Seungmin paralisou as pernas, Bang Chan com as mãos segurando suas costas. Pensou em afastar-se dele — até porque um ódio havia crescido dentro do seu coração — agora que Jeon Song estava bem na frente de ambos e descobrira o motivo pela desculpa do alfa antes de entrarem.Ele não estava merecendo perdão algum.
Jeon Song estava parado. Sangue seco cobria parte do rosto dele e em algumas partes do corpo. O mesmo tinha as pernas e mãos trêmulas. Seu olho esquerdo estava tão inchado que o cobriu por inteiro, exceto o direito, que estava menos atingido. Havia alguns cortes na bochecha e próximos dos olhos, e diversos hematomas espalhados, indicando forte violência contra ele. Seungmin encarou Bang Chan por alguns segundos, vendo que o alfa não demonstrava remorso.
Não que devesse demonstrar.
O ômega voltou seu olhar para Jeon Song, que permanecia no mesmo lugar. Seus pés descalços mantinham-se distantes do tapete caro do dono da casa. O pomo de Adão contraiu-se diversas vezes quando engoliu a seco, suor em excesso escorrendo pelas têmporas e amolecendo o sangue novamente, que passou as escorrer pelo rosto. Os cabelos estavam encharcados pelo suor, estando totalmente bagunçados. As roupas esticadas e sujas. Sua respiração era lenta, só não tanto quanto a de Seungmin, que havia parado de respirar direito fazia quase trinta segundos.
— O-o que... — balbuciou, confuso demais para falar qualquer palavra direito.
— Respira — Bang Chan pediu, alisando suas costas — Eu estou aqui.
— P-por ele... Por que e-ele está aqui?
O alfa beijou sua testa, mas Seungmin não sentiu quase nada com o ato. Sentiu o coração palpitar, mas não por algo romântico ou apaixonante. A adrenalina estava atravessando por todo o corpo, como numa situação de perigo — quando se via uma ou mais pessoas estranhas numa ruela⁴ deserta à noite. O ômega não soube explicar. Sentiu-se irritado por Bang Chan, que tivera a cara de pau de fazer aquilo: trazer Jeon Song para sua própria casa.
Ele sabia. Sabia o que Jeon Song havia feito a ele, mas...
Por quê?
Jeon Song estava praticamente destruído, mas Seungmin não queria aquilo. Não queria vê-lo. Não achou precisava vê-lo. Seu plano se resumia a literalmente nunca mais ter que ver sua face de novo. Não voltaria para Busan nunca mais. Sua vida estava, aos poucos, sendo feita em Seul. Isso já lhe era suficiente: não ter que ver seus antigos problemas, seus antigos traumas e suas vergonhas voltando à tona mais uma vez. Já bastava as situações anteriores, agora isso.
Bang Chan não deveria se meter naquilo que não lhe convinha. Já havia feito demais. Já havia ajudado Seungmin demais, por isso o ômega ainda se matinha grato, apesar da raiva enchendo seu peito naquele momento de tensão e horror.
Por um momento, apenas quis sair correndo para o mais longe possível daquele lugar e não ter que respirar o mesmo ar do que Jeon Song.
No entanto...
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Secretary Without Return || SeungChan
Romance[HIATUS] Se vendo na mais pura miséria, e sem saída - como a maioria dos ômegas -, Seungmin foge de Busan e é obrigado a começar do zero em Seul. Com a ajuda do seu melhor e único amigo, o ômega consegue um emprego em uma das melhores empresas do...