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Cap 14

Semanas depois.

Por Ayla. 

Há quatro semanas,após ter um galpão invadido e saqueado pelos Costantini,meu pai ordenou que uma das propriedades de seus inimigos fosse incendiada. Attina argumentou,brigou, apelou até para nossa mãe mas ninguém conseguiu convencê-lo a mudar de idéia e o pior aconteceu,o fogo se espalhou por causa do vento e pessoas inocentes perderam suas casas,algumas tiveram que ser hospitalizadas. 

A mansão virou um inferno depois de mais uma das atitudes impensadas do meu pai e nossa relação piorou tanto que nem ao menos conseguimos ficar no mesmo lugar. As brigas se tornaram constantes não só comigo mas também com Attina,com Adele e com minha mãe. A única que está indiferente a tudo isso é a Alana que não se preocupa com nada além dela mesma. 

Tem sido difícil encontrar o Eric depois de tudo. Ele está sobrecarregado com seus afazeres,tem discussões constantes com seu pai e a fronteira está cheia de guardas 24 horas por dia. Só nos vimos uma vez desde o acontecido e,apesar dele relaxar muito comigo,percebi a tensão em seu corpo,até na sua fala. 

Tenho me sentido muito sozinha. Todas as brigas com meu pai,a falta que sinto do Eric,a agonia de viver com medo,a aflição de não saber se o homem que gosto está bem e esse clima pesado estão acabando comigo,me deixam arrasada e estressada. 

Conversei com o Eric ontem a tarde e ele me convidou pra passar o dia em Bosa ao seu lado. Essa é uma cidade colorida e encantadora que fica do outro lado da ilha e,apesar de saber do perigo que vou estar correndo,não consegui resistir e aceitei o convite. Estou morrendo de saudade dele,preocupada com seu estado emocional e físico e encararia um tsunami pra sair de casa agora. 

Escolhi um colar corporal bem delicado banhado a ouro que passa pelo pescoço,desce pelo busto,faz o contorno dos seios e termina na barriga. Coloquei uma regata branca de algodão,bem simples e sensual,e um shortinho jeans curto,soltinho. Deixei o cabelo solto,optei por um tênis branco casual,peguei uma mochila bege de couro falso e sai para encontrar meu mafioso. Estou ansiosa para vê-lo,louca para estar de volta em seus braços. 

Tive bastante trabalho pra me livrar dos seguranças e pra sair da mansão sem ser vista,por isso tive que deixar meu carro na garagem e chamar um táxi pra ter certeza que não vou ser seguida. 

Pedi pro motorista me deixar em uma estrada deserta e,apesar dos alertas dele,segui caminhando por entre a mata até a fronteira. Esse é o jeito mais fácil e seguro de atravessar sem chamar a atenção. 

Me aproximo devagar e me surpreendo ao ver Eric parado perto de uma Ferrari vermelha. Esse é bem o tipo de carro que imagino que um homem tão arrogante e sensual tenha mas é quase desesperador estar perto dele. Tenho que ser discreta e o mafioso me aparece com um carro de luxo vermelho. 

Ele não demora a notar minha presença e seus olhos logo começam a passear pelo meu corpo sem qualquer pudor. O príncipe é descarado e sedutor como sempre mas percebo que tem algo diferente dessa vez,quase como se ele precisasse de mim,da minha companhia. 

Enquanto me aproximo reparo que a postura do Eric está diferente,parece que ele está tenso,talvez nervoso e cansado. Isso faz meu coração apertar de um jeito estranho,me deixa preocupada e bastante ansiosa. 

Deixo meus instintos falarem mais alto e ao invés de beijá-lo como de costume ou só cumprimentar,simplesmente envolvo o mafioso com meus braços e lhe dou um abraço apertado,um abraço que nós dois estávamos precisando. 

Eric se surpreende com minha atitude mas retribui o gesto sem pestanejar. Ele passa um braço ao redor da minha cintura,enfia uma mão por entre meus cabelos e me aperta com força. 

A sereia da Sardenha Onde histórias criam vida. Descubra agora