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Cap 92

Por Eric

Foi horrível assistir enquanto Tristan magoava a Ayla. Minha sereia ficou péssima,implorou para que o pai cedesse e aceitasse a aliança,para que escolhesse a felicidade dela,mas tudo foi em vão e só restou mais uma ferida no coração da minha mulher. 

Eu queria intervir. Pegar a Ayla,colocá-la no carro e tirá-la daquele lugar,tirá-la de perto dele,mas não podia. Eles precisavam ter aquela conversa e minha sereia precisava desabafar. Tristan tinha que escutar tudo o que escutou. E agora só resta esperar que ele se acalme e consiga entender a filha. 

Assim que a tortura acabou,Ayla veio até mim e desabou nos meus braços. Eu a amparei como pude,coloquei a sereia no carro e trouxe para a casa dos meus pais. 

O caminho até a mansão é longo e,por decepção ou inteligência,Tristan não tentou nos seguir. Ele realmente abandonou a filha,não quis lutar. Pelo menos por hora. 

Ayla foi se tranquilizando durante o percurso,seu choro foi cessando,mas ela permaneceu calada. A sensação que dá é que a ruiva está exausta e destruída. 

Eric : estamos quase chegando - comento em uma tentativa de quebrar o silêncio. Não funciona. 

Ayla ainda está com a cabeça deitada no meu ombro,os olhos perdidos,sem focar em nada de especial,mas já não chora mais. 

Por respeito ao momento,meus amigos e meu pai também não falam nada. Vamos dar um tempo a Ayla,deixar o coração dela se acalmar e a mente ficar mais clara. 

Contenho um suspiro e dou outro beijo no alto da sua cabeça. Fico frustrado em vê-la assim,sinto dor,mas não posso fazer nada além de consolar e respeitar seu espaço. Não posso curar suas feridas,mas vou tentar. 

Mais alguns minutos se passam e Lorenzo para o carro na frente da mansão. Ayla levanta a cabeça nesse momento e encara a fachada luxuosa em tom de creme,a casa de três andares e visual clássico que nunca tinha visto. 

Ayla : pensei que íamos ficar na casa da colina - ela comenta. 

Eric : aqui é mais seguro por enquanto. Porto Cervo é uma área neutra,seu pai poderia invadir com facilidade - explico. 

Ayla : ele não vai invadir - ela garante,está arrasada. 

Eric : confia em mim,sereia. Assim que ele ficar mais calmo,vamos pra nossa casa - falo em tom de promessa. 

Arthur : você vai ser muito bem tratada aqui,Ayla. Não precisa se preocupar com isso - meu pai garante. 

Ayla : sua esposa também concorda? - minha namorada questiona. 

Arthur : Virgínia não vai causar problemas - ele garante. 

Ayla me encara a procura de respostas e parece ficar mais tranquila quando aceno em concordância com meu pai. Não tenho certeza se minha mãe pretende ser simpática,mas sei que não vai contra as ordens do marido. 

Descemos do carro e trago Ayla direto pra dentro. Apesar do namoro não ser mais segredo,não acho que a sereia queira assumir a relação nesse momento. Ela vai se preservar e preservar o pai o quanto puder. 

Assim que colocamos os pés na sala de estar,a dona da casa nos recebe acompanhada pela governa,Matilde. Eu devia ter imaginado que ela não perderia a chegada da nora. 

Arthur : Virgínia,Matilde - meu pai cumprimenta. 

Virgínia : aí,graças a Deus - minha mãe exclama - já estava preocupada com vocês. 

Arthur : ocorreu tudo como o esperado - o rei conta. 

Virgínia : estou vendo - ela murmura - não vai me apresentar sua namorada,Eric? - minha mãe provoca. 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora