A sereia da Sardenha

43

Cap 43 

Por Eric

Com o sangue fervendo e ainda agarrado a mão da Ayla,chamei o Lorenzo e ordenei uma caçada ao Mariano. Não vou permitir que ele saia ileso depois de me desafiar e nem deixar que encoste na minha sereia. Ele tem que morrer. 

Esse maldito provavelmente sabe sobre o relacionamento que tenho com a caçula do Tristan. Ele estava jogando desde que entrou aqui,provocou ela para demonstrar controle como quem diz “a hora dela vai ser quando eu quiser". Mas ele brincou com a pessoa errada. Ninguém mexe com Eric Costantini. 

Meu braço direito reuniu alguns homens de confiança e saiu à procura do Mariano. Além de proteger a Ayla e descontar toda minha raiva no desgraçado,ainda tenho que proteger nosso segredo. Se foi minha mãe quem o contratou,então ela não pode descobrir sobre o namoro ou a vida da minha sereia vai virar um inferno. 

Ayla : Eric,o que está acontecendo? - ela pergunta pela milésima vez. Está ficando irritada. 

Eric : Ayla,espera - peço novamente. 

Ouço a ruiva praguejar baixinho mas ignoro. Preciso dar um jeito de tirar ela daqui em segurança e não tenho a menor ideia de como fazer isso. Mariano é um ex soldado talentoso,atirador de elite e até onde sei pode estar nos vigiando agora mesmo. 

Mas que inferno,por que ninguém pode só obedecer ordens? Minha mãe poderia ter escutado meu pai,Ayla nem devia estar aqui depois da briga que tivemos e esse bosta do Mariano devia ter desistido desse trabalho quando eu mandei. 

A briga. Lembrar dela me lembra do que fiz com a Ayla e faz meu coração voltar a apertar. Eu machuquei ela,poderia tê-la matado. E ela ainda assim veio atrás de mim,ainda quer se explicar e tentar fazer as pazes. Isso significa que ela me ama de verdade,não é? Ou será que sou só um capricho pra provocar o Tristan? Depois do que fiz,ela devia estar com medo de mim e não implorando por compreensão. Será que ela é louca? 

Não,ela me ama. Eu sei que ama. Jamais teria se aproximado se não confiasse na minha palavra,se me visse como ameaça. A mulher que me entregou seu corpo,sua virgindade,estava completa e loucamente apaixonada por mim. E que Deus nos ajude,também sou louco por ela. 

Mas se ela confia tanto assim em mim,se está aqui me deixando praticamente arrastá-la de um lado pro outro,então porque não contou toda a verdade? Por que não foi sincera? Eu nunca teria feito mal a ela. Jamais a deixaria desamparada ou viraria as costas. 

Bom,talvez deixasse. 

Namorar uma Barbieri é loucura. Nossas famílias são inimigas,iriam se matar ou então nos matar. Minha mãe nunca vai me apoiar. O pai dela provavelmente vai achar que eu a seduzi,que a fiz se apaixonar para provocá-lo,humilhá-lo e depois me livrar dela. Ela ia estar desonrada,fora do alcance da família e completamente perdida. 

É claro que eu nunca a deixaria. Faria da Ayla minha mulher,minha rainha. Mas ela não seria feliz longe dos pais e das irmãs. Apesar dos conflitos,minha sereia ama a família,é extremamente devota a eles e defende o Tristan sempre que pode. Não posso tirar isso dela. Não posso vê-la se apagar aos poucos,perder as pessoas que ama. 

Então é isso. Tiro ela daqui,levo de volta pro outro lado da ilha - lugar do qual ela nunca devia ter saído - e a proíbo de atravessar a fronteira de novo,deixo meus homens em prontidão para impedi-la. Ela tem que me esquecer. 

Já elaborando um plano,trago Ayla até meu escritório. Atrás dessa porta ela vai estar segura. Ninguém entra aqui além de mim e não vão ousar nos atrapalhar. 

Ayla : vai me explicar agora? - a sereia pergunta com nervosismo. 

Eric : você não devia ter vindo,Ayla. Esse lugar é perigoso demais para uma Barbieri - falo com seriedade.