Bang Chan respirou fundo algumas vezes. Estava um pouco nervoso, já que meio que era a sua primeira vez indo para um restaurante junto de alguém que o seu melhor amigo Felix havia dito que era sua ‘‘alma gêmea’’. E isso era um pouco estranho, considerando a situação de ambos.Seungmin esperava ansiosamente no escritório, tentando evitar as perguntas de Jeongyeon. Ele nunca diria em voz alta que estava gostando do chefe, mas a ômega parecia ter um olfato tão aguçado que sentia até fofocas ainda não descobertas entaladas na garganta do outro. Seungmin resolveu admitir de uma vez que estava apaixonado. Afinal, todos os sinais apontavam para essa conclusão, mesmo que nunca tivesse sentido esse sentimento. Ele não era tão burro assim. Era extremamente notável uma provável paixão ‘‘doentia” quando se tinha um ciúme até do vento que estivesse com Bang Chan.
Não que isso seja de fato doentio.
O ômega, além de tudo, não gostava de ficar na dúvida, então apenas afirmou:
É, estou apaixonado. Que bosta.
Se ter sonhos eróticos e bater punheta num local inapropriado com a mesmíssima imagem do Bang Chan na mente não significavam paixão, então Seungmin realmente não estava muito bem da cabeça. Óbvio que isso poderia ser apenas uma atração... Mas que atração seria essa?
Então era paixão. Pronto.
Mas ele também não iria falar isso para Bang Chan. Seria muito constrangedor, mesmo que eles não fossem mais ter contato um com o outro. O alfa se aproximou do escritório, aparecendo na frente do vidro, acenando para o ômega. Ele engoliu a seco e pôs as mãos nos bolsos do sobretudo, estando nervoso.
Devo me demitir oficialmente agora ou depois?, Seungmin pensou. Ou será que nem será necessário?
Ele se levantou da sua cadeira, estando apenas ele e mais duas pessoas no lugar. Bang Chan sorriu quando o ômega fechou a porta atrás de si, guiando-o até o carro.
— Já andei tantas vezes nesse carro que será difícil me despedir — Seungmin comentou.
— Se despedir do carro? — o alfa riu soprado.
Seungmin deu de ombros. Bang Chan abriu a porta para ele, acabando por apoiar seu braço na ponta.
— Também pode estar sendo um pouco difícil para mim — afirmou, com o olhar triste — Mas somos fortes, não somos?
O ômega franziu a testa, não entendo o que o outro queria dizer. O clima havia acabado de ficar um tanto tenso. Seus sentidos imploravam por uma mudança de tempo, ou melhor, uma mudança de atitudes que deveriam ser feitas e de palavras que deveriam ser ditas. Parecia que seus lobos gritavam dentro de si por algo que nenhum dos dois conseguia decifrar.
Mas, no fundo — nem tão no fundo assim —, Seungmin apenas não queria ir embora e Bang Chan, apenas não queria deixar ele ir.
Bang Chan deu a volta no carro e sentou-se no banco do motorista. Levou o ômega no restaurante que havia mostrado ao Felix, onde estacionou bem na frente do local. Abriu a porta do Seungmin, fazendo questão de oferecer sua mão para que o outro a segurasse. Ele tocou na mão do alfa quase que imediatamente, sentindo a típica maciez que, por incrível que parecesse, provavelmente era natural. Bang Chan o guiou para dentro e um homem de terno preto lhes mostrou sua mesa, reservada apenas para dois. Redonda e branquíssima, Seungmin até sentiu pena de apoiar os cotovelos na mesa, ainda mais quando se tinha aqueles pratos inúteis — que serviam literalmente para colocar outro prato em cima — que deveriam valer mais do que um diamante.
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Secretary Without Return || SeungChan
Romance[HIATUS] Se vendo na mais pura miséria, e sem saída - como a maioria dos ômegas -, Seungmin foge de Busan e é obrigado a começar do zero em Seul. Com a ajuda do seu melhor e único amigo, o ômega consegue um emprego em uma das melhores empresas do...