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Cap 57

Por Ayla

Ter passado aquelas horas com o Eric,apesar da maior parte ter sido sexo,foi como um bálsamo nas minhas feridas. Mas foi momentâneo e logo as coisas tiveram que voltar ao normal. 

Foi muito doloroso levantar daquela cama,a cama que por muito tempo foi nossa,e ter que deixar o Eric lá. Eu não queria que fosse assim,mas foi ele quem escolheu,foi ele quem decidiu que não podemos mais ficar juntos e me afastou. 

No começo eu não concordava com Eric,achei que ele só estava com medo e que estava optando pelo caminho mais fácil,mas agora que fiz as pazes com meu pai,que passei os últimos dias com minhas irmãs e minha mãe,acho que ele está certo. Eu não trocaria o que tenho aqui por nada no mundo. 

Mas também é tão difícil ficar longe dele,dói tanto que me dá náuseas,o ciúmes é enlouquecedor e a saudade é alucinante. Eric é o homem que amo e tenho certeza que nunca vou sentir por outro o que sinto por ele. Mas entre ele e minha família,depois de tudo o que passei,sei que posso contar só com meus pais e minhas irmãs. 

Arthur e Virgínia também nunca aceitariam nosso relacionamento. Eu teria que desistir das pessoas que amo e ainda viver nas sombras da mansão Costantini,lidando com o ódio frio dos meus sogros. Minha vida seria um inferno. 

É melhor que as coisas fiquem como estão. Eric também teria que parar de me vigiar. Eu preciso seguir minha vida,preciso me distrair,sair e encontrar novas pessoas,novos amores. Mas nunca vou conseguir isso com o herdeiro dos Costantini furioso e enciumado acompanhando todos os meus passos. 

E também não sei se quero. A distância dele,a frieza com que trata os outros,a indiferença,só me faria ainda mais mal. Eu sempre fui a sereia dele,a mulher que iluminava os olhos dele e o fazia feliz. Não sei se vou aguentar ser só mais uma. 

Por isso não me contive e resolvi provocá-lo. Por isso encontrei uma embalagem de presente no closet,coloquei minha calcinha e deixei aquele bilhete. Quero que ele passe horas pensando em mim,em nós. 

Deixei Eric dormindo e peguei um táxi até o bar em que estávamos ontem,depois peguei meu carro no estacionamento e segui de volta para a mansão Barbieri. Hoje é aniversário da minha mãe e vamos comemorar em família. 

Subi para trocar de roupa e optei por um vestido longo amarelo. Ele tem botões na frente,decote em “V" e um caimento lindo. Também coloquei um maxi colar amarelo fosco,uma pulseira de prata e calcei sandálias baixas.

Passei uma escova no cabelo e vim procurar pela aniversariante do dia. Apesar dela ter optado por não fazer uma grande festa,a casa está cheia e quero entregar o presente antes que as minhas irmãs comecem a cercá-la. 

Mas cheguei tarde. Assim que pisei no corredor já consegui ouvir as meninas rindo e minha mãe falando. É sempre bastante animado quando as mulheres Barbieri estão reunidas. 

Me aproximo de fininho e não contenho o sorriso ao ver minha família toda reunida,até meu pai está na sala do piano. As meninas espalhadas pelas poltronas e no tapete felpudo e meus pais sentados no sofá branco. 

Ayla : tinha esquecido o quanto essa casa fica barulhenta com todo mundo aqui - comento e as atenções se viram pra mim. 

Agatha : o quanto a casa fica solitária e silenciosa sem nós - minha irmã me corrige. Dou risada. 

Ayla : se você diz - provoco. 

Tristan : vem se juntar a nós,piccola perla. Sua irmã estava prestes a nos presentear com mais uma música - ele convida. 

Ayla : claro. Já faz tanto tempo que tenho minhas dúvidas se Alina é mesmo talentosa - brinco. 

Me aproximo da família e me sento de pernas cruzadas no tapete fofinho,ao lado da Agatha e da Attina. 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora