Bang Chan deixou Seungmin em casa depois do clima aconchegante que ficou entre eles. O ômega não se conteve e deixou que o outro aproveitasse de bom grado a sua mão, mesmo depois de saírem dos balanços. Seungmin sentia seu coração disparado e não torcia para que aquilo parasse, apesar da sua expressão um pouco tranquila, já que a tranquilidade havia se esgotado de uma vez a partir do momento em que o alfa pegou em sua mão novamente e a segurou até o carro. Bang Chan, por outro lado, estava ainda mais nervoso. Ele, de fato, não tinha tanto contato com outras pessoas e não conseguiu se lembrar de alguma vez ter segurado a mão de alguém; muito menos a de Felix ou Yeji. Então, pelo visto, Bang Chan logo pôde se classificar como um completo antissocial, plenamente convicto, já que, por algum motivo idiota, ainda tinha dúvidas sobre o assunto ou, melhor ainda, nunca parou para pensar que, na sua vida inteira, seu único amigo de verdade era Felix, já que falar com pessoas estranhas era um saco, principalmente quando era com aqueles riquinhos sem um pingo de personalidade ou um pensamento sonhador. Óbvio que ele era obrigado a conversar, mas as puxações de saco não o levaram a lugar nenhum (mesmo ainda tendo que fazê-lo diariamente em encontros patéticos).
Conversar com outros empresários, seja para negócios ou novos contratos, era algo que dava para ser lidado de modo simples. Afinal, fazia parte da sua profissão. Mas falar com alguém por pura e boa vontade... Fora de cogitação. Bang Chan literalmente esperou Felix adotá-lo como amigo depois que conheceram-se num jantar na casa dos Lee. A mesma coisa com Yeji poucos anos atrás. Hyunjin... Eles nunca foram próximos de verdade, então não contava. E o fato era: ele estava segurando a mão de um rapaz que parecia mais tranquilo do que deveria, exceto quando o alfa o guiou até o carro como se Seungmin fosse uma criança sem senso para atravessar a rua.
E isso não incomodou o ômega, que, apesar de alguns suspiros nervosos, tentou parecer calmo. Ele deixou que Bang Chan o guiasse como se necessitasse daquilo e até sorriu para o mesmo, que acabou retribuindo. Seus dedos estavam friozinhos de um jeito gostoso, principalmente o modo como a mão do Bang Chan parecia transmitir uma energia de calor, mesmo não sendo possível deixar a mão de Seungmin totalmente aquecida — deixando a sensação mais especial, como se ambos precisassem da mão um do outro para algum tipo de equilíbrio. E, de alguma forma, Seungmin também não parecia alguém que tinha o costume de pegar na mão dos outros por livre e espontânea vontade.
Bang Chan abriu a porta do carona para ele e, dessa vez, tiveram que ficar com as mãos afastadas.
— Tchau, Sr. Bang — o ômega se despediu, com a voz um pouco baixa e tímida.
— Até amanhã — o alfa sorriu bobo.
Seus olhos estavam diferentes.
Mais brilhantes.
Mais felizes.
Mais sinceros.
E vários outros “mais”.
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Secretary Without Return || SeungChan
Romantizm[HIATUS] Se vendo na mais pura miséria, e sem saída - como a maioria dos ômegas -, Seungmin foge de Busan e é obrigado a começar do zero em Seul. Com a ajuda do seu melhor e único amigo, o ômega consegue um emprego em uma das melhores empresas do...