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Cap 96

Dias depois. 

Por Ayla

Já tem mais ou menos duas semanas que estou vivendo na mansão Costantini e tudo o que ouço é que Arthur ainda está tentando um acordo com meu pai e que ele ainda está furioso com o que fiz. Os dias são repetitivos,as noites agitadas e a convivência com minha sogra é terrível. 

Ursula está sempre enfurnada em casa,é quase uma sombra da Virgínia. As duas não se desgrudam e não perdem uma oportunidade de me provocar,assim como também não perco uma chance de responder a altura. 

Mas viver em guerra é cansativo,principalmente em um ambiente que deveria ser acolhedor. Não tenho paz,não consigo me sentir confortável e nem confiar em ninguém. Tenho a impressão que estou sendo observada o tempo todo. Virgínia tem olhos em todos os cantos. 

Meu relacionamento com Eric também está bem estranho. Nós temos brigado bastante,em geral por causa da mãe e da ex dele,mas também por mim,porque não consigo me acostumar com essa vida,não aguento mais viver me escondendo e nem com medo. E ele não me entende,acha que estou exagerando quando conto que sua mãe fica me vigiando e atacando o tempo todo. 

Tenho me sentido muito sozinha. Minha rotina é basicamente sexo de manhã,briga com a sogra no almoço,com a Úrsula depois do almoço,tarde em algum lugar discreto sozinha ou com a Bia e a noite discussão com meu namorado e mais sexo de reconciliação. Mal conversamos,Eric trabalha muito e meu pai tem dificultado a entrada das minhas irmãs e mãe aqui. 

Hoje não foi diferente,acordei com o herdeiro dos Costantini me enchendo de beijos,tomei café com meus sogros e sai para passar a tarde com a Bia. Não sei como ela ainda não se cansou de mim. 

Beatrice : você parece cansada - minha amiga comenta. 

Passamos a tarde no iate do Giovanni,assistimos alguns filmes,bebemos um pouco e agora não sabemos mais o que fazer. Estamos sem ideias depois de ter esgotado todas nos últimos dias. 

Já anoiteceu,poderíamos ir a boate ou a alguma festa,mas não quero ser reconhecida pelo povo do Eric e meu namorado também acha arriscado. Se confirmarmos os boatos,vamos ter que assumir nosso relacionamento e forçar meu pai a tomar uma decisão. Fora que os filhos das terras podem não reagir muito bem. 

Ayla : acho que é saudade de casa - confesso. 

Beatrice : seu pai não tentou entrar em contato com você? - ela questiona. Nego com a cabeça. 

Ayla : ele não deixa nem minha família me ver. As meninas tem que fugir para chegar à fronteira e minha mãe briga tanto… - conto - ...acho que estou acabando com tudo. Destruí minha relação com meu pai e estou destruindo o casamento dele - desabafo. 

Beatrice : não fala assim,não é verdade - a loira tenta me consolar - você só escolheu viver o amor,assim como ele escolheu quando se casou com sua mãe. 

Ayla : meu pai nunca vai me perdoar pelo que fiz, por não ter escolhido minha família. E não sei até onde ele está errado porque…

Beatrice : porque? - ela pergunta quando eu me interrompo - você se arrependeu? 

Ayla : eu só quero um pouquinho de paz,Bia - falo com franqueza - as coisas naquela casa são tão difíceis. Virgínia tem feito da minha vida um inferno,Úrsula está sempre cercando e Eric finge que não vê nada. 

Beatrice : ele está tentando,Ayla. Eric tem feito o que pode para conciliar o trabalho,a relação com a família e a relação de vocês - ela defende seu amigo. 

Ayla : eu sei e o amo tanto por isso,por tudo que ele tem feito - garanto - sei que Eric quer me fazer feliz,que se esforça pra isso,e acho que é por essa razão que ainda não desisti de tudo. Eu também quero vê-lo feliz - conto. 

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