a camisa dele - que sei que o deixa louco - e uma calcinha azul delicada que encontrei na gaveta no closet. Prendi o cabelo num coque frouxo no alto da cabeça,optei por ficar descalça mesmo e saí à procura do meu salvador. 

Desci as escadas da sala e logo senti o delicioso aroma do café da manhã. Café,pão fresquinho, torradas...Não tinha percebido que estava com tanta fome. 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora