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Cap 107 

Por Ayla 

Organizar um casamento é bem mais complicado do que imaginei. Mesmo com a cerimonialista e com minha mãe e irmãs ajudando,muitas coisas são só minhas e do Eric,são decisões que só nós dois podemos tomar,e isso está me cansando um pouco. 

Não tenho tido muito tempo livre,então aproveitei que só tenho uma reunião com a confeitaria mais tarde e resolvi usar minha manhã para buscar as jóias que deixei na mansão Costantini. Sai com tanta pressa que deixei tudo pra trás,inclusive as pedras preciosas que ganhei do Eric,do meu pai e até do meu sogro. 

Eric tem uma reunião com nossos pais então ele me trouxe até a mansão,depois vai comigo até a confeitaria para escolher os doces e o bolo do nosso casamento. Quando se trata de açúcar,não consigo escolher e quero tudo. 

Subi direto pro quarto e fechei a porta assim que entrei. Não quero que a Virgínia saiba que estou aqui porque não estou afim de brigar hoje. Nossa relação está péssima e não tenho interesse em resolver. 

Peguei uma mala no alto do armário e comecei a jogar minhas roupas preferidas dentro,assim como alguns acessórios e produtos de beleza que quero levar pra casa da colina. Não vou conseguir levar tudo hoje,mas meu noivo pode pegar o resto depois. Estou com pressa. 

Não sei bem porque estou sentindo isso,mas esta manhã acordei com uma sensação estranha,um pressentimento ruim. Tenho a impressão que algo muito ruim vai acontecer,estou angustiada e com o coração apertado. 

Observo meu reflexo no espelho e o colar que trago no pescoço rouba minha atenção. Estou usando a peça de turmalina paraíba que tanto gosto,aquela em forma de gota da água que ganhei há anos atrás e que estava usando no dia em que conheci o Eric. 

Toco a delicada pedra e um choquinho incomum desce pela minha coluna,minha pele arrepia na hora. 

Ayla : que estranho - murmuro atordoada.  

Uma voz bem no fundo da minha mente pergunta se isso não é um sinal. Mas sinal do que? Está tudo bem. Finalmente,depois de tanto sofrimento e dor,está tudo bem. 

Ainda pelo reflexo no espelho,vejo uma discreta movimentação no closet. Levanto a cabeça por impulso,movida pela curiosidade,e me choco ao encontrar o Tyler me encarando. 

Ele continua muito bonito. Seus olhos verdes se destacam na pele bronzeada,o cabelo preto está penteado como sempre e a postura ainda é a de um segurança,de alguém forte e poderoso que emana poder. Fico assustada. 

Tyler : eu não vou te machucar - ele garante ao perceber meu desconforto. 

Ayla : o que está fazendo aqui? - pergunto com desconfiança e me viro para encará-lo. 

Tyler : nós precisamos conversar. Tem muitas coisas que você precisa saber - o moreno fala com seriedade. 

Ayla : não tenho certeza se posso confiar no que você diz - retruco. Ele suspira. 

Tyler : sei que está magoada e tem muitas razões pra isso…

Ayla : tenho mesmo - interrompo - você me usou, Tyler. Usou minha família,viveu na minha casa e estava trabalhando para os Costantini…

Tyler : você estava transando com um Costantini - é a vez dele de interromper e acusar. 

Ayla : eu sempre fui sincera com você - garanto com mágoa. Ele volta a suspirar. 

Tyler : eu também fui,Ayla. Me envolvi em toda essa confusão para tentar proteger meu pai,mas nunca usei você. Tudo o que eu disse,tudo o que vivemos e tudo o que sentimos foi real - o moreno fala com sinceridade,consigo ver em seus olhos. 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora