Se vendo na mais pura miséria, e sem saída - como a maioria dos ômegas -, Seungmin foge de Busan e é obrigado a começar do zero em Seul.
Com a ajuda do seu melhor e único amigo, o ômega consegue um emprego em uma das melhores empresas do país, onde...
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A saudade era o que mais preenchia o coração de Jeonghan, suas vontades mais fortes com o passar do tempo; o tempo em que não via seu namorado. Já fazia mais de nove ou dez meses — ele já nem se lembrava — que não o via pessoalmente. Ele sempre precisou vê-lo, na verdade, por mais que não pudesse fazer isso com tanta frequência. As rotinas de ambos eram diferentes, assim como o tempo livre. Isso sempre atrapalhou um pouco a relação deles, mas nunca fora o suficiente para desistirem um do outro. Por mais que já houvessem tempos em que o término parecia necessário, seus sentimentos um pelo outro permaneceram firmes e fortes, coisa que não costumava acontecer com a maioria das pessoas.
Aquilo parecia raro. Simplesmente único. Uma coisa que nenhum deles, nem ninguém, era capaz de mudar, pelo simples fato de que se amavam; pelo simples fato de que se amariam pelo resto da vida. Não importava o quão exagerado aquilo parecesse ao olhos dos outros. Era a verdade. Uma simples verdade incapaz de ser tomada pela enganação, mesmo que um dia eles já ousaram tentar enganá-la ou mentir a si mesmos, como se não se importassem com os próprios sentimentos, que haviam crescido tanto àquela altura, o suficiente para deixar o mundo mais suportável do que era.
Jeonghan sempre deu de tudo para conseguir se sustentar, fazendo alguns bicos por Seul desde os quinze anos de idade, ainda quando morava com os pais. Sua vida não era vista como a mais difícil de todas, por assim dizer, mas como não dizer que ela de fato não era fácil como a de muitos por aí? Ele era de uma família pobre e desde que se conhecia por gente e dava tudo de si nos estudos para, ao menos, conseguir uma vida melhor à família.
Como muitos jovens da Coreia, as notas eram o mais importante, a pressão sobre os ombros que os faziam ficar sentados o dia inteiro numa porra de cadeira, lendo e relendo questões difíceis — muitas delas até inúteis — para conseguir o mínimo para passar ao próximo ano, onde as coisas ficavam mais difíceis. Era a mesma coisa com Jeonghan. Por outro lado, seus pais nunca foram pessoas a exigir grandes notas como a maioria dos pais dos colegas que já tivera no colégio, tanto no fundamental quanto no Médio. Eles tinham noção do que a pressão excessiva por notas poderia causar a uma pessoa ainda tão jovem. Não foram poucos os casos de suicídios realizados por adolescentes na escola onde estudara por dois anos, na oitava e nona série, que, para falar a verdade, não era tão boa quanto parecia nos anúncios da TV.
Mas isso era a última coisa com que Jeonghan se importava. Poderia até ser indiferente demais, mas era isso. Sua única preocupação era manter as melhores notas possíveis — o caos ocorrendo por todos os lados —, conseguir dar o melhor aos pais e a si mesmo e ser bom até em alguns esportes, porém apenas conseguia atingir às próprias expectativas na questão do arco e flecha, seu melhor passatempo. Ele já ganhara algumas medalhas, mas isso não era uma coisa a se ter um futuro bom, então nunca aprofundou numa provável profissão ou algo parecido. Fez tanto para seus próprios objetivos que já até pensara no quanto era vergonhoso ser alguém que não tinha, ao menos, um sonho de carreira.
