Capítulo 44

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Primeiro, escuridão. Poucos segundos depois, minutos ou, quem sabe, várias horas — Seungmin não soube dizer —, seus sentidos ficaram confusos, perturbados. Seus pés, pernas, braços e mãos estavam parados, frios, congelados e fixos no mesmo lugar. Ele não conseguia se mexer.

Abriu os olhos e viu o quarto de Jisung, todo bagunçado, muito mais do que o normal. A cama estava literalmente revirada, e as coisas — suas roupas, sapatos, vidros de perfumes e hidratantes e acessórios — estavam jogadas, espalhadas, quebradas no chão. Engoliu a seco, com a respiração pesada. Não sabia como ou por que estava ali, mas sabia que não fazia muito tempo que chegara.

Estava jantando com Bang Chan, mas agora estava ali.

O ômega olhou ao redor, dando um pequeno passo à frente, tocando em algo sólido e gelado. Abaixou a cabeça lentamente. Seus lábios não puderam formar palavras, mas quase pode se ouvir sussurrar, amedrontado:

Minho...

O rosto dele estava pálido, seus olhos fechados. Seu corpo estava sobre o chão de forma desajeitada, como se tivesse acabado de cair, desmaiado. Sangue escorria pela lateral da sua cabeça e sujava o chão. Ele ainda respirava, mas era lento.

Lento demais.

— Seungmin!

Ele rapidamente se virou para onde o som parecia vir.

Agora era Jisung. O beta, ajoelhado, abraçava o próprio corpo, escondendo gigantes hematomas do corpo. Ao seu lado, Jeon Song acompanhado com aqueles mesmos homens, de pé, sorrindo para o ômega de forma desdenhosa.

Jisung chorava intensamente, soluçando de um jeito extremamente doloroso aos ouvidos do outro, que não tinha forças para reagir. Dentro de si, algo gritava e esperneava muito, mas não conseguia fazer nada ali que não fosse ordenado por uma força ainda maior que seus desejos. O beta segurava as roupas sobre o peito que foram-lhes arrancadas brutalmente, sem esforços. Seu rosto estava machucado, assim como seus braços e provavelmente as pernas, que estavam cobertas por um pano e pela calça recentemente tirada de si. Uma fileta de sangue escorreu pelo cantos dos lábios dele, que rangeu os dentes por puro ódio e sofrimento.

Ao redor de todos, a casa do Jisung estava destruída, bagunçada, cheia de coisas e objetos jogados, quebrados. Estava quase da mesa maneira que deixavam a casa de Seungmin em Busan.

— Eu disse para fazer o que eu mandar — Jeon Song afirmou, ameaçador, apontando a arma para Jisung.

— NÃO! — sua voz escapou pela primeira vez dos seus lábios.

O ômega começou a chorar.

— O-o que fizeram... — murmurou, encarando o beta.

Não precisava de respostas.

— E-entre minhas pernas... — gaguejou — Doem... Muito.

Seungmin continuou parado, vendo a ponta daquela maldita arma apontada na cabeça do beta, que pigarreou, suor escorrendo pelas têmporas.

Secretary Without Return || SeungChanOnde histórias criam vida. Descubra agora