CAPÍTULO 7 - Mau presságio

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CATERINE NATALIE CHERNYY

LOGO APÓS QUE PERSEU deu uma de esquisito, quase morreu engasgado com ar, e se foi, eu havia me sentado com Bianca. A caçadora sabia que eu não queria falar sobre o meu pesadelo, as vezes eu me assustava com o quão bem Bianca me conhecia. Ela somente ficou ao meu lado e isso foi mais do que o suficiente para mim. Ela queria pegar um pouco de néctar e ambrosia para os ferimentos de minha mão, mas não deixei. Eu mesma fiz isso comigo, usar desnecessariamente suprimentos mágicos de cura dos deuses por causa de arranhões pode fazer falta significativa mais para frente. Quando percebi que Bianca estava praticamente dormindo em meu ombro, a arrastei de volta ao carro em que estava e a fiz dormir. Eu deveria dormir também, mas não depois daquele pesadelo.  Não depois dessa lembrança. As poucas horas que descansei terão que ser suficientes. Então só fiquei perambulando entre os carros até a hora de irmos.

Havíamos chegado às cercanias de uma pequena estação de esqui aninhada nas montanhas. A placa dizia BEM-VINDOS A CLOUDCROFT, NOVO MÉXICO. O ar era frio e rarefeito. Nos telhados das cabanas, a neve se acumulava, e montes de neve suja se erguiam em ambos os lados da rua. Pinheiros altos avultavam-se acima do vale, lançando sombras escuras como piche, embora a manhã fosse de sol.

E mesmo com o meu sobretudo de aviador grosso, eu podia sentir o frio me transformando em um cubo de gelo quando chegamos a Maint Street, que ficava cerca de uma hora da linha férrea. Enquanto caminhávamos, fiquei ao lado de Bianca. Não falei desde que saímos do trem, não senti vontade. Minha mente ainda perdida em ontem, ansiosa com o que me lembrei. Toda vez que uma lembrança assim me vinha em sonhos, Bianca me relembrava algo que a deixou feliz para me distrair. E quando percebi em suas lembranças felizes que eu, em muitas vezes, estava nelas, a questionei disso, na minha cabeça não fazia sentido até ela disser: "Você é a minha lembrança feliz, cabeçuda. Ninguém cuidou de mim e de Nico como você, Nat."

Paramos no meio da cidade. Dava praticamente para ver tudo dali: uma escola, algumas lojas de cafés para turistas, alguns chalés de esqui e um armazém.

— Ah, ótimo. — disse Thalia, olhando á volta. — Nada de rodoviária. Nada de táxi. Nada de aluguel de automóveis. Nenhuma saída.

— Café. — Eu praticamente supliquei.

Não consigo viver sem café para me manter acordada. Ainda mais ansiosa, ou era o café ou era cigarro e Bianca se livrou do meu último maço ainda em Westover Hall.

— Sim. — disse Zöe. — Café é bom.

— E pãezinhos. E papel encerado. — disse Grover, sonhador.

Thalia suspirou.

— O.k. Que tal três irem comprar comida para nós? Percy, Bianca e eu vamos dar uma olhada no armazém. Talvez possam nos dar informações.

Combinamos de nos encontrar na frente do armazém em quinze minutos. Fomos a loja de café. Era uma loja simples e pequena. A vidraria tinha sanduíches naturais, salgados, tortas, bolinhos de arroz vegetarianos, muffins, isso além dos doces. Havia um estande de cigarros aberto para clientes que, quando ninguém estava de olho, peguei um maço e guardei no bolso de meu sobretudo. Não havia câmeras, foi a primeira coisa que verifiquei quando entramos. O hábito de sempre me certificar se não havia ninguém me seguindo é de muito tempo, talvez seja do tempo antes de Westover Hall.

Não me importo de roubar, sempre tive mão leve. Mas pegava de alguém que obviamente tinha muito mais do que eu. As roupas caras e o jeito pomposo e arrogante de falar me indicava que poderia passar as mãos nos bolsos daquela pessoa. No entanto, senti uma faísca de culpa quando a senhora educada e gentil nos entregou nossos vários lanches, de modo que lhe dei uma generosa gorjeta com os meus cem dólares que o acampamento me deu.

BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •Onde histórias criam vida. Descubra agora