Cap 23
Por Ayla.
Eric e eu passamos todo o caminho de volta para a ilha trocando beijos e depois viemos para casa dele. Meu carro está aqui,assim como minhas roupas e alguns acessórios.
Apesar de ainda estar muito perturbada e confusa em relação às minhas emoções,a companhia do Eric me deixa calma como se ele fosse uma anestesia depois de um corte profundo. Ele passa o tempo todo em contato comigo,se não é me beijando e segurando minha mão,é um toque gentil na minha perna ou cintura,sempre demonstrando ternura,sempre presente e carinhoso.
Meu namorado não tocou mais no assunto da bomba,acho que por respeito aos meus sentimentos ou por ter ficado tão surpreso quanto eu. Se não foi sua família,então os Barbieri tem outros inimigos e não sei até qual ponto isso influencia os Costantini,até onde eles vão por poder.
Quando chegamos a casa,eu subi para tomar um banho bem rápido e troquei o biquíni por uma lingerie verde clara,a saída de praia vermelha alaranjada por um vestido branco longo e com poucas listras azuis estampadas,dei um jeito no cabelo,fiz uma maquiagem leve e desci pra me despedir do Eric.
Não tenho dificuldade em encontrar meu namorado,a voz dele é bastante evidente no silêncio da mansão. Ele está no centro da sala,perto do amplo sofá,está andando de um lado para o outro enquanto fala no celular.
Eric : então realmente não foi ele? - o mafioso questiona.
Me aproximo devagar pra não atrapalhar mas ele percebe minha presença e acena pedindo para que eu espere. Eric é bem treinado e está sempre esperto,em alerta.
Me sento no braço do sofá e mantenho os olhos presos ao Eric,analisando seu rosto e sua postura. Ele não parece irritado,não está nem tenso,mas com certeza também não está feliz. A bomba atrapalhou nossos planos,foi uma surpresa e homens como o Eric,meu pai e o Arthur,não gostam de ser surpreendidos.
Eric : e meu pai não está nem um pouco curioso? - ele questiona,está surpreso de novo.
Eric deve ter contado pro pai sobre o atentado e está ansiando para saber quem foi o culpado. Não sei se ele faria um acordo com um terrorista,pelo seu tom no iate eu acho que não,mas não conheço o Arthur e temo o que ele é capaz de fazer com um novo aliado,o que pode fazer pra destruir minha família.
Continuo atenta a ligação como se alguma resposta ou informação fosse vazar. Me pergunto o que eu faria se esse fosse o caso,se teria forças pra confessar pro meu pai que estou namorando o Eric,que escutei uma conversa e posso salvar sua vida. Provavelmente teria que dar outro jeito de contar a informação e morreria de culpa por trair meu namorado. Ter uma vida dupla é complicado e machuca mais do que imaginei.
Eric : bom,se souber de alguma coisa nova me liga - ele pede,espera a resposta e desliga sem se despedir.
Ayla : aconteceu alguma coisa? - pergunto curiosa.
Eric : não,só liguei pra saber se meu pai já foi informado sobre a bomba - ele explica e diminui a distância entre nós.
Ayla : isso é tão louco - comento.
Eric : uma bomba? - o mafioso questiona.
Ayla : tudo isso. Os atentados,a bomba,o meu namorado mafioso,parece que estou vivendo num filme dos anos 70 - explico e faço Eric dar risada.
Eric : parece mesmo,não é?! Uma filha do mar salvou minha vida e hoje é minha namorada - ele comenta. Se soubesse da verdade,se soubesse que não sou só uma simples filha do mar…
Ayla : você acha que um dia vai ser normal? Sabe,sem ataques e guerra,sem essa divisão entre os povos - questiono com curiosidade e esperança.
Eric : eu torço para que seja,para que um dia tudo fique tranquilo,mas duvido que vá acontecer. Não vejo meu pai e o Tristan selando um acordo de paz - ele fala com sinceridade.
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A sereia da Sardenha
RomanceEric é o herdeiro de Arthur Costantini,orgulhoso,sedutor e extremamente devotado ao pai. Após ir a uma festa,cair no mar e ter a vida salva por uma ruiva misteriosa,se vê completamente incapaz de tirar a garota da cabeça. O que Eric não imagina é qu...