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Cap 89

Por Ayla 

Meu pai colocou dois brutamontes na porta do meu quarto para me impedir de sair e de ter contato com Eric. Se não fosse pela Attina,Adele e minha mãe,meu namorado nem saberia o que aconteceu comigo. 

Estou uma pilha de nervos,muito magoada com a atitude que meu pai teve e morrendo de medo de ser mandada para Moscou. Sei que Eric e minha irmã estão planejando algo,mas ainda assim o risco é alto e estou apavorada. 

Não quero voltar para a Rússia e ficar longe do Eric,provavelmente de todas as pessoas que amo. Meu pai quer me punir,me isolar,e não vai me deixar colocar os pés na rua. Se ele me levar, vou ser vigiada dia e noite. 

Também estou preocupada com a guerra,com o que deve estar acontecendo lá fora. Tristan é um homem perigoso,trancafiou a própria filha como se fosse uma criminosa,não quero nem pensar no que vai fazer com quem ele considera ser seu inimigo. 

Passei a noite em claro,chorando no colo da minha mãe que se recusou a me deixar sozinha. Ela ficou ao meu lado o tempo todo,prometeu que vai consertar tudo isso e que meu pai vai implorar meu perdão. 

Já de manhã,dona Ária saiu para resolver alguns problemas - provavelmente brigar com o marido e fazer as malas para viajar comigo -,mas disse que volta assim que puder e que vai dormir aqui comigo de novo. 

Tomei um banho de banheira para tentar relaxar, Adele hidratou meu cabelo,fez minhas unhas e usamos máscaras de argila. Ela estava tentando me distrair,está sendo ótima comigo,mas também precisou ir embora e acabei sozinha de novo. 

Peguei um livro mas não consegui me concentrar, passei algum tempo olhando pela janela mas também fiquei entediada. Tentei até desenhar,só que não levo o menor jeito pra isso. 

Frustrada,irritada e entediada,resolvi falar com as únicas pessoas que posso e abri a porta para ver meus carcereiros. 

Ayla : quais os nomes de vocês? - pergunto com curiosidade,assim que eles se recuperam do susto. 

Afonso : sou Afonso,esse é Ricardo e a senhorita não devia estar aqui - o mais alto responde. 

Ayla : tem razão,eu não devia estar em cárcere privado dentro da casa dos meus pais - falo de mau humor. 

Ricardo : aqui no corredor - ele corrige. 

Ayla : estou no meu quarto. Vocês estão no corredor - retruco - aliás,estão pedindo hora extra por isso? Porque tenho certeza que não foram contratados para me vigiar - provoco. 

Afonso : a senhorita precisa de alguma coisa? - o moreno questiona também mal humorado. 

Ayla : preciso da minha liberdade,mas vocês dois não vão me ajudar com isso - respondo. 

Ricardo : somente seu pai tem esse poder - o mais simpático comenta. 

Ayla : meu pai gosta de manter as pessoas como bichinhos de estimação - conto. 

Afonso : volta pro quarto,senhorita. Vamos ter problemas se Tristan souber…

Ayla : ele proibiu vocês de falarem comigo? Além de proibir celulares e me manter presa,ele foi tão baixo a ponto de ordenar que ninguém me dirija a palavra? - questiono brava. 

Ricardo : não foi isso. Ele só nos alertou que a senhorita pode ser um pouco… - ele tenta encontrar alguma palavra leve. 

Ayla : um pouco o quê? - insisto. 

Afonso : manipuladora - seu companheiro completa. 

Eu não devia me surpreender,não devia ficar tão magoada,mas a resposta do segurança me fere e me choca muito. Meu pai acredita que sou um monstro,que sou capaz de manipular e articular como...como...como o quê? Como ele? 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora