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Cap 48

No dia seguinte. 

Por Eric.

Ter deixado a Ayla foi a coisa mais dolorosa que já fiz na vida. A mais dolorosa e a mais canalha. Ela merecia mais,merecia uma explicação e uma despedida digna. Mas eu nunca conseguiria me despedir da minha sereia e ela nunca me deixaria ir. 

Ayla me ama. É um sentimento forte,intenso e muito imprudente. Ela parece totalmente alheia ao perigo que represento - ao perigo que somos um para o outro -. E eu não posso ignorar isso. Não dá para deixar de lado tudo o que os nossos pais fizeram uns aos outros,tudo o que minha mãe fez com ela. Não podemos continuar juntos. 

Além de perigoso,nosso relacionamento também pode ser desastroso para nossos sentimentos. Não podemos escolher entre esse amor e nossas famílias. Não é certo e não é justo. E eu não conseguiria me olhar no espelho se fizesse ela escolher entre as pessoas que ama. Isso mataria a Ayla e também me mataria. Então eu mesmo escolhi. 

Depois de deixar minha sereia com sua irmã e voltar para o meu lado da ilha,segui direto para minha mansão. Precisava ficar sozinho. 

Hoje de manhã acordei com uma ligação do meu pai pedindo pra que eu fosse rapidamente para a mansão Costantini. Ao que parece,Tristan enviou a cabeça do Mariano em uma caixa de presente para seu rival e jurou de morte todos os homens de confiança do rei das terras. 

Escutei a história com minha melhor expressão de indiferença e resolvi colocar em prática mais um plano que formulei ontem a noite. Preciso dar um jeito de proteger a Ayla. 

Eric : eu devia ter parado o Mariano quando ele foi a boate ontem mas não imaginei que depois de tantas bebidas ele ainda iria atrás da menina - comento despreocupado. Meu pai se surpreende. 

Arthur : então é verdade? Ele foi mesmo matar a filha do Tristan? - ele questiona. 

Eric : foi - confirmo e me sento de frente pra sua mesa. 

Arthur : e a troco de que? O que esse imbecil achava que estava fazendo? - o rei esbraveja. 

Eric : pensei que o senhor soubesse. Foi a mamãe quem contratou ele - revelo. Os olhos dele se arregalam e depois dilatam de raiva. 

Arthur : sua mãe? - ele questiona entredentes. 

Eric : ontem o Mariano foi até a boate e acabou contando que minha mãe pagou pra ele executar a caçula do Tristan - explico - ordenei que ele não fizesse nada até eu conversar com o senhor mas pelo jeito ele tinha os próprios planos - lamento. 

Arthur : sua mãe passou de todos os limites. Tristan está furioso,não vai parar - meu pai fala com irritação. 

Eric : a garota se machucou? - pergunto na esperança dele ter mais alguma notícia. 

Arthur : aparentemente não - ele responde com frieza - mas não entendo...Como uma menina de dezenove anos conseguiu matar um homem tão bem treinado como o Mariano? 

Eric : o problema do Mariano sempre foi o ego. Aposto que ele subestimou a menina e chegou perto demais,deu a chance dela reagir - sugiro. 

Arthur : mesmo assim. Ela não teria chance contra ele - ele pondera. 

Eric : depois do tanto que ele bebeu,a garota não deve ter tido muito trabalho - comento. 

Arthur : imbecil - ele voltar a praguejar. 

Eric : e o que fazemos agora? - questiono. 

Arthur : recuamos - o rei responde - ferir uma das filhas do Tristan foi baixo e ele não vai deixar isso barato. Temos que tomar cuidado agora. 

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